Palavras ao vento


PorAnônimo- Postado em 01 abril 2010

Qualquer pessoa poderia indicar ao menos um hábito que tenha e cujos efeitos sejam sabidamente nefastos. A insustentabilidade do modo de vida adotado pelo homem é patente. Porém, qualquer embate que se propõe nesse sentido não passa de meras palavras, aliás, a própria discussão é sempre a mesma. A política é a da conscientização, chocar o indivíduo e torná-lo um militante em prol do meio ambiente. Mas será esse um método minimamente eficaz? Não nos tornamos, assim, como outrora percebeu Thoreau, um dos 999 homens defensores da virtude para cada homem virtuoso? Porque sim, não obstante desenvolvermos uma consciência ecologicamente preocupada, continuamos acomodados, talvez com um pouco mais de culpa, talvez adaptando aspectos mais facilmente assimilados, no entanto, nunca assumimos nenhum compromisso que altere significativamente nossos costumes, já que reputamos tudo como culpa do sistema social e econômico ao qual já nascemos atrelados. Desta forma, quem sabe só quando nos desnudarmos dos pés à cabeça, quando demolirmos tudo que construímos, quando não formos mais escravos do egoísmo racional, seremos, sem trocar qualquer palavra, obrigados a agir cada um por si. Fato é que, enquanto isso não ocorre e não nos esforçamos para que aconteça, continuamos a discutir.