Google “made in China”


PorAnônimo- Postado em 19 setembro 2010

Salvo exceções, os cidadãos chineses sofrem severo cerceamento a sua liberdade de acesso ao conteúdo da Internet. Um dos únicos setores da rede onde ainda havia alguma "liberdade" naquele país, o de sites de busca, dominado até então pela empresa Baidu, do neo-bilionário chinês Robin Li, tem agora a atuação de uma empresa estatal, a Search Engine New Media International Communication Company, criada no formato de uma join venture entre duas grandes empresas estatais: a agência de notícias Xinhua e a China Mobile, a maior empresa de telefonia móvel do mundo, com mais de 800 milhões de clientes. O governo chinês alega que seus objetivos com tal controle são a defesa da segurança de suas informações e o desenvolvimento da indústria da nova mídia chinesa de forma robusta, saudável e ordeira.
Fonte: http://www.cartacapital.com.br/tecnologia/google/-%e2%80%9cmade-in-china%e2%80%9d, pesquisado em 19/09/2010, às 4:56

Comentário: Dentro da temática do "teletrabalho" desenvolvida nesta semana pela disciplina, a internet é questão central porque se trata de fundamental ferramenta para as mais novas e inusitadas formas de trabalho, que a dita "sociedade da pós-informação" em que vivemos vem gerando, neste sentido. Os sites de busca, particularmente, ganharam nestes últimos anos, grande abrangência de atuação, sendo o seu exemplo mais destacado, o Google, que se transformou em uma potência econômica mundial, que como tal, acaba por ter forte infuência no desenvolvimento da mais diversas atividades laborais ligadas a esse tipo de tecnologia, na maior parte dos países. Porém, a China, que representa parcela considerável deste mercado, ainda em franca expansão, com um Estado centralizador e um governo de mão forte, estabelece rígido controle sobre o acesso ao conteúdo da internet, através do "Grande Firewall", em alusão às Grande Muralhas, com tendência a se intensificar, como justamente revela a criação de uma empresa estatal para o gerenciamento de um site de buscas.
Isto, num primeiro momento, sob nosso olhar ocidental, parece um absurdo, por ser uma afronta a liberdade, um dos grandes pilares de nossos ordenamentos jurídicos e morais, porém, para conclusões mais verossímeis a respeito daquela realidade, é importante uma análise contextualizada com o arcabouço histórico-cultural daquele povo, que ao ser mais seletivo no processo de globalização, impedindo a atuação da Google em seu teritório, por exemplo, faz valer o seu Direito, ao exercitar a liberdade conferida pelo Princípio da Auto-Determinação dos Povos.
Neste sentido, destaca-se pronunciamento do porta-voz do governo chinês, durante as Olimpíadas de 2008: "Os chineses não estão preocupados com a democracia, e sim, em ganhar dinheiro".

Marcos Rotta Pucci