Estamos realmente na última hora?


PorAnônimo- Postado em 01 abril 2010

Acredito que exista um certo exagero quanto ao impacto causado pelas atividades humanas no futuro da Terra. Tomemos por exemplo o tão falado "aquecimento global", que seria resultado da emissão de gases como o dióxido de carbono, produzido pelas atividades humanas. Menos de cinco por cento das emissões globais de tais gases são decorrentes de atividades humanas. Não questiono a necessidade de se ajustar os processos produtivos humanos a um melhor equilíbrio com o meio ambiente. Entretanto, muitas vezes se ignora, em tais discussões, o custo econômico de se adotar tais "alternativas sustentáveis". É fácil para um ator, nascido numa sociedade altamente desenvolvida e rica, elaborar um discurso como esse, pois o seu meio pode arcar com os custos de tais alternativas. Contudo, podemos dizer o mesmo de sociedades como a brasileira, a indiana ou a chinesa? Muitas alternativas, como a energia solar ou a eólica, ou adoção de materiais biodegradáveis, possuem custo econômico muito superior às alternativas convencionais. Se tivermos um valor fixo de recursos a serem aplicados na produção de eletricidade, por exemplo, a opção por uma dessas alternativas acabaria atendendo a um número menor de pessoas do que uma opção mais convencional. Seria isso justo?
Por fim, receio que estejamos assistindo ao surgimento de uma espécie de "fascismo verde". Existem grupos organizados, principalmente nos países mais ricos, que culpam as sociedades nos países subdesenvolvidos por muitos dos problemas ambientais que enfrentamos, seja devido ao crescimento populacional, seja pela destruição de florestas e outros biomas, seja pelo próprio desenvolvimento econômico que gera um maior consumo de recursos naturais. Parte do discurso de tais grupos revela um desconforto com o fato de tais sociedades estarem “estragando” o Planeta, num mesmo sentido em que ricos com uma praia exclusiva reclamam quando uma população mais pobre passa a freqüentá-la.