O aborto como direito e o aborto como crime: o retrocesso neoconservador


Porcarlos2017- Postado em 18 setembro 2017

Autores: 
Lia Zanotta Machado

 

Resumo: Este artigo analisa o confronto político entre as argumentações feministas e as fundamentalistas sobre o aborto, no Brasil dos anos dois mil. Está em jogo a disputa por concepções de vida. As feministas defendem a distinção entre “vida vivida” e “vida abstrata”. A noção fundamentalista exclusiva de “vida abstrata” advinda de argumentos religiosos sustenta os direitos absolutos do concepto desde a fecundação. O aborto deveria ser crime (porque pecado) em qualquer circunstância (sem quaisquer permissivos legais). A análise dos depoimentos de deputados e religiosos fundamentalistas revela o confronto com a laicidade do Estado. Capturam e distorcem os discursos jurídico e genético, disfarçam-nos como discurso de direitos humanos e desqualificam as mulheres como menos sujeitos de direitos. O aborto como “crime e pecado” é vinculado ao “lugar (subordinado) da mulher” na “família tradicional”. As forças neoconservadoras mobilizam-se para a imposição moral religiosa sobre as mulheres e vislumbram o retrocesso, não só dos direitos ao aborto, mas dos direitos das mulheres.

Palavras-Chave: Direitos ao aborto; Argumentações feministas; Aborto como crime e pecado; Religiosidade fundamentalista; Imposição moral; Laicidade e secularização; Retrocesso neoconservador.

Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-83332017000200305&lang=pt

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