IDENTIDADE MODERNA – PERSPECTIVAS DO COMUNITARISMO


PoreGov- Postado em 04 março 2011

Autores: 
FRIEDRICH, Tatyana Scheila

Artigo retirado da internet: http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/article/view/7057/5033
Acesso em: 05 out. 2009.

O comunitarismo surge no contexto da dominação hegemônica norte-americana
no século XX, com o objetivo de proceder, a partir da idéia de eticidade concreta, à
reconstrução histórica da noção de ?tradição cultural?. Aparece em contraposição ao
liberalismo da filosofia política, do racionalismo universalista, da filosofia analítica, do
emotivismo ético e, por fim, como crítica da modernidade. Levando em consideração
diversos ?momentos materiais ou de conteúdo?, as diferentes linhas do comunitarismo
concentram na idéia de tradições autônomas, com pressupostos próprios, não admitindo
debates entre si. Enrique Dussel elenca os três principais autores dessa corrente filosófica:
Alasdair MacIntyre, com análise a partir da reinterpretação do ethos histórico cultural de
Aristóteles e considerando o momento material das ?virtudes?; Charles Taylor, a partir da
localização da eticidade de Hegel e focando nos momentos ?valores e autenticidade de cada
identidade?; e Michael Walzer, a partir dos princípios materiais inerentes às diferentes
esferas institucionais para tratar da questão da justiça, e da tolerância. José Eduardo Faria,
ao prefaciar Gisele Cittadino, inclui ainda o autor Michael Sandel e separa os comunitaristas
dos libertários, como Robert Nozick e Friedrich Hayek; dos liberais contratualistas, como
John Rawls e Ronald Dworkin e dos críticos-deliberativos, como Jürgen Habermas. O
comunitarismo está contextualizado no momento material da ética, que se dedica à verdade
prática. No entanto, suas premissas têm alcance no quinto momento, o da validade antihegemônica
da comunidade das vítimas. A discussão sobre a generalidade dos valores, a
valorização das tradições e particularidades, a limitação das coisas a cada cultura está
presente na crítica ao consenso exacerbado, na percepção da negação existente e nas
iniciativas de novas frentes de libertação do sujeito. Os novos sujeitos de direito que
surgem, diante da existência da negatividade e da necessidade de afirmação, trazem
consigo suas tradições. Os seres são comunitários e seus momentos de reação refletem
isso. A construção da identidade moderna, da noção de si mesmo, decorre da tradição. A
modernidade não começa somente no período moderno, muito antes dessa fase já havia
tradições. As fontes do eu (self), ou a identidade, estão nas tradições. Os conceitos
universais, na verdade, não têm tal amplitude universalista porque partem sempre de uma
tradição. Noções da relação interno-externo são levadas em consideração, conforme a
opinião da cada autor comunitarista, expostos na versão integração do presente trabalho.

AnexoTamanho
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