Complexidade: BATESON, G. - Mente e natureza. 3ª parte do Seminário.


Porkinnpeduti- Postado em 09 abril 2012

Localização

Brasil
25° 24' 48.6324" S, 50° 7' 50.214" W

 

EVERY SCHOOLBOY KNOWS (parte 2)

12. Às vezes o pequeno é bonito



A variável tamanho torna visível o problema de estar vivo (o elefante e a cobra). Ela está aditada a cada ser e pode originar problemas físicos que podem afetar tudo.

Na física, pode-se observar isso na instabilidade mecânica - relação entre gravidade e coesão para unidades maiores (torrões de terra e glaciais) e relação entre superfície e peso para unidades menores (dissolução de sólidos)

As variáveis que interatuam podem possuir curvas de tamanho discrepantes entre si, gerando a interação entre mudança e tolerância (cavalo poliploide e cidades). A mudança em uma variável deixa a descoberto o valor crítico de outra.

O crescimento traz outra ordem de complexidade para o problema do TAMANHO dos seres vivos, colocando uma interrogação quanto a alteração das proporções do organismo. A limitação do crescimento é enfrentada de diferentes maneiras pelos seres vivos (coqueiros, ciclos das plantas). Nos animais superiores há um controle do crescimento com consequências letais em caso de mal funcionamento. /Há ainda um escasso conhecimento sobre os sistemas de mensagens que controla o crescimento.

13. A Lógica é um modelo deficiente de causa e efeito



Usamos inadequadamente as mesmas palavras para se referir a sequências lógicas e à sequencias causais: SE ... ENTÃO.

As sequencias causais podem simular a lógica, mas essas não podem simular todas as sequencias causais (computador).

Quando as sequencias causais se tornam circulares (ou mais complexas) seu traçado na lógica se torna autocontraditório (campainha).

As sequencias lógicas são atemporais enquanto as sequencias causais contém tempo.

14. A Causalidade não opera para trás



Podemos inverter a lógica mas o efeito nunca precede a causa.

Segundo o autor os Gregos pensaram que a pauta gerada ao final de uma sequência de sucessos podia ser considerada a causa final do processo percorrido – TELEOLOGIA (garras do caranguejo).

O pensamento linear progressivo sempre gerará ou uma falácia teleológica – que o fim determina o processo – ou o mito de uma instância sobrenatural de controle.

Em sistemas causais circulares uma mudança em uma parte qualquer do círculo pode causar uma mudança em um momento posterior, em qualquer variável e em qualquer lugar do circuito (termostato).

15. A linguagem destaca somente um dos aspectos de qualquer interação

Sempre falamos como se uma coisa pudesse “ter certa característica”. A linguagem afirma mediante a sintaxe de sujeito e predicado (objeto) que as coisas de alguma maneira “têm” qualidades e atributos (pedra).

Mas essa forma de falar não é correta para a ciência ou para a epistemologia. Para pensar corretamente convém supor que todas as qualidades/atributos se referem a dois conjuntos de interações no tempo.  

Para o autor seria mais preciso falar que as “coisas” são produzidas, são concebidas separadas de outras “coisas” e que nas relações internas e seu comportamento em relação às outras coisas e com o falante são o que as torna reais.

Sejam o que forem as coisas em seu mundo pleromático e coisistico, só podem ingressar no mundo da comunicação e do significado graças a seus nomes, suas qualidades e seus atributos, ou seja, graças às informações sobre suas relações internas e externas e sobre suas interações.

16. As palavras “estabilidade” e “mudança” descrevem apenas uma parte das nossas descrições

Para o autor a palavra “estável” só pode ser utilizada como um adjetivo aplicado a uma coisa, sendo resistente ao impacto de alguma variável interna ou externa ou mesmo que resiste à passagem do tempo.

Mas essa “estabilidade” só pode ser definida por referência à “verdade em curso de certa descrição propositiva”, de modo que a tipificação da palavra “estável” resulte clara. Analogamente o enunciado de mudança exige a mesma precisão (acrobata).

Assim, “... toda proposição descritiva deve caracterizar-se segundo a tipificação lógica de sujeito, predicado e contexto”. (p. 75)

Para o autor essa lista de pressupostos não pode ser considerada completa e talvez não se possa mesmo fazer uma lista completa.

Os pressupostos podem ser agrupados considerando os vínculos que possuem entre si. Um primeiro grupo abrangeria os pressupostos 1 a 5, pelos aspectos conexos do fenômeno necessário da codificação, o segundo grupo abarcaria os itens 6, 7 e 8, são questões referidas ao aleatório e ao ordenado. Um terceiro grupo conteria os pressupostos 9 a 12 e o quarto grupo, consideraria os itens 13 a 16.

 

Quanto aos dois últimos grupos o autor desafia os leitores a descrever sua vinculação interna e a criar outros.