Notícia - Internet já é o 2º maior canal bancário


PorClarissa Vieira- Postado em 13 junho 2011

 

Internet já é o 2º maior canal bancário
Com quase um quarto do número de transações efetuadas no Brasil, web só fica atrás de caixas eletrônicos
Especialistas dizem que sites ainda precisam se adaptar ao cliente e dão dicas de como usar o sistema com segurança
FELIPE VANINI BRUNINGFOLHA – 23/05/11

O internet banking brasileiro já é o segundo canal de serviços mais utilizado pelos clientes, atrás apenas dos caixas automáticos (31%), respondendo por 23% das operações bancárias efetuadas no Brasil, segundo dados da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Mas essa escalada de importância na vida dos clientes precisa ser acompanhada por uma reformulação tanto na forma de manuseio dos serviços quanto na linguagem empregada nos sites, afirma Fabiana Yazbek, especialista em usabilidade e arquitetura da informação da Lumens Consultoria.
"Em vez de ter uma infinidade de serviços que ninguém sabe como usar, o site de banco ideal deveria oferecer satisfatoriamente o básico, que é uma visão global da conta corrente e dos investimentos, como saldo, últimas operações e agendamento de pagamentos", diz Yazbek.
Outra problema, na avaliação de Yazbek, é a comunicação. "Os menus dos sites bancários estão presos à linguagem mercadológica, o que dificulta a navegação", afirma. "Parece uma sopa de letrinhas."
Para ela, o internet banking tem de incorporar a seus serviços o agendamento de compromissos futuros que o cliente tenha com a instituição, como a renovação do seguro do automóvel ou da casa. "Atualmente, nenhum banco está fazendo isso direito, seja pela falta de dados de todos os serviços que o cliente utiliza na instituição, seja pela falta de sinergia entre as áreas", diz.
Do ponto de vista do design, o internet banking brasileiro vai contra a intuitividade dos usuários, priorizando a lógica dos projetistas de informática, diz Luís Cláudio Portugal, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP.
"As categorias de serviços não seguem uma hierarquia de informações e ainda existe o problema de você realizar uma longa operação e apenas ao término dela descobrir que não pode ser concluída naquele horário", afirma Portugal.

SEGURANÇA
Segundo Wanderson Castilho, especialista em crimes eletrônicos da consultoria E-Net Security, a maioria das vítimas de fraudes virtuais no internet banking são usuários novos de informática, que acabam cedendo espontaneamente suas informações bancárias. "Os bancos precisam criar um canal direto para esclarecer os clientes sobre os perigos de preencher formulários maliciosos e atualizar esse banco de dados com os novos tipos de golpe", afirma. “Todo dia os bandidos inventam novas formas de roubar e os bancos têm de enfrentá-los informando seus clientes sobre como se prevenir", completa Castilho.
Marcelo Laus, especialista em segurança da Data Security, recomenda que se evite o uso de computadores compartilhados, como os de hotéis ou de salas de aula. "O usuário também deve manter seu PC protegido, com o sistema operacional e antivírus atualizados", diz.

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ANÁLISE:

O crescimento do uso do internet banking é promissor, nos levando a crer que um número maior de pessoas tem feito uso desse acesso on-line, facilitando às transações bancárias e reduzindo a necessidade de ingressarem nas costumeiras filas das agências. Outro fator positivo é a capacitação do usuário ao acesso on-line, já não se trata de um calvário a hipótese de usar um computador para rotinas bancárias. Também significa um aumento da confiança do usuário com os serviços oferecidos on-line, reflexo de que os bancos apresentam uma posição satisfatória no âmbito da segurança destas informações.

 

Quanto ao manuseio, pode ser melhorado com a ajuda de um design que siga a correta arquitetura de informações, porém já se observa uma melhora contínua desses sites, visível pelos usuários de longa data. As tendências apontam que além do aumento dos usuários, também há um aperfeiçoamento na prestação do serviço.

 

Com relação à segurança, se observa as vítimas comuns das fraudes, não só em internet banking, mas em toda rede: os usuários sem experiência. Os bancos podem agir com o intuito de esclarecer esses usuários, entretanto, é dever do usuário ser esclarecido e buscar uma conduta segura, não só na internet, mas em todos os níveis sociais. Essa conduta significa adotar uma série de prevenções, evitando acessos de risco, que possam prejudicá-lo posteriormente. Manter o acesso limitado ao seu computador doméstico, e fazer desse computador uma ferramenta de acesso seguro (com as devidas atualizações de segurança) já caracterizam uma postura limitadora de fraudes. A colaboração com os bancos, ao relatar os casos de fraude (ou tentativa), também os ajuda a tornar os sistemas de segurança mais eficazes e compatíveis com as ameaças reais.