INCLUSÃO DIGITAL – Projeto atenderá comunidade no Marajó


PorJovelino Falqueto- Postado em 08 maio 2011

 

INCLUSÃO DIGITAL – Projeto atenderá comunidade no Marajó

Diário do Pará – Belém, 02.05.2011

“Um projeto desenvolvido pelo curso de Ciência da Computação da Universidade da Amzônia (UNAMA), pretende beneficiar a comunidade ribeirinha do Marajó. O título do projeto: ‘Provimento de infraestrutura para a inclusão digital no arquipélago do Marajó via redes tolerantes a atrasos e desconexões’, que visa facilitar a vida das pessoas que vivem longe da capital – Belém e precisam de auxílio médico.

[...] as informações referentes às necessidades de atendimento são repassadas de um barco para outro até chegarem à capital. [...] Será inserida em cada barco uma caixa hermética com um computador [...] um rádio e uma antena: um dispositivo para armazenar e transmitir dados. [...] Toda vez que um barco se aproxima de outro, as transmissões das informações serão realizadas automaticamente, de forma que o barco que tiver como destino a capital irá repassar as informações solicitadas pela comunidade ribeirinha.

[...] O arquipélago foi escolhido [...] devido ao alto índice de exclusão digital verificado no local. Além disso, o principal meio de transporte utilizado pela comunidade do Marajó é o barco e não há médicos na maioria das cidades localizadas na região”.

 

COMENTÁRIOS

O texto jornalístico diz que o arquipélago marajoara está sendo usado como teste por seu “alto índice de exclusão digital” o que de fato, obviamente, ocorre. Entretanto o principal efeito de tais projetos não é a inclusão digital propriamente dita, o que deve ser o foco da atenção. A inclusão de populações marginalizadas pelos sistemas governamentais de saúde (como no caso da notícia), de educação, de energia e até mesmo de alimentação e moradia, devem ter a prioridade governamental. Não tem sentido incluir apenas digitalmente pessoas que vivem sem essas necessidades vitais, muito mais básicas. A informatização deve, sim, servir como vetor de atendimento de tais carências.

Conforme bem frisado no texto de introdução ao governo eletrônico, é importante que se anote também o aspecto da atuação local – no caso executado por uma instituição de ensino - mas com horizonte global, no sentido de que os trabalhos tópicos sejam feitos de forma a integrar o plano total, possibilitando um conjunto harmonioso e efetivo.

Observe-se ainda que a tarefa de levar os avanços da modernidade aos rincões do mundo envolve uso de tecnologias sofisticadas. O seu uso deve, por isto mesmo, ser feito de tal forma que esta sofisticação seja coberta por uma camada de utilização que a torne simples, ao alcance de pessoas completamente alheias ao mundo da tecnologia da informação e da comunicação.