Treinamento de pessoas nos procedimentos eletrônicos


Porfabiana- Postado em 25 julho 2011

Percebe-se que a cada dia que passa há um aumento considerável nas demandas do Poder Judiciário. Hoje positivamente as pessoas estão tendo uma maior acessibilidade a informação, o que consequentemente faz com que mais cidadãos estejam cientes de seus direitos, o que é claro num eventual conflito buscam a solução junto ao Poder Judiciário.  Além das demandas pela maior informação temos o crescimento populacional e a variedade de delitos eletrônicos, o que leva o Poder Judiciário a não ter como dar uma celeridade maior em seus julgamentos.

Poucos sabem que o número de Juízes é o mesmo que há dez anos, no entanto a procura por soluções junto ao Poder Judiciário aumentou estratosfericamente. O desafio agora é saber utilizar a gestão de pessoas (servidores que compõem a estrutura do Poder Judiciário), visando prepara-los para usar as ferramentas modernas na área eletrônica, e a melhora no atendimento a população, para que percebam que podem contribuir ainda mais com o crescimento institucional. Para isto não basta só os gestores exigirem, mas sim instituírem políticas em que o servidor sinta o prazer de estar ali e que treinado possa ter garantias de que terá uma avaliação justa e eficaz. Mostrar a eles que a gestão de pessoas visa atingir um bem maior, que é o atendimento a população e a celeridade processual.

Os gestores tem um papel importante neste processo, haja vista que serão eles que elaborarão parâmetros a serem alcançados. E que para isto ocorra o próprio órgão deverá receber uma avaliação, buscando subsídios que importarão em quais mudanças devam ser efetivadas para se chegar a um objetivo positivo. Percebe-se que em poucos anos com a instalação de processos digitalizados, facilitou se em muito o trabalho dos operadores do direito. Porém de nada adianta ter um aparato eletrônico, se os servidores não tiverem a consciência que estas mudanças estão vindo para modernizar, dar uma maior transparência, acelerar as decisões e melhorar o atendimento aos cidadãos. E isto só se alcança com treinamentos objetivos que mostrem a importância do uso da tecnologia e quais serão os resultados que serão alcançados.

É natural do ser humano ser resistente ao novo, ao desconhecido. Toda a máquina estatal sempre foi por deveras burocratizada, onde tudo devia estar disposto em papéis. Então para efetivar estas mudanças e aproveitar o desenvolvimento de novas tecnologias para um desenvolvimento operacional dos atos, deve primeiro buscar subsídios comprovados de que o uso da tecnologia facilita a vida das pessoas, e muito mais as carreiras do Poder Judiciário, que estão sem dúvidas sobrecarregadas pelo excesso de demandas. E como se quebra paradigmas? Só com terinamento e capacitação das pessoas envolvidas, sejam elas servidores e os operadores do direito. Porque com certeza anos de burocracia não serão fáceis de serem quebrados.

O treinamento tem com principal objetivo adequar os servidores a realidade da justiça, em termos de fluxos, tramitação de processos e competências das varas. Visa preparar os servidores para uma forma diferente de trabalho, o qual se torna necessário considerando as mudanças rápidas que a sociedade enfrenta, principalmente no campo da informática. Mas embora seja uma novidade no sistema judiciário com os servidores preparados e treinados, pode ser uma ferramenta utilizada em favor da justiça. Ao falarmos de treinamento de pessoas para o uso de novas tecnologias, na melhoria do atendimento ao público e no cumprimento de objetivos a serem alcançados, não podemos nos esquecer de um ponto importante, ou seja, na criação de parâmetros objetivos de avaliações periódicas dos servidores os quais alcançando os objetivos propostos possam evoluir na carreira.

Vivemos em um período de mudanças rápidas e frequentes, e com excesso de demandas, onde a rapidez e eficácia tornam-se cada vez mais importante. E nesse contexto a velha logística processual onde todas as fases são autuadas em volumes, chegando-se ao final a constituir-se quase em um livro, todo ele digitado, lavrado e imprimido não se sustenta mais. Haja vista que para processar tantos documentos gasta-se um tempo grande e precioso, que certamente se forem adotados em todos os tribunais um instrumental eletrônico com segurança da certificação digital, ocorrerá uma celeridade processual e com certeza facilitará a vida e o tempo dos usuários da justiça, dos funcionários do Poder Judiciário, dos operadores do direito, e também dos órgãos policiais e de fiscalização.  E porque facilitará o trabalho e eficácia dos outros orgãos? Simplesmente pelo fato da certeza de que as informações referentes às decisões e atos judiciais dispostas nos sistemas de consultas são atuais e estão em vigor. Citamos por exemplo um mandado de busca e apreensão de um veículo. No momento em que o mandado fosse expedido seria inserido em sistemas de consultas disponíveis para as auitoridades judiciais, do ministério público e dos orgãos policiais, fazendo com que o cumprimento desta ordem fosse mais rapida e eficaz.

O instrumental eletrônico gerenciado e utilizado por pessoas estimuladas e capacitadas, certamente trará benefícios para todos e principalmente para a sociedade, que anseia por uma justiça justa e com celeridade. Porque uma justiça eficiente e rápida trará mais segurança juridica e evitará a sensação de impotência e impunidade, que infelizmente é muito frequente na mente de uma grande parte da população.