Democracia à distância


PorAnônimo- Postado em 09 setembro 2009

Em apenas um ano, de 2007 a 2008, o número de brasileiros que aprendem com cursos a distância quase dobrou, pulando de 397 mil para 761 mil as indicações são de que, neste ano, as matrículas continuem a crescer com rapidez.Neste ano, o governo federal anunciou um plano bilionário para a formação de professores em todo o país, viável apenas por causa das novas tecnologias. Na semana passada, o governo de São Paulo seguiu a mesma trilha, ao lançar uma universidade virtual, com direito à transmissão direta pela TV.O que está acontecendo, em resumo, é a soma de novas possibilidades tecnológicas trazidas pelas mídias digitais, à generalizada convicção, entre os mais pobres, de que, sem diploma de ensino superior, eles empacam e, para completar, a disposição das empresas em bancar o estudo dos funcionários.É o que se vê nas edições especiais dedicadas à escolha das melhores empresas para trabalhar. Na imensa maioria delas, além da capacitação interna, são oferecidas bolsas para graduação, mestrado, doutorado, MBAs, além de idiomas. A Google banca 75% dos cursos que nada tenham a ver diretamente com o trabalho. Basta o indivíduo querer estudar, já está valendo o estímulo.Há uma crescente percepção de que não existe mais estabilidade e a melhor empresa, portanto, não é necessariamente aquela que oferece os salários mais altos, mas um ambiente de aprendizagem acoplado a um plano de incentivos ao progresso individual-aí sim está à chance de estabilidade no mercado de trabalho.Daí se entende o desmonte de um preconceito contra os cursos a distância, vistos com desconfiança, a tal ponto que, neste ano, a greve dos funcionários da USP atacou essa modalidade de ensino. As avaliações mostraram, porém, que, no geral, os alunos que estudam de longe exibem notas melhores.Uma das explicações: eles são mais maduros, trabalham, sabem do valor que aquele conhecimento vai significar rapidamente em suas vidas. Portanto, são mais motivados e disciplinados, afinal é necessário estudar sozinho à noite ou nos finais de semana em casa.Quando olhamos o Brasil pelos políticos e seus palácios, parece que pouca coisa muda -e aí vemos debates que vão da corrupção aos diplomas suspeitos. Mas quando olhamos pelas centenas de milhares de pessoas estudando sozinhas à noite na tela de um computador, vemos que muita coisa está mudando.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/colunas/gd310809.htm

Comentário: A matéria acima faz um relato dos cursos a distância, e sua proliferação. Em 2007 a 2008, o número de brasileiros que aprendem com cursos a distância quase dobrou, pulando de 397 mil para 761 mil- as indicações são de que, neste ano, as matrículas continuem a crescer com rapidez. Essa é uma maneira para as empresas dar treinamento a seus funcionários sem ter que fazer grandes investimentos com cursos caros e demorados. A empresa IBM, que, por 16 anos seguidos, é a campeã mundial de registro de patentes e investe, por ano, cerca de R$ 12 bilhões em pesquisa muito mais que o Brasil."Como vamos manter as pessoas preparadas e com disposição para inovar se elas não aprendem permanentemente?", pergunta Osvaldo, que, com 27 anos na IBM, também tira proveito do ensino a distância misturado com aulas presenciais num MBA de gestão de pessoas da Fundação Dom Cabral (MG) Esse é um detalhe de uma das mais interessantes novidades brasileiras- aliás, poucas tendências são tão extraordinárias no país.
Márcia Aparecida Moreira
Acadêmica de Direito da Universidade Federal de Santa Catarina
Disciplina: Informática Jurídica