Deficiências de aprendizagem nas organizações (SENGE)


PorWoszezenki- Postado em 27 abril 2011

 

Senge destaca algumas deficiências de aprendizagem que ocorrem nas organizações:

Eu sou meu cargo: As vezes confundimos o cargo que ocupamos com nossa própria identidade, acreditando que somos o que fazemos, ou somos o cargo que ocupamos. A maioria das pessoas “fazem seu trabalho” considerando os limites do próprio cargo. Contudo, quando as pessoas na organização se concentram exclusivamente no cargo que ocupam, elas se sentem pouco responsáveis pelos resultados obtidos em conjunto. De fato, na maioria das vezes, os profissionais não estão focados na visão, na missão e nos valores da organização. Quanto mais preso estivermos no nosso cargo, maior a dificuldade de explorar novas possibilidades na organização.

O inimigo está lá fora: Quando as coisas não dão certo, temos a propensão de encontrar alguém ou algo, uma razão externa para culpar. Isto resulta da síndrome de “eu sou meu cargo” e da forma não-sistêmica de olhar o mundo (a organização) (a forma de ficar apenas preocupado com o aqui e agora e não com a globalidade do sistema, as relações do sistema). Ao nos concentrarmos apenas em nossos cargos não conseguimos enxergar como nossas ações ultrapassam nossas fronteiras e podem nos trazer conseqüências que tenderemos a atribuir à causas externas. Essa deficiência de aprendizagem além impedir a detecção de mecanismos eficazes para lidar com os problemas que ocorrem “aqui dentro”, aumentam a distância entre nós e o “lá de fora”.

A ilusão de assumir o controle: A moda é ser pró-ativo. Mas o que é visto como proatividade é, muitas vezes, a reatividade disfarçada. A maioria dos atos organizacionais está direcionada para combater o inimigo que está lá fora. A verdadeira proatividade consiste em perceber qual é a nossa contribuição para os nossos próprios problemas. É um produto da nossa maneira de pensar, e não do nosso estado emocional.

A fixação em eventos: As ameaças às organizações não provêm de eventos súbitos, repentinos, mas de processos lentos e graduais. A aprendizagem não prospera numa organização onde as pessoas só pensam em eventos de curto prazo. As conversas nas organizações giram sempre em torno de eventos: as vendas do mês passado, cortes no orçamento, faturamento do trimestre, quem foi promovido e quem foi demitido, o novo produto que o concorrente acaba de lançar e assim por diante. Para todos esses eventos encontramos explicações imediatas, ligadas diretamente aos fatos, nos impedindo de ver as mudanças a longo prazo que estão por trás desses eventos e compreender suas verdadeiras causas.