Na posição de observadores falamos do que ocorre com um organismo em uma situação específica e nesse caso estamos em uma situação peculiar, porque temos, ao mesmo tempo, acesso a estrutura do meio e a estrutura do organismo. Dessa forma, podemos considerar as várias maneiras pelas quais ambas poderiam ter mudado ao se encontrar.
Analisando sob essa perspectiva, as mudanças estruturais que de fato ocorrem numa unidade surgem como "selecionadas" pelo meio, em consequência do contínuo jogo das interações. Assim, o meio pode ser compreendido como um contínuo "seletor" das mudanças estruturais que o organismo experimenta em sua ontogenia.
E o mesmo acontece com o meio. Em sua resposta histórica, ele ou os seres que com ele interagem operam como seletores de suas mudanças estruturais. O acoplamento estrutural é sempre mútuo e recíproco, organismo e meio sofrem transformações.
Nessas circunstâncias - e diante desse fenômeno de acoplamento estrutural entre os organismos e o meio como sistemas operacionalmente independentes, a manutenção dos organismos como sistemas dinâmicos em seu meio aparece como centrada em uma compatibilidade organismo/meio. É o que Maturana e Varela (2001, Páginas 114-115) chamam de adaptação.