CAPÍTULO 1 – A ORGANIZAÇÃO PÚBLICA COMO OBJETO DE APRENDIZAGEM
O leitor é levado a refletir e questionar a visão esteriotipada da burocracia pública como um mecanismo impessoal, uma vez que, por trás de cada contato do ser humano com organizações públicas, existe uma longa e complexa cadeia de eventos, percepções e comportamentos humanos que permeiam a vida diária de muitas outras pessoas.
Na realidade, as organizações são resultado de ações humanas individuais, com sentido e significado. A organização pretensamente impessoal é ocenário de um mundo muito pessoal.
As ações dos cidadãos que trabalham nas organizações públicas são guiadas por seu conhecimento, visão de mundo ou compreensão da vida organizacional, bem como de seu entendimento sobre o papel dos órgãos de governo e sobre as pessoas que neles trabalhavam. Com base neste presuposto, é possível entender melhor como os teóricos refletem e problematizam sobre o governo público, considerando que todo teórico escolhe ressaltar alguns pontos e esconder outros, conforme determinados interesses. Toda teoria convida à ação.
Neste sentido, o autor estimula uam visão mais cética e a necessidade de observar várias teorias, para analisar a vida em geral de modo mais amplo.
Em termos de linguagem, devemos sempre nos perguntar o que se diz, o que se deixa de dizer e o que se deve dizer na sequência. Este último ponto é particularmente importante, porque, como se viu em discussão anterior, a teoria convida à ação.
Para superar as possíveis restrições oriundas das teorias, impõe-se uma abordagem alternativa, com as seguintes características: identificar a administração pública mais como um processo do que como algo que ocorre dentro de um tipo particular de estrutura (por exemplo, hierarquia); e enfatizar a natureza pública deste processo, em vez de sua conexão ou ligação com sistemas formais de governo.
Por fim, o autor fecha o capítulo com a seguinte reflexão: “A administração pública se interessa pela gestão dos processos de mudança que visam atingir os valores societários publicamente definidos”