A prática reflexiva, surge do entendimento conceitual e operacional da Biologia do Conhecer e da Biologia do Amar como aspectos da realização espontânea de nosso viver e conviver. As noções fundamentais da epistemologia e da biologia resultou a criação do Instituto Matríztico juntamente com a colaboração de Ximena. Antes de mencionar sobre a reflexão da prática, Maturana retoma de que maneira operamos nosso viver cotidiano, postulando a seguir:
Observador e observado: o observador é visto como separado do objeto observado;
Experiência: é a distinção que observador faz do mundo em que vive através do linguajear;
Conservação: o ser vivo existe, vive num fluir de mudanças estruturais em torno da conservação de sua autopoiese;
Sistema Nervoso fechado: o sistema nervoso não sabe se o que o organismo vive no cotidiano, não distingue ilusão ou percepção.
Emocionear: as emoções guiam nosso viver racional. Então, aquilo que distinguimos quando diferenciamos emoções, em nós mesmos e nos outros são "domínios de ações".
Linguajear: é modo de conviver e ocorrer no fluir recursivo de coordenações de coordenações de fazeres consensuais;
Conversar: a conversa é o entrelaçamento entre o linguajear e o emocionear;
Cultura: é uma rede "fechada de conversações", por isso a grande diversidade de culturas, surgidas como diferentes modos de viver;
Amar: é a única emoçào que amplia o olhar e expande o ver, o ouvir, o tocar, o sentir.
Realidade e existência: a realidade é uma noção explicativa. E a existência se constitui com operar, o fazer no seu viver;
Presente: existimos como presente contínuo e que as noções de tempo e passado são noções explicativas;
Determinismo estrutural: é o operar humano e como observador que descreve e explica seu viver e seu fazer com coerência de seu viver e operar;
Acoplamento estrutural: é a dinâmica de mudança estrutural congruente do ser vivo e do meio em que surge e se conserva e a realização de congruência operacional dinâmica num presente cambiante.
MATURANA, H. R., YÁÑES, X. D. Habitar humano: em seis ensaios de biologia-cultural. In: ________. Reflexões sobre terapia e minhas conversas com Ximena Dávila sobre a libertação da dor cultural. São Paulo: Palas Athena, 2009. 167-201.