O filme Home foi produzido, em 2009, pelo jornalista, fotógrafo e ambientalista Yann Arthus-Bertrand. Trata-se de um documentário que apresenta as transformações que ocorreram no Planeta desde as primeiras manifestações de vida até o surgimento do ser humano. Apesar da diferença milenar de tais eventos, mostra a vida como um conjunto de fatores, um plural formado de minúsculas e exclusivas singularidades que atuam concomitantemente: tudo está diretamente ligado e partilhado, nada vem a ser autossuficiente.
No entanto, para que esse aglomerado mantenha-se em perfeito equilíbrio é necessário que todos os fatores colaborem para tal. Desde o surgimento do homem, há 200 mil anos atrás, contínuas transformações vêm ocorrendo e perturbando o que estava estabelecido por quase 4 bilhões de anos de evolução. A agricultura foi a primeira grande revolução, deu origem às civilizações e facilitou a expansão das mesmas. Em seguida, o petróleo marcou uma nova era, transformou rapidamente o planeta e em proporções muito maiores do que tudo que ocorrera até então. Foi com todas as invenções e descobrimentos posteriores que se têm hoje as grandiosidades de Los Angeles, Tóquio e Las Vegas e demais polos de consumo e sofisticação. Em contrapartida, foram as mesmas invenções e descobrimentos que geraram a desigualdade social, desgaste ambiental e danos incomensuráveis ao Planeta Terra. É dessa desarmonia que se retira a essência do filme: lembrar à humanidade que suas ações não possuem limites ou barreiras geográficas, elas acabam por causar efeitos que se alastram para além da nossa espécie, da nossa cidade e daquilo que conhecemos.
É necessário que tenhamos a ideia de conjunto e que saibamos que o destino do Planeta de nós depende. “É tarde demais para ser pessimista”, temos pouco tempo para reverter nosso modelo consumista e nos tornarmos conscientes da extensão de nossa destruição, para que, já daqui em alguns anos, a harmonia seja restabelecida.