Aírton José Ruschel
Palavras-chave: e-science, multidisciplinaridade, observatório, mapa, mashup
Conforme Fábio Reynol, colunista da Agência FAPESP, todos os dias, em diversas áreas da ciência, acumulam-se quantidades gigantescas de dados resultantes de pesquisas nas diversas áreas do conhecimento. Um importante problema é que grande parte dessa informação acaba perdida ou subaproveitada por falta de integração com a área de computação. Foi pensando nessa demanda e em ampliar a pesquisa em computação no Estado de São Paulo que a professora Claudia Bauzer Medeiros, do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), reuniu nesta quarta-feira (26/11) vários professores e pesquisadores da área no Workshop Programa FAPESP de Computação, realizado na sede da Fundação.
O evento teve por meta elaborar um projeto para a criação de um programa de pesquisa em computação apoiado pela FAPESP. A ideia é organizar e otimizar o apoio às diversas áreas do conhecimento que dependem de auxílio computacional em seus trabalhos.
“A proposta seguirá o conceito de e-science [1], que prega a computação como ferramenta para cooperação, comunicação e aprimoramento de atividades científicas. O projeto deverá ser submetido no início do ano que vem à FAPESP, que analisará a viabilidade do novo programa”, disse Claudia. Segundo ela, a ideia é fornecer um apoio importante aos demais programas da FAPESP, entre os quais o Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (Biota), o Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) e o Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG).
Após uma exposição de Claudia sobre aplicações da computação em diversas áreas no Brasil e no mundo, os pesquisadores presentes listaram os principais desafios enfrentados em suas unidades, entre os quais a multidisciplinaridade [2].
Veja esta reportagem na íntegra no site da FAPESP [3].
O 8º Encontro Ibero-Latino-Americano de Governo Eletrônico e Inclusão Digital [4], realizado em 18 de Novembro na UFSC, conforme o propósito do evento e das manifestações dos participantes, também tem demonstrado ser um ambiente onde a multidisciplinaridade é colocada em questão. Conforme o coordenador do evento e palestrante Dr. Aires José Rover, "temos que aproveitar a tecnologia existente para levar ao cidadão uma melhor prestação de contas das ações do governo".
A aplicação das ferramentas e métodos da Engenharia e Gestão do Conhecimento [5] nas demais áreas do conhecimento, podem gerar um aumento qualitativo das pesquisas e aplicações dos demais setores da sociedade. O Projeto do Observatório do Governo Eletrônico, que está na sua fase inicial de desenvolvimento, já mostrou de que forma os aplicativos de mapas disponíveis na internet podem dar acesso ou uma nova visão para o cidadão, sobre a massa de registros disponíveis hoje nos bancos de dados dos órgãos públicos.
Um exercício prático de como os dados podem ser colocados nos mapas do Google e disponibilizados na internet, foi apresentado, durante um curso na 8ª SEPEX [6] pelo Prof. Aírton José Ruschel. Neste curso sobre Mashup [7] foi mostrado detalhadamente de que forma dados sobre os atestados de óbitos disponíveis no site da Secretaria da Saúde poderiam ser trabalhados e georeferenciados no mapa do Google e disponibilizados em um site para análise da comunidade. Veja o curso na internet [8].