A vitória da turma do pijama


PorEduardo Franco- Postado em 14 setembro 2011

A maioria dos funcionários adora trabalhar em casa. Ótimo! Porque as empresas descobriram que isso também é excelente pra elas.

Já faz alguns anos que trabalhar de casa, usando pantufas e podendo fazer uma pausa para ver o último episódio de House, vem sendo anunciado como o futuro do trabalho. Finalmente, chegou a hora da turma do pijama: com a preocupação com o ambiente aumentando e as tecnologias que possibilitam o trabalho remoto, como a banda larga, se tornando cada vez mais baratas, trabalhar de casa está virando prática corriqueira. Levantamento da associação WorldatWork, voltada para o equilíbrio entre vida e carreira, mostra que, no ano passado, 33,7 milhões de americanos trabalharam de casa ou de outro lugar remoto ao menos uma vez por mês, um aumento de 43% em relação a 2003.

Para as empresas, a prática é lucrativa. A companhia americana de planos de saúde Scan Health obteve um retorno de 40% nos investimentos que fez, ao permitir que 15% dos funcionários trabalhassem de casa 2 a 4 dias por semana. Na Cisco, os ganhos foram de mais de US$ 270 milhões por ano. O lucro vem do gasto menor (e mais inteligente) com infraestrutura e da maior produtividade: um funcionário em home office rende até 20% mais do que o do escritório.

A principal razão para esse ganho é que a maioria das pessoas gosta de trabalhar em casa. Para quem tem filhos, é uma oportunidade de ficar com as crianças um pouco mais de tempo. O teletrabalho reduz o estresse e eleva o moral dos funcionários, segundo levantamento da Universidade Pensylvannia State, que fez uma revisão de 46 estudos sobre o tema. Na Cisco, 91% dos funcionários que trabalham de casa estão satisfeitos com o arranjo, o que é uma ferramenta poderosa na hora de reter talentos. Principalmente as mulheres e os jovens, que querem flexibilidade e equilíbrio entre vida pessoal e carreira.

Além de lucrativo e menos estressante, o teletrabalho é sustentável: ajuda a economizar combustível na ida para o trabalho e a diminuir o trânsito nas grandes cidades. Com tantas vantagens, não é à toa que escrever relatórios de pantufas vai se tornar cada vez mais comum.

 O que vale é o resultado

Para permitir que as pessoas trabalhem fora do escritório, é essencial mudar a maneira como se avalia o trabalho. Em vez de horas trabalhadas, passa-se a medir a produção. É o ROWE (de results-only-work-environment, ou "ambiente de trabalho focado em resultados"). O nome foi dado por Cali Ressler e Jody Thompson, duas funcionárias de RH que, em 2003, mudaram a forma de trabalhar da empresa americana Best Buy. Os funcionários da rede estavam estressados, e a produtividade vinha caindo. A solução foi radical: em vez de julgar o tempo que as pessoas passavam no escritório, passaram a focar os resultados. Na empresa,dá pra passar a tarde no cinema, desde que o trabalho seja entregue. A estratégia aumentou a produtividade em 41% e diminuiu a rotatividade de funcionários em 90%.

SÓ TOME CUIDADO COM O PIJAMA DE URSINHO: O SEU COLEGA PODE PEDIR UMA VIDEOCHAMADA com skype OU msn A QUALQUER HORA.

http://super.abril.com.br/cotidiano/vitoria-turma-pijama-620319.shtml

__________________________________________________________________________________________________________________________________

 

Em tempos de computadores com preços consideravelmente baixos, assim como fácil acessibilidade à rede mundial, facilitam a implantação da forma de trabalho remoto conhecida hoje como teletrabalho, ou ainda, home-office.

A alternativa é lucrativa, não só às empresas que economizam com os aluguéis e impostos de uma estrutura física. Os benefícios se estendem aos empregados, que podem, dessa forma, conciliar suas vidas profissionais às pessoais. Talvez, o que mais seja benéfico nessa estratégia, para o trabalhador, seja a manutenção do seu bem-estar. Não existe a pressão por resultados da mesma que na forma habitual de trabalho. O trabalhador controla sua hora de trabalho, se comprometendo a alcançar seus resultados ao fim do dia.

Outro fator que essa forma de trabalho atinge é a sustentabilidade, pois os trabalhadores não precisam se deslocar de suas casas ao escritório, por exemplo, e dessa forma, se diminui a liberação de CO2 na atmosfera e ainda se economiza com os gastos de locomoção. Ainda, visto os problemas que grandes cidades enfrentam com relação a grandes congestionamentos e dificuldade em locomoção, o home-office evitaria a perda de tempo resultante da ida e vinda ao trabalho, e contribuiria, ainda, à mobilidade urbana.

Bons motivos não faltam à implantação do teletrabalho. Porém, alguns fatores devem ser considerados: as vídeochamadas não substituem, na sua plenitude, as relações entre colegas de trabalho. O fato é que o relacionamento entre colegas pode ser de grande utilidade em atividades que exijam criatividade, por exemplo. Por essa razão, o trabalho remoto deve ser estudado e analisado antes de ser implantado como forma de uma forma de substituição.