Viagens em Troia com Freire: a tecnologia como um agente de emancipaçãoI


PorRoger Lamin- Postado em 03 novembro 2017

Autores: 
Paulo BliksteinIL
Resumo
 
A rápida penetração de novas tecnologias na escola constitui uma
oportunidade para a disseminação da filosofia de dois importantes
teóricos da educação: Seymour Papert e Paulo Freire. As
tecnologias digitais possibilitam formas diversas e inovadoras de
trabalhar, expressar e construir. Essa adaptabilidade camaleônica
da mídia computacional promove diversidade epistemológica
(TURKLE; PAPERT, 1991), criando um ambiente no qual os alunos,
na sua própria voz, podem concretizar suas ideias e projetos com
motivação e empenho. Este artigo descreve uma implementação
conduzida em uma escola pública brasileira e gera uma série de
princípios de design de ambientes Papert/Freireanos, analisando
o empenho intelectual e emocional dos estudantes, suas trajetória
de aprendizado e a complexidade de seus projetos, que variaram
de robôs controlados por computador a filmes de ficção científica.
O artigo discute um modelo de implementação com quatro
componentes: primeiro, identificar um tema gerador relevante para a
comunidade; segundo, partir da cultura e da experiência tecnológica
da comunidade como base para a introdução de novas tecnologias;
terceiro, deliberadamente usar uma abordagem de mídia mista,
em que alta e baixa tecnologia coexistem; por fim, deslocar certos
protocolos sociais e comportamentais considerados normais nas
escolas, mesmo aqueles aparentemente irrelevantes para o ensino
e a aprendizagem. Conclui-se que tal utilização de tecnologias
expressivas pode ser um poderoso agente de emancipação à Paulo
Freire e, em especial, em comunidades economicamente carentes.
 
Palavras-chave
 
Construcionismo — Pedagogia crítica — Tecnologia — Emancipação —
I-  Robótica.