SIMBOLOS:A HIPÓTESE COGNITIVISTA


Porbetitah- Postado em 05 maio 2011

O tema ciência cognitiva e experiência humana é abordado a partir da exposição das raízes históricas do cognitivismo, a ideia central que é que a análise da mente pode fornecer uma contrapartida natural para as atuais concepções cognitivistas.
Os autores colocam que os anos de formação da ciência da cognição foram entre 1943 e 1953 e que o tema sempre foi considerado profundo e difícil de acompanhar. Na época seus “fundadores”observaram que se tratava do surgimento de uma nova ciência e a batizaram com o nome de cibernética com a intenção manifesta de criar uma ciência da mente. Esta designação não é mais usada e muitos cientistas da cognição sequer reconhecem a existência de um parentesco, mas independente de qualquer polêmica, a fase cibernética produziu um conjunto extraordinário de resultados concretos com grande influência até os dias de hoje como:
 O uso da lógica matemática para compreensão do sistema nervoso;
 A invenção de máquinas de processamento de informação(ex:computadores digitais)que viriam a estabelecer a base para a inteligência artificial;
 O estabelecimento da metadisciplina da teoria de sistemas que teve e etem uma influência nítida em muitos ramos da ciência;
 A teoria da informação como uma teoria estatística de sinais e canais de comunicação;
 Os primeiros sistemas auto-organizáveis.
Embora muitas destas noções e ferramentas possam ser consideradas parte integrante da vida hoje, nenhuma delas existia antes da década formativa da ciência cognitiva.
Os participantes do movimento cibernético consideravam que o estudo dos fenômenos mentais havia permanecido muito tempo nas mãos de psicólogos e filósofos e sentiam-se motivados a exprimir os processos subjacentes aos fenômenos mentais em mecanismos explícitos e formalismos matemáticos.Um exemplo deste modo de pensar teve como referência um artigo que deu o start para dois passos fundamentais:
O primeiro foi a proposta de que a lógica é a disciplina adequada para compreender o cérebro e a atividade mental;
O segundo a afirmação de que o cérebro é um aparelho que incorpora princípios lógicos nos seus elementos componentes ou neurônios.
Neste caso cada neurônio é visto como um mecanismo de limiar podendo estar ativo ou não, e podendo ser ligado a outros (uns com outros) desempenhando nas suas interligações o papel de operações lógicas, de modo que o próprio cérebro podia ser considerado como uma máquina dedutiva.
Estas ideias foram centrais para a invenção dos computadores digitais, sendo que este desenvolvimento tecnológico constituiu a base para a abordagem dominante do estudo científico da mente que viria a cristalizar na década seguinte como o paradigma cognitivista. Ainda ocorrem discussões sobre a lógica ser ou não suficiente para compreender as ações do cérebro.
Teorias e modelos alternativos foram apresentados, sendo que a maior parte ficou em stand by até os anos 70 quando ressurgiram como uma alternativa importante em ciência da cognitiva.
Assim como 1943 foi o ano em que nasceu a fase cibernética, 1956 foi o ano que viu nascer o cognitivismo.Em 1956 novas vozes formularam ideias que viriam a se tornar linhas mestras da ciência cognitiva moderna, a intuição por trás dela era a de que a inteligência (incluindo a humana) assemelha-se de tal modo a computação que a cognição pode ser definida como processos computacionais baseados em representações simbólicas.
O argumento cognitivista é que o comportamento inteligente pressupõe a capacidade de representar o mundo como sendo exato, por conseguinte o problema é o modo como correlacionar a atribuição de estados intencionais ou representacionais (crenças, desejos, intenções, etc.) com as transformações físicas sofridas por um agente no decorrer de sua ação.
Os autores resumem o programa de investigação cognitivista da seguinte forma:
• Cognição é um processamento de informação como computação simbólica(manipulação de símbolos com base em regras);
• A cognição funciona por meio de qualquer instrumento que possa suportar e manipular elementos funcionais discretos (os simbolos);
• Um sistema cognitivo funciona adequadamente quando os símbolos representam de modo apropriado algum aspecto do mundo real e o processamento da informação conduz a uma solução bem sucedida ao problema apresentado ao sistema.
As manifestações do cognitivismo são visíveis na inteligência artificial que é a interpretação literal da hipótese cognitivista. O esforço complementar é o estudo dos sistemas cognitivos naturais, implementados biologicamente, em especial os humanos.
O cognitivismo moldou muitos pontos de vista atuais sobre o cérebro.
A ideia de base é que o cérebro é um instrumento de processamento de informação que responde seletivamente às características do meio envolvente.
Embora o cognitivismo envolva questões do cérebro, a psicologia não é co-extensiva a ele nem a ciências da cognição, mesmo assim, existe registro do efeito inicial do cognitivismo sobre ela ter sido libertador.
A metáfora do computador em um sentido muito geral, embora implicitamente cognitivista, na psicologia cognitivista, permitiu uma explosão da teoria do senso comum e sua operacionalização em modelos informáticos e na investigação sobre os seres humanos.