Sem saudade do futuro


Poraires- Postado em 27 março 2009

Hoje eu estava em SP encerrando a orientação de Cláudia e Giuliana no curso de direito e informática da ESA. Após, fomos a um restaurante e encontramos Zé Renato.

Das variadas coisas que falamos em torno do avanço vertiginoso e do uso e abuso das tecnologias ficou claro que depositamos nelas muitas esperanças na solução dos atuais problemas da humanidade. É razoável acreditarmos que o mínimo que as novas tecnologias podem realizar é solucionar os problemas de gestão que aumentam com a complexidade da vida moderna ou pósmoderna. Mudanças desse tipo no judiciário é um bom exemplo de como o mundo poderia ser melhor num futuro próximo.

Ora, essa tese parece ser algo bastante óbvia, uma quase unanimidade. Certamente, poucos concordariam em admitir que tais mudanças mudariam pouco o grau de felicidade dos seres humanos. Todos cremos que haveria um salto qualitativo.

Eu tenho minhas dúvidas. Acho até que esses avanços estão mascarando problemas que tendem a crescer de forma imperceptível e quando surgirem com toda sua força será algo muito dolorido, catastrófico e indecifrável, tanto social como individualmente.

Eu, ao contrário de quando era criança, não estou mais com saudades do futuro. Talvez, porque esteja ficando velho.

Aires,

Acho que entendi seu pensamento sobre a "saudade" que você sente dos tempos de menino, no tempo em que você provavelmente sonhava com um mundo maravilhoso mais ou menos construído nos moldes dos "jetsons"...
Deixe te contar sobre a minha perspectiva, eu, como uma boa descendente de japoneses, adoro tecnologia, invenções para facilitar o dia a dia e aparelhos que para mim parecem pura magia! ganhei um livro de chinês que vem com uma espécie de caneta leitora, você passa pelas frases e ela "lê" para você, dando a pronúncia correta,importantíssimo, no aprendizado de chinês.
Os japoneses fazem um tipo de massa de arroz, chamada - moti, além de um alimento delicioso, é usado em rituais religiosos, oferecido para os deuses e antepassados, um verdadeiro ícone, pois bem, na minha família era tradição levada muito a sério, na minha lembrança, uma festa! até que alguém trouxe do Japão uma máquina de fazer moti! muito prática mas acabou toda aquela festa da família em torno do pilão de bater o arroz e também ficou sem sentido oferecer aos Deuses, aquele moti.
Bom, o que ficou disto...porque também não tenho saudade de imaginar o futuro que não vem com a graça do passado mas convenhamos, que bom que temos a oportunidade de vivenciar todas estas transformações, buscar, escolher e adaptar entre o que há de melhor, inclusive, discutindo aqui em um blog mas também, em torno de uma mesa, com bons amigos e lógico, uma cervejinha gelada!