Reflexões Sobre as Leituras da Disciplina.


Porjuliara- Postado em 21 maio 2013

Amigos, trago aqui uma parte das reflexões que ando realizando com as leituras da disciplina, acrescento à elas os livros: "De máquinas e seres vivos: Autopoiése - a organização do vivo" (Maturana e Varela) e "Emoções e Linguagem na educação e na política" (Maturana). Coloco minhas reflexões iniciais para que vocês possam acrescentar seus olhares.

O texto foi escrito por mim, mas em cima das leituras e conhecimentos adquiridos em aula.

 

A emoção é biológica. Todas as emoções fundamentam o ser humano. É a emoção do amor atuando no seu domínio biológico que faz liberar uma disposição corporal específica no domínio da ação, que é o humano no social. Explicando melhor: A emoção (“hemo-ação”) é forjada no nível biológico, tanto na unidade celular, quanto na unidade humana, quando desencadeamos uma reação biológica fundamentada no sentimento de amor, optamos por um domínio de ação no nível da interação social, um domínio de ações específicas de cooperação, solidariedade, cuidado e consenso (que, se formos lembrar, remete muito ao quadro da cultura matrística), este domínio de ação é a base do nosso convívio social, aliás, é a emoção que baseou a nossa formação como seres sociais. Fica mais fácil de compreender se aplicarmos essa mesma linha de raciocínio nos baseando em outra emoção, como, por exemplo, quando ativamos nossas “ações hematológicas” sobre sentimentos de ódio, este sentimento desencadeia um outro domínio de ação específico, como a desconfiança e o desejo de domínio, que acabam levando o ser humano à um convívio isolado. Ou seja, se efetivamente não quisermos viver em sociedade, podemos viver em outros domínios de ação, como este, alimentado pela emoção do ódio. Partindo deste princípio, se quisermos continuar vivendo como nos encontramos agora, é só fundamentarmos nosso viver na INDIFERENÇA.

Um outro ponto que é interessante ressaltar, é que não nascemos apenas da emoção, o ser humano surgiu da emergência da razão com a emoção (elemento “T” incluído), e quem foi capaz de explicar essa emergência foi a linguagem. A linguagem é como a água em que vive o peixe, vivemos nela, mas não à enxergamos. Enquanto acharmos que ela, por si só, tem o poder de ferir, de humilhar, de perturbar, continuaremos não enxergando-a. Nós  mergulhamos, e nos “perdemos” tanto na linguagem justamente por ela ser tão absurdamente rica. A linguagem é, sem dúvida, a melhor CRIAÇÃO humana. Ela é a ferramenta que nós habilidosamente desenvolvemos para passar o que sentimos diretamente (pela razão) um para o outro. E a fala, é apenas um dos nossos cinco sentidos, imagina o que faríamos nos comunicando com TODOS os nossos sentidos. Precisamos “desaprender” a falar, aprender a escutar um pouco mais, respirar mais, apreciar mais os odores, sorrir com os olhos, alimentar mais a sutileza, quem sabe começamos a usar mais de 10% do nosso cérebro.

Está na hora de olhar para dentro, impulsionar a nossa capacidade mental para os nossos próprios pensamentos, não é que devemos abandonar o externo, mas o externo já nos deu ferramentas materiais maravilhosas, justamente para que pudéssemos “viver “ sem trabalhar, ou trabalhar menos. E é nesse ponto que surge a idéia de desacelerar, desacelerar para que possamos, de fato, apreciar nossas criações, nossa linguagem, nossas emoções, para que vivamos  realmente, a mente na realidade do presente.

Disponibilizo um link de um artista que gosto muito. Sua músia vai ao encontro de muitas desses reflexões. Boa apreciação!

http://www.youtube.com/watch?v=PNzfIPN4zG4