Processos de crime informático quase duplicam em 2010


PorAnônimo- Postado em 03 novembro 2010

A notícia traz a informação que o número de processos de crimes de informática quase duplicou em Lisboa, passando de 600 no ano passado para 1000 em 2010. Esse dado foi elaborado pelo inspetor-chefe da nona seção de investigação de criminalidade informática, Rogério Bravo.

O responsável diz que o crime de informática mais cometido em Portugal é o chamado “phishing”, isto é, o roubo de passwords e dados de acesso a contas bancárias através de emails fraudulentos – estes que se fazem passar por comunicações de entidades legitimas, como bancos, sites de leilões e até mesmo a própria polícia. O segundo crime mais cometido está relacionado com a pornografia infantil e o terceiro refere-se ao “hacking” – o “arrombar” de sistemas de informáticas de empresas e de páginas da web, por exemplo.

Bravo diz ainda que os crimes de informática podem ser considerados muito próximos ao crime do colarinho branco e nos atenta ao fato de que o impacto social e pessoal destes crimes ainda é subestimado. Ele revela que atualmente, em Portugal, não há nenhum cibercriminoso preso, mas muitos já cumpriram pena – como o exemplo do grupo que pirateava bases de dados.

Ele aponta para o fato de acreditar que os números em escala global não são muito diferentes, uma vez que essa tendência pelo aumento dos crimes de informática é global.

Segundo os dados do relatório, cerca de 65% dos adultos que fazem uso da internet já foram vítimas de alguma espécie de cibercrime, o que leva a Symanteca (desenvolvedora do antivírus Norton) classificar o fenômeno como uma “epidemia digital”.

Em Portugal, segundo Rogério Bravo, os habitantes possuem o hábito de prestar queixas na justiça, antes mesmo de acionar bancos, ao sofrerem com os crimes de informática. Ele ainda salienta que muitos consumidores não conhecem os direitos que possuem e que os bancos são forçados a devolver o dinheiro roubado em um prazo máximo de 60 dias, caso haja fraude com cartão de débito ou crédito. O problema reside na plataforma internet: caso o utilizador tiver caído em um esquema de phishing, a resolução do caso se torna mais difícil.

Outro indicador notável é que 97% dos inquiridos acreditam ser vítimas de crimes de informática, mas apenas 30% apresentam um software de antivírus atualizado. Um crime desta natureza resulta em perdas medidas de 334 dólares e leva cerca de 28 dias para se resolver. “Antes os hackers queriam dar cabo do seu PC. Agora querem dar cabo da sua vida”, concluir.

Comentários:

Nessa pesquisa evidencia-se que, mesmo com todas as dificuldades que o Direito possui para criar regras sobre todas as ações da vida humana, os crimes de informática não só vem sendo informados pelas vítimas, como também vem sendo resolvido e os seus agentes, sendo punidos. Ainda que as estatísticas mostrem, no Brasil, que o povo não faz denúncias ou não se levante contra esse tipo de crime, podemos evidenciar que há a possibilidade de uma mudança para melhor no combate aos crimes de informática – o que acontece com Portugal. Acredito que falte grande conhecimento por parte da população nesse assunto, quais os seus direitos e deveres, quais os meios de se prevenir - o que poderia servir de meta para um governo futuro, talvez, para uma melhor prevenção e menores gastos na conta pública. Se não ocorrer por livre vontade, ocorrerá por pressão; chegará um ponto em que as denúncias e os processos serão tamanhos que mais valerá aos cofres públicas educar a população do que bancar os custos de todos esses processos dentro de um já ineficiente Judiciário.

Fonte: http://www.ionline.pt/conteudo/83163-processos-crime-informatico-quase-duplicam-em-2010