Peopleware: capacitação, participação e multiciplinaridade- análise crítica


PorAlessandra Marq...- Postado em 17 maio 2012

 


Muito fala-se em hardware, software, nas suas atualizações quase que diárias, e em investimentos milionários com intuito de cada vez mais tornar o mundo cibernético atual, vibrante mas infelizmente poucos empresas e governos se preocupam como chamado peopleware, e na capacitação dos usuários cibernéticos, consumidores dos tais hardwares e softwares.


O recurso de peopleware é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento e utilização de todas as ferramentas do e-gov


No item CAPACITAÇÃO o Brasil através do  Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MP, oferece no ano de 2012, alguns eventos de capacitação de seus usuários, servidores do Governo Federal, inclusive eventos dentro da própria Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação - SLTI/MP, cujo órgão central do Sistema de Administração de Recursos de Tecnologia da Informação - SISP, com cursos em ambiente cibernético, ou seja, ensino à distância, analisando tal sistemática, vemos que há uma preocupação do Governo Federal no que tange a capacitar seus usuários – servidores do Poder Público Federal, atingindo tal capacitação âmbito nacional. Outro programa previsto para o ano de 2012 Outro projeto EaD previsto para iniciar ainda em 2012 é o Programa de Desenvolvimento de Gestores de Tecnologia da Informação - DGTI, também emparceria com a ENAP. Dessa forma, o SISP poderá atender à alta demanda, em âmbito nacional, pela capacitação de servidores sobre a Instrução Normativa MP/SLTI Nº 04.


Vê-se, porém que trata de CAPACITAÇÃO em apenas um dos MINISTÉRIOS, caberia ao governo eletrônico  preocupação de capacitar e isto é lógico , com prioridade em capacitar  todos os seus servidores primeiramente, mas deveria e concomitantemente se preocupar com a capacitação dos usuários dos serviços no e-gov. O professor da Escola de Direito e Ciência Política da Universidade Aberta da Califórnia Ismael Peña Lopez diz:


“As coisas podem existir, serem acessíveis, pagáveis e ter pessoas que saibam utilizá-las e mesmo assim não haver uso algum delas. Eu sinceramente duvido que o problema da (falta de) penetração do governo eletrônico seja uma questão de aparelho. É de peopleware (uso pelas pessoas)”.


Neste ponto, ingressamos dentro de um ponto de relevância qual seja, a PARTICIPAÇÃO dos usuários, dentro da Democracia Digital, onde o lema é “ de um Governo para o cidadão”, vemos que pouquíssimas pessoas usam ou se utilizam das facilidades existentes nos sites do e-gov, e isso torna-se claro em uma simples visita aos POUPA TEMPO existentes no Estado de São Paulo, as filas sempre enormes, trazem à realidade o pouco uso das ferramentas já disponibilizadas ao usuário cidadão, o que nos traz a reflexão de que esse processo de uso – participação, ainda esta longe de se tornar uma ferramenta eficaz ao público em geral, visto que não há ainda, uma preocupação sistemática do Governo Federal em habilitar os cidadãos para o conhecimento, alfabetização, quer seja no âmbito na escolaridade fundamental, quer seja no âmbito da educação para os fins de uma DEMOCRACIA DIGITAL.


Vemos, que há utilização da multidisciplinaridade se dá apenas no âmbito da capacitação dentro dos usuários- servidores públicos e que ainda não chega aos usuários públicos, ou melhor pouco chega a esses usuários.


Creio que ainda há muito a fazer pela Administração Pública em tornar o recurso de e-gov, como sendo um método eficaz para por fim a elevada burocatrização existente em nosso país, ainda falta muito investimento em tornar nossos servidores públicos sujeitos eficazes no uso da ferramenta de várias , simplificando a vida de outros usuários, na linha final da arquitetura digital, existe a clara preocupação governamental de colocar em prática serviços cada vez mais fáceis, acessíveis e que tenham operabilidade, mas tal preocupação diverge da prática textualmente.


O recurso de peopleware é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento e utilização de todas as ferramentas do e-gov


Deve haver muito mais sinergia no uso e constantes modificações de softwares,  hardwares com peopleware, há sim, constantes upgrades de sistemas mas pouco upgrade de capacitação de pessoas.


A gestão de dados e informações , conceitualmente é ferramenta de suma importância no âmbito da Tecnologia da informação mas sem o recurso humano (peopleware), a tecnologia perde sua funcionalidade, então porque não há mais investimentos e “pesados” investimentos nessa área? A pergunta apenas deixa no ar uma reflexão crítica ao que no Brasil, ainda estamos engatinhando, quer seja, no âmbito da educação fundamental, quer seja, no âmbito da educação cibernética à nível educacional fundamental.


 


ALESSANDRA MARQUES DE LIMA


PÓS GRADUANDA EM DIREITO E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO – ESA/MAIO-2012.