O Homem e o Mundo, Uma Relação Desarmônica


PorAnônimo- Postado em 31 março 2010

Com base, dentre outros conhecimentos, no documentário “A Última Hora” foi possível constatar que a sociedade atual – entende-se aqui por sociedade a “aldeia global”, formada pelos diversos povos que se influenciam reciprocamente através dos variados meios de comunicação, como internet, mídia impressa e televisiva, telefonia, dentre outros – apresenta características marcantes as quais geram conseqüências sem precedentes históricos, talvez por isso tornem-se tão especulativas as tentativas de solucionar as crises recentemente identificadas e aceitas como verdadeiras por grande parte da coletividade e da comunidade acadêmico-científica.
Podem-se considerar como parte das peculiaridades da sociedade contemporânea o consumo exacerbado de produtos e, conseqüentemente dos recursos naturais necessários a sua confecção; um grande individualismo, responsável por fazer com que a humanidade sinta-se separada e independente da natureza (e do planeta), resultando por sua vez no comportamento oportunista e egoísta das pessoas. Esses fatores podem ser tanto a causa quanto a conseqüência de um sistema com foco no desenvolvimento desenfreado através de critérios puramente econômicos, sem viés de sustentabilidade.
Os resultados dessa conduta são visíveis, resultando, inicialmente, em um processo de escassez dos recursos, com conseqüente desequilíbrio ambiental e redução da biodiversidade, posteriormente, na liberação de gases e particulados que poluem a atmosfera e, por conseguinte, hidrosfera e litosfera; esses gases, por vezes, participam da ampliação do efeito estufa, agente fundamental no processo de aquecimento global.
Embora persistam controversas entre especialistas, o homem médio já é ciente, se não das conseqüências, ao menos da existência dos problemas. Contudo, pouco se percebe de concreto, no que diz respeito a ações que visem mitigar esses efeitos. É cabível, portanto, citar algumas, mesmo que por vezes distantes de ser praticadas; medidas que visem incentivar o consumo racional e reutilizar produtos; produção de metas e regras mundiais no que tange a esfera ambiental, juntamente com rígida fiscalização e punição as pessoas e empresas que violarem tais regras; criação de fundos mundiais com repasse de recursos financeiros aos países que possuem reservas “estratégicas” de recursos naturais, para que esses possam desenvolver-se sem necessidade de explorá-las.
Por fim, surge a necessidade de uma mudança de paradigma universal, de um padrão de desenvolvimento econômico para um desenvolvimento sustentável (pode-se definir desenvolvimento sustentável como a capacidade de atender as necessidades atuais, proporcionando o devido desenvolvimento econômico, sem privar as gerações futuras o acesso aos recursos existentes), visando assim garantir a subsistência da coletividade na Terra, preferencialmente sem a necessidade de antes ocorrer um colapso que – com os devidos prejuízos- torne essa a única possibilidade existente.