O cérebro no Império Cibernético: de Huxley à Lafontaine


PorAnônimo- Postado em 24 junho 2009

Da segunda metade do século passado para cá vimos surgir um grande movimento cibernético que originou o que se denomina de sociedade informatizada. Parecia longe e louca a idéia de Huxley (Admirável Mundo Novo) em relação ao homem-máquina, mas, esse “tempo” chegou e cada vez mais e com muito mais velocidade. A moderna cibertultura descrita por Celine Lafontaine (O Império Cibernético), retrata como o computador é modelado em funçăo de uma representaçăo operacional da razăo (LAFONTAINE:49-50) o que o aproxima do cérebro. Se dúvidas existiam sobre a real possibilidade dessa aproximação o Brain Computer Interface mostra que é viável. Esse sistema foi desenvolvido por investigador do Hospital / Universidade de Genéve que pertence ao Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da FCTUC. Esse sistema faz parte do projeto Europeu BACS – Bayesian Approach Cognitive Systems. Por meio desse sistema é possível fazer o controle remoto de um robô por ondas cerebrais e visão. Essa inovação tecnológica permitirá maior mobilidade e autonomia às pessoas portadoras de limitações físicas. Afirma o coordenador do projeto que : “com um simples e discreto dispositivo de elétrodos, cidadãos com necessidades muito especiais, por exemplo, tetraplégicos ou acamados, terão autonomia para realizar tarefas quotidianas como atender o telefone, pedir ajuda, abrir a porta, abrir o frigorífico, etc.. Este sistema terá, sem dúvida, grande utilidade social”. Retornando à Celine Lafontaine,embora deixe transparecer um certo pessimismo em relação à sociedade informacional pela quebra da afetividade que ela pode gerar ou pela imprevisibilidade de suas consequências é inegável que os avanços tecnológicos trazem aspectos muito positivos para a humanidade em áreas muito importantes como a saúde, a educação, a genética, dentre outras.Certo é que assim como as inovações tecnológicas auxiliam o desenvolvimento da humanidade como um todo pode e deve ser usada a pelos governos em favor da sociedade criando formas de comunicação com a sociedade não somente no sentido de prestação de contas (accontability), mas, desenvolvendo tecnologias a favor da democracia, da participação efetiva da população nas escolhas e nas decisões. É o acesso às informações e serviços oferecidos pelos governos que proporcionará a aproximação dos cidadãos daqueles que os representam nos Estados.