Notícia-Prefeitura e Fiesp discutem teletrabalho e empregabilidade de pessoas com deficiência


PorCariny Pereira- Postado em 27 abril 2011

 

Notícia:(Ter, 26 de Abril de 2011)

 

Visto como opção prática para trabalhadores com deficiência, o teletrabalho também pode contribuir para o isolamento social dessas pessoas ou servir para que empresas cumpram a lei de cotas sem promover uma verdadeira inclusão.

Para debater o futuro, riscos e vantagens dessa forma de relação profissional, a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo promovem dia 3 de maio, o 1º Seminário de Teletrabalho na Cidade de São Paulo. Trabalhar em casa, mas com carteira assinada, é a aspiração de muitas pessoas e já é realidade para milhares de brasileiros.

Não há estatísticas sobre qual percentual desses trabalhadores é composto por pessoas com deficiência, mas é inegável que esta pode ser uma boa opção para um segmento que tem restrições de mobilidade. Mas engana-se quem imagina que as vantagens do teletrabalho sejam consenso junto a este público e especialistas em inclusão profissional.

O temor é de que exercer as atividades fora da empresa – sobretudo para quem está em seu primeiro emprego – dificulte a integração social e profissional da pessoa com deficiência.

Outra crítica é no sentido de que o teletrabalho seja utilizado por algumas empresas para não promover a inclusão proposta na chamada lei de cotas, que determina a obrigatoriedade de contratação de profissionais com deficiência por empresas com mais de cem funcionários, num percentual de 2% a 5%, conforme seu porte. Afinal, para receber este contingente, muitas vezes a empresa tem de promover adequações físicas em suas instalações – substituir degraus por rampas, trocar mobiliário ou adquirir softwares e outros recursos de tecnologia assistiva.

Se puder deixá-los trabalhando em casa, a empresa cumprirá a lei sem ter que se preocupar com todas essas questões. Adriano Bandini, coordenador de Projetos de Inclusão da SMPED, destaca que o seminário pretende analisar os dois aspectos do tema, para construir um caminho que não inviabilize a adoção do teletrabalho, mas que também não signifique um estímulo à exclusão. “O teletrabalho pode ser algo bem interessante, desde que seja uma opção da pessoa com deficiência e não uma imposição do empregador“.

O evento conta com o apoio da Associação Comercial da São Paulo, Associação Brasileira de Telesserviços, Beca e-Work, Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividades, Conselho Regional de Administração, Business School São Paulo, Associação Brasileira de Recursos Humanos/SP.

Fonte: http://www.investimentosenoticias.com.br/ultimas-noticias/vida-corporati...

 

Análise:

Ao mesmo em que o teletrabalho desenvolve-se nas empresas, os grupos e representações dos trabalhadores analisam, os possíveis benefícios e as comodidades desta nova forma que insere-se nas relações trabalhistas, antevém problemas que possam surgir , criam estratégias para melhor aproveitar a flexibilidade da nova forma de trabalho.

Um destes problemas é a inclusão social frente ao teletrabalho. Nesta semana grupos estão reunidos debatendo que tipo de vantagens pode trazer e como melhor aproveitar o teletrabalho de forma que o profissional portador de necessidades especiais sinta-se incluso socialmente.

Visto como uma nova etapa nas relações de trabalho, o teletrabalho é uma ótima proposta para elevar a qualidade do trabalho numa sociedade caótica como a que enfrentamos atualmente e aproximar os grupos menos favorecidos socialmente.

É fato que não são todos os especialistas e líderes, defensores da acessibilidade aos portadores de deficiência que visualisam o teletrabalho como uma excelênte modo de trabalho, muito pelo contrário, estes são defensores temem que a lei de cotas seja cumprida, sem que as empresas se adaptem ao deficiente modificando o espaço público, construindo rampas que facilitem o acesso, e demais adaptações que os deficientes carecem e que não vemos comumente nas cidades.

Realmente há que se pensar bem os dois aspectos do tema para que possamos aproveitar a mobilidade do teletrabalho de forma que todos os grupos sociais sejam beneficiados com isonomia.