Notícia - Internautas ajudam a implantar inteligência humana em robô


Pormarina.cordeiro- Postado em 23 novembro 2011

 

Robôs com inteligência artificial avançada são capazes de vencer um campeão de xadrez, mas têm dificuldade para executar tarefas tão simples quanto preparar uma tigela de cereal com leite. Cientistas começaram a resolver isso dando um passo atrás: implantaram nos robôs inteligência humana, "natural", capturada via web, com ajuda de internautas.

A abordagem se baseia no uso de autômatos que aprendem por demonstração: uma pessoa guia a máquina em uma determinada tarefa, e depois ela repete o que o usuário fez. [...]

É por causa da dificuldade de comunicação, em parte, que robôs versáteis como Rosie, a babá do desenho "Os Jetsons", só existem na ficção. O treino por demonstração só funciona se o robô cumpre a tarefa sob as exatas condições de aprendizado.

Se colocarmos uma jarra de leite, uma caixa de cereal e uma tigela numa mesa, podemos ensinar um robô a despejar cereal e leite na tigela. Ao mudarmos os objetos de posição, porém, o autômato fica incapaz de repetir a tarefa sem emporcalhar a mesa. [...] Alguns movimentos [...] são tão difíceis para um robô que exigem centenas de repetições da demonstração. [...]

Cientistas [...] têm conseguido superar esse problema projetando novos tipos de algoritmo, a "mente" matemática dos autômatos. Kate, a robô criada pelo grupo, é capaz de localizar uma xícara em uma mesa, posicioná-la numa cafeteira e ligar a máquina. Bastou conectar o robô à web e deixá-lo à disposição de quem estivesse disposto a contribuir com o aprendizado do autômato. Deu certo: o cientista já conseguiu ensinar um pequeno robô a navegar em um labirinto.

 

(Internautas ajudam a implantar inteligência humana em robôs. Rafael Garcia. Disponível emhttp://www1.folha.uol.com.br/tec/998909-internautas-ajudam-a-implantar-inteligencia-humana-em-robos.shtml. Acesso em 18/11/2011.)

 

Comentário: Segundo a definição de Minsky, inteligência artificial é a: “ciência de construção de máquinas que fazem coisas que requereriam inteligência, caso fossem feitas por homens. De outro, é o estudo que busca simular processos inteligentes ou processos de aprendizagem em máquinas ou que tenta fazer com que os computadores realizem tarefas em que, no momento, as pessoas são melhores. Isso inclui tarefas como se comportar como especialista, entender e falar linguagem natural, reconhecer padrões como a escrita.” De maneira mais simples, é fazer com que máquinas realizem atividades através da implantação de elementos da inteligência humana.

Esse tipo de inteligência atualmente tão discutida, porém tão pouco conhecida – pelo menos em termos de senso comum - abrange diversos campos de conhecimento, assim como pode ser aplicado a tantos outros. A notícia da Folha de São Paulo remete a um tipo de aplicação: em robôs. Sabe-se que a extensão do assunto vai além meramente desse tipo de máquina e que a inteligência artificial não promete cumprir, apenas, esforços mecânicos.

Entretanto, a notícia aborda as dificuldades encontradas ao longo de pesquisas: um dos objetivos dos robôs é que eles atuem de forma tão capaz, rápida e eficiente quanto os homens. Não obstante, as pesquisas demonstram que não é tão simples querer implantar e desenvolver tamanha inteligência, querer que as máquinas realizem tarefas em que as pessoas atualmente são melhores – como afirmou Minsky (citação mais acima).

É claro que pode haver uma mudança na situação – podemos fazer previsões otimistas de que essas máquinas consigam efetuar obras tão bem quanto, ou ainda melhor que, os humanos. Porém previsões são meramente previsões: os resultados propriamente ditos escapam à vontade humana, mesmo com tantas pesquisas.

Pessoalmente, não me imagino com robôs que irão colocar a minha mesa, servir o meu café da manhã ou realizar tarefas domésticas – parece-me uma idéia distante. Contudo, consigo imaginar utilizações da inteligência artificial em campos como a Biologia ou o Direito ou em simples atividades do cotidiano para diminuir a ocupação  humana em tarefas que não contribuem com o seu desenvolvimento.

É possível - e provável - no entanto, que eu esteja equivocada: a tecnologia é algo tão imprevisível que uma pequena descoberta pode revolucionar toda uma categoria de pensamento. E quem pode afirmar que isto acontecerá, ou não, com a inteligência artificial? Eu não imagino, todavia acredito.