Notícia - “Yahoo!” veta teletrabalho


PorNazil Neto- Postado em 18 abril 2013

Caso Yahoo!

O debate sobre flexibilidade no trabalho ganhou combustível em fevereiro, quando a executiva-chefe do Yahoo!, Marissa Mayer, vetou que seus funcionários continuassem trabalhando de casa, alegando que a prática prejudicava a comunicação e a colaboração entre os funcionários.

De um lado, defensores do teletrabalho dizem que a medida pode ajudar uma empresa em situação complicada e "precisando de novas ideias", como definiu a revista Businessweek.

De outro, críticos dizem que o veto de Mayer é um retrocesso para pessoas que precisam de flexibilidade ou gastam muito tempo para ir e voltar do trabalho - e que veem o teletrabalho como uma conquista.

Ao mesmo tempo, há quem diga que a questão vai além: no Vale do Silício, onde ficam as sedes das principais empresas de tecnologia dos EUA, é comum que executivos trabalhem em casa, mas além de - e não em vez de - trabalharem turnos longos no escritório.

Segundo o Business Insider, a decisão da CEO Marissa Mayer estaria ligada ao desligamento voluntário dos profissionais que não se encaixariam nesta nova fase da empresa. “Muitas dessas pessoas ‘não foram produtivas’”, informou uma fonte familiarizada com o processo do Yahoo.

Atualmente, a empresa tem em quase todas as áreas algum profissional que trabalha em casa.

Fontes:

http://adrenaline.uol.com.br/internet/noticias/15705/ceo-do-yahoo-proibe-os-funcionarios-de-trabalhar-em-casa.html

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=teletrabalho-trabalho-casa-aumenta-produtividade&id=020175130330

 

Reflexão Crítica:

A notícia denuncia que, mesmo com os avanços meteóricos da popularização da internet, o teletrabalho, novo conceito de trabalho à distância, ainda encontra resistências e problemas. A empresa “Yahoo!” possuía mais de 14.500 pessoas empregadas nesse modelo, e, mesmo assim, voltou atrás no processo de modificação e liberação do chamado “home office”.

Hoje, no Brasil, o número de pessoas trabalhando para empresas na sua própria casa, através da internet é de 12 milhões. Em cinco anos o país teve um aumento impressionante de 32 por cento. No entanto, a notícia levanta uma questão importante em relação à produtividade: seria mesmo melhor trocar o método de trabalho convencional pelo trabalho à distância?

Por um lado, sabe-se que, ao contrário do que se pensa, o teletrabalho aumenta a produtividade, e não a diminui. Além disso, a qualidade de vida recebe um acréscimo relevante naqueles que simplesmente já não precisam passar pelo sufoco do trânsito e da ditadura de horários. Estar na própria casa é mais revigorante que estar num escritório abafado. No entanto, (e aqui utilizo alguns argumentos da própria Marissa Mayer, diretora-geral do Yahoo!), o trabalho à distância impede qualquer tipo de reuniões improvisadas e debates de corredor, e é exatamente daí que veem as melhores decisões, da ajuda e cooperação entre funcionários. Estar fisicamente unidos aprimora o relacionamento social de todos e gera um ambiente não só focado no trabalho.

É importante salientar os fatores externos que levaram o Yahoo! a tomar essa decisão, como a ameaça de uma possível crise ecnonômica. Além disso, a empresa sofreu uma grande represália à decisão. Ainda que pareça que o veto ao teletrabalho pareça uma ideia arcaica e contrária à evolução da tecnologia, de certa forma a notícia nos faz reavaliar se o avanço da internet, principalmente nas relações trabalhistas, se deu de forma muito precoce, ou se de fato já estamos integralmente preparados para essa nova forma de relação trabalhista.