INCLUSÃO DIGITAL, UM NOVO PARADIGMA NAS INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA

INCLUSÃO DIGITAL, UM NOVO PARADIGMA NAS INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA

PÚBLICA

Figura 1 - observatório de inteligência
Fonte: http://www.pm.sc.br

        Cada vez mais o mundo contemporâneo vem passando por diversas transformações, dentre elas a questão digital. Nota-se um acentuado crescimento deste setor em face as diversas frentes que as engendram. Nas ultimas décadas está muito em cache a questão da inclusão digital. Neste contexto, observa-se a inclusão em diversas áreas e segmentos, bem como um tema bastante difundido, o acesso digital de comunidades muitas vezes esquecidas pelo poder público, como o ensino público como um todo, (nas escolas de ensino fundamental, médio, as faculdades e universidades). Dentro desse panorama as empresas estatais estão cada vez mais fazendo da inclusão digital um ponto preponderante para o sucesso de suas realizações e para um alcance maior na busca da excelência em serviço. A inclusão digital não é apenas o simples fato de ter acesso às informações através de meios digitais, mas também um processo no qual o indivíduo inserido   na sociedade da informação, pode simplificar suas rotinas diárias, maximizar o seu tempo e suas potencialidades. Trazendo assim mais benefícios para a vida pessoal e profissional dos cidadãos que nelas estão inseridos. Pode-se assim citar a exemplo as forças de segurança pública, que vem se adequando a tecnologia atual e se adaptando a este mundo digital, fazendo disto uma ferramenta de trabalho e de promoção pessoal e profissional dos integrantes destas instituições.

        Com a convergência de conteúdos, computação e comunicação, na chamada “sociedade da informação”, gerou uma grande mudança na organização da sociedade e na economia como um todo.  A busca por soluções alternativas com base em novos dispositivos digitais é constante, pois os avanços tecnológicos são diários, assim cada vez mais as empresas tendem a se adequar para acompanhar essas transformações digitais. “[...]A inclusão digital é um processo único, abrangente e paulatino de democratização do acesso à informação, à cultura, ao conhecimento e à rede  que exige  diversas formas de ações, do qual fazem parte três elementos essenciais: o sujeito ou grupo de sujeitos que busca o acesso, os agentes que de alguma forma são responsáveis por esse acesso tais como o Estado e as instituições privadas, e as tecnologias de informática e comunicação com suas infra-instrutura e superestruturas tecnológicas e hardware e software[...]”.(ROVER, 2008, v.3, p.19). Um dentre os exemplos existentes de adequação ao meio digital, e a inclusão da Polícia Militar de Santa Catarina por meio de um dispositivo móvel (Tablete) ao mundo digital. Onde com o PMSC Mobile, os procedimentos operacionais realizados eram armazenados em onze formulários de papel, sendo assim agora sistematizados em um único aplicativo informatizado, tornando o processo mais ágil e menos propenso a erros. Otimizando assim o tempo nas ocorrências, gerando mais celeridade nos procedimentos, remanejando o capital humano, onde era preciso mais efetivo para armazenamento de papéis e organização de documentos, assim disponibilizando mais efetivo para o real emprego no cotidiano das ações policiais, gerando assim menos gastos ao Estado, bem como a responsabilidade social, gerando assim uma preservação ambiental, pois o papel será substituído pelo PMSC Mobile. Todo o suporte já vem integrado no dispositivo, pois conta com os POP´s (Procedimentos Operacionais Padrões), no qual ampara juridicamente o policial para os atendimentos nas ocorrências diárias. Conta também com uma impressora térmica acoplada onde é possível gerar no momento da ocorrência um termo de manifestação de ofendido nos casos de crimes de menor potencial ofensivo onde seja necessário a lavratura do termo circunstanciado. A impressora também serve para a impressão de auto de infração de transito, pois a Policia Militar do Estado de Santa Catarina, através da portaria firmada pelo DENATRAN é a única do país a disponibilizar talonário eletrônico, para emissão ao infrator. Pode-se citar também outra instituição que se adequou ao meio digital e se incluiu nesse rol, é a Polícia Civil de Santa Catarina, que através de site próprio na internet, disponibilizou uma delegacia eletrônica 24 horas, visando uma maior comodidade ao cidadão. Os registros de ocorrências que podem ser feitos via internet são: Acidente de trânsito sem vítima; perda de documentos e/ou objetos; ameaça, calúnia, injúria, difamação; furto de celular; denúncia anônima; recuperação de documentos e/ou objetos e danos causados por fenômenos naturais.

Figura 2 - PMSC Mobile
Fonte: http://www.pm.sc.gov.br

          Como todos os segmentos passam por transformações inevitáveis, a Educação e a Escola também aderiram a estas transformações, sejam elas sociais, políticas ou digitais. No que tange a escola e educação pode-se brevemente explicitar seus significados, onde a Escola faz parte de uma superestrutura, criada para reproduzir e garantir as relações de produções. Já a Educação designa um processo de tirar de dentro de uma pessoa ou levar para fora, algo que já está dentro, presente na pessoa. Paulo Freire cita em um das suas obras que “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou construção”. Sendo assim a inclusão digital transforma e vem transformando cada vez mais o modo educacional. Onde através dos meios digitais, novos métodos educacionais estão sendo inseridos na vida estudantil. Para acompanhar essa evolução as empresas estatais também vem se adequando a este modo, para promover promoções pessoais e profissionais de seus colaboradores, como a exemplo da plataforma de ensino EAD. “[...]De onde duas grandes reformas são necessárias nos sistemas de educação e formação. Em primeiro lugar, a aclimatação dos dispositivos e do espírito do EAD (ensino aberto e a distância) ao cotidiano e ao dia a dia da educação. A EAD explora certas técnicas de ensino a distância, incluindo  as hipermídias, as redes de comunicação interativas e todas as tecnologias intelectuais da cibercultura. Mas o essencial se encontra em um novo estilo de pedagogia, que favorece ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletiva em rede. Nesse contexto, o professor  é incentivado a tornar-se um animador da inteligência coletiva de seus grupos de alunos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos[...]” (LÉVY, 1999, v.1, p. 158). Para exemplo do assunto supracitado, retoma-se o exemplo da Policia Militar de Santa Catarina, onde por meio de portaria interna, criou para ascensão de seus profissionais, a modalidade EAD, onde está é mediada por tecnologias em que discentes e docentes estão separados espacial e/ou temporalmente. Visando uma autonomia na aprendizagem, com recursos didáticos sistematicamente organizados. Finda assim um objetivo de promover a educação continuada e permanente; democratiza o saber; oportuniza o acesso à informações e ao conhecimento; constrói e consolida um conhecimento institucional.

Figura 3 - EAD
Fonte:http:www.google.com.br

REFERENCIAS:

ROVER, Aires O governo eletrônico e a inclusão digital: duas faces da mesma moeda chamada democracia. Zaragoza: Prensas Universitárias de Zaragoza, Lefis series 3, 2008. 322 p.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo, Editora 34, p. 158, 1999.

TAKAHASHI, Tadão. Sociedade da Informação no Brasil – Livro Verde, Brasília, Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000, 195p.

GUARESCHI,Pedrinho A. Sociologia Crítica, Alternativas de Mudança. Porto Alegre. EdiPUCRS. 63ªed. 2011.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo, Paz e Terra, 1996.

Policia Militar de Santa Catarina, Notícias. Disponível em:

<http://www.pm.sc.gov.br/noticias/pmsc-mobile-sera-expandido-para-todas-os-municipios-catarinenses-em-2016.html>

Policia Civil de Santa Catarina, Delegacia Eletrônica. Disponível em:

<http://www.delegaciaeletronica.sc.gov.br/inicio.aspx>