Governo eletrônico: um novo paradigma na estrutura das revoluções científicas


PorPaulo lourenco- Postado em 23 setembro 2011

Começou, em São Paulo, sob o tema Web 2.0 é o futuro do governo eletrônico, o 14º Congresso de Informática Pública – Conip. O objetivo do evento, que conta com o apoio oficial do Serpro, é destacar as conquistas e os desafios para o desenvolvimento do uso de Tecnologia da Informação nas diferentes esferas do Estado. O Conip 2008 destacou a colaboração, a interatividade e a mobilidade como formas de aproximação dos governos com o cidadão no Brasil e no mundo.

“Como nas edições anteriores, o congresso pretende ser um espaço para a discussão e a disseminação das melhores práticas em e-gov. A idéia é fazer um esboço dos rumos que a Tecnologia da Informação está tomando nesta área de governo eletrônico”, afirma Wagner Diniz, presidente do Instituto Conip, organizador da iniciativa. “A Empresa entende o congresso como uma oportunidade de compartilhar suas experiências e de cooperar com outras esferas de governo”, define Marcos Vinícius Mazoni, diretor-presidente do Serpro.

Neste ano, o evento prioriza o debate do uso da Web 2.0, segunda geração da Internet, no governo eletrônico. “Esta evolução da rede mundial de computadores implica no reforço do conceito de troca de informações e colaboração dos internautas. Com isso, o ambiente on-line torna-se mais dinâmico e os usuários colaboram para a organização do conteúdo”, explica Hugo César Hoeschl, presidente da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da Informação e Comunicação – ABEP e estudioso do assunto. “Os governos devem estar preparados para esta nova realidade que, além de aproxima-los das pessoas, dará mais voz aos cidadãos, ampliando o conceito de democracia”, afirma Marcos Mazoni. “Neste cenário, estabelecer padrões e conceber plataformas abertas serão práticas prioritárias para o aprimoramento do governo eletrônico”, completa.

Na opinião de Leão Roberto Machado de Carvalho, presidente da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo – Prodesp, esta nova etapa da Internet trará muitos benefícios à cidadania. “Informação é a matéria-prima dos governos”, conceitua. “Desta forma, quanto mais fidedigna ela for e mais disponível estiver, melhor será para a aplicação de políticas públicas e para a construção de gestões participativas”, diz.

Para Paulo Coelho, presidente do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro – Proderj, a Web 2.0 facilitaas inovações e ampliará o compartilhamento de soluções. “O uso de ferramentas como blogs, wikis e twiks dinamizará processos de desenvolvimento e incluirá o cidadão na 'forma' de fazer governo”, destaca o presidente da Proderj.

Fonte: http://www.serpro.gov.br

Podemos conceituar governo eletrônico, num paradigma contemporâneo, como a virtualização dos atos de governo: protocolos, publicidade, controle, interação, negociação e base de dados.

A virtualização dos atos institucionais se popularizou, no Brasil, primeiro com as redes bancárias e de cartões de crédito; posteriormente, com a ramificação de caixas eletrônicos por todo o país; por fim, com a abertura da internet que facilitou a propagação do comércio eletrônico e a interação dos cidadãos com as instituições financeiras, comerciais, educacionais e governamentais.

Essa dinâmica impulsionada pela revolução da informática e da tecnologia tem impactado as relações sociais, comunicacionais, jurídicas, econômicas, religiosas, educacionais e governamentais, transformando-as em novos paradigmas. Este desenvolvimento “tem dado à sociedade poder de ação antes jamais pensado” (Rover).

A ideia de um cidadão ativo, democraticamente, tem se consolidado e seus benefícios são evidentes, resta-nos saber quais os malefícios que essa “evolução” pode causar á humanidade.

Numa visão otimista, como a do Dr. Aires Rover: “em 50 anos, onde o homem for a rede irá com ele, sem necessidade de todos estes equipamentos”. Contudo, estaria a sociedade capacitada para viver este novo paradigma na estrutura das revoluções sociais e cientificas? Os seres humanos que não conseguirem adaptar-se à evolução da rede, ao novo paradigma, o que faremos com eles? Imagine essa “matrix” nas mãos do próximo “Hitler”.

Por isso, Juristas, legisladores e administradores precisam estar atentos às verdadeiras intenções dos governantes, porque não conhecemos todas as dimensões da vida, da morte, da energia, do universo e da natureza. O governo eletrônico não será apenas atos burocráticos, mas, vontade gerida por inteligência artificial: a sociedade sob o controle das máquinas.

 

REFERÊNCIA

ROVER, Aires José. Infojur.ufsc.br/aires