Fichamento do artigo "E-gov e a educação: o exemplo da TV Escola"


PorJeison- Postado em 24 outubro 2012

Fichamento do artigo "E-gov e a educação: o exemplo da TV Escola" de Paloma Maria Santos, Marciele Berger Bernardes e Aires José Rover, por Jeison Cristian Pacheco.

 

ROVER, Aires J. e GALINDO, Fernando. O governo eletrônico e suas múltiplas facetas (Lefis Series 10). Zaragoza: Prensas Universitarias de Zaragoza, 2010. Artigo: e-Gov e a educação: o exemplo da TV escola. Autores: SANTOS, Paloma Maria; BERNARDES, Marciele Berger; ROVER, Aires J.

 

1.      Introdução: A sociedade atual, chamada de “sociedade em rede”, está baseada nas tecnologias da informação e comunicação (TIC’s). As TIC’s transformam o modo de vida dos indivíduos no que tange a comunicação e a forma de interação dos mesmos. Deste modo na esfera educacional, que é parte desta sociedade, faz-se a seguinte indagação: “como o uso efetivo da tecnologia da informação pode contribuir para a educação?”. Pensando sobre isso o Governo colocou em prática o projeto da TV Escola, que opera através do modelo interdisciplinar.

2.      Introdução ao fenômeno da educação no contexto das tecnologias de informação e comunicação: Analisando de que forma as tecnologias de informação e comunicação influenciam a educação bem como sua evolução dentro desta área, o capítulo aborda questões sobre como adaptar os métodos de ensino para que se consiga com êxito a utilização de todos os benefícios que as tecnologias podem trazer ao ramo educacional. Para conseguir atingir o objetivo é necessário antes de tudo, qualificar os usuários e fazê-los compreender da importância dos usos de tecnologias para o setor, tendo como finalidade a melhora do aprendizado. A língua, o conteúdo, o letramento e a educação, além de estruturas comunitárias e institucionais são fatores determinantes para que se consiga um acesso relevante a essas tecnologias segundo Warschauer. Pierre Lévy complementa o pensamento afirmando que as TIC’s estão dando uma nova forma a certas atividades cognitivas.

3.      Escolas do pensamento educacional: O debate educacional brasileiro foi dominado por duas escolas de pensamento: instrucionista e construtivista. A escola instrucionista considera o professor o detentor do conhecimento e sua função é transmiti-lo ao aluno, considerando que o aluno nada sabe. Freire chama esta ideia de “educação bancária”, pois a função do educador é somente depositar conhecimento. Esta ideia é primitiva, pois cria um indivíduo que desistiu do direito de pensar, portanto, não condizente com a era da informação. Em oposição há o construtivismo, modelo criado por Piaget (1986). Segundo esta ideia não se deve somente transmitir o conhecimento, mas também estimular a reflexão e a participação dos alunos. Alguns defensores dessa ideia propõem a tecnologia educacional, utilizando programas de computadores. O uso da tecnologia para o aprimoramento do setor educacional  passa por duas etapas: via informática, somente no acesso às TIC’s; e o segundo através da ajuda da informática, é um aprimoramento do primeiro pois por sua vez prega a capacidade da utilização dessas tecnologias.

4.      Governo eletrônico: educação mediada pelas novas tecnologias: O computador no Brasil data de algum tempo. Em 1971 foi discutido o uso de computadores no ensino de Física na USP. Porém, apenas na década de 80 que as medidas de integração entre o computador e a educação vieram a ser utilizadas. Ao longo dos anos seguintes foram lançados vários projetos, pode-se citar o Projeto EDUCOM em 1984 e o Programa de Ação Imediata em Informática na Educação do 1º e 2º graus. Consequente a essas circunstâncias o MEC desenvolveu em 1989 o PRONINFE, Programa Nacional de Informática na Educação. Almeida realizou alguns estudos do qual resultou que em dez anos havia sido criada uma cultura natural de informática educativa tendo como enfoque a escola pública. Em 1997 com um modelo reformado e atualizado é criado o PROINFO. Implantado em 2003, o GESAC (Governo Eletrônico – Sistema de Atendimento ao Cidadão) conseguiu ainda mais reconhecimento para o PROINFO. Todos estes programas enaltecem e aprimoram a melhoria da educação no país, diante destas transformações surge uma nova demanda chamada alfabetização digital. Deve-se ter em mente uma nova postura, que mescle paradigmas colocando os alunos como construtores também do processo de aprendizagem e não meros receptores.

5.      A TV Escola: Com o mundo da informação e a disponibilidade dessas tecnologias já durante a infância, a criança busca uma participação mais central do processo. Percebendo isso, o governo repensou o processo do ensino e como resultado em 1996 nasceu o programa TV Escola. O objetivo do programa é melhorar a educação das escolas públicas, utilizando vídeos educativos que são transmitidos todos os dias. No ano 2000 começou o curso de extensão “TV Escola e os desafios de hoje” que tem como princípio dinamizar a educação com o apoio das tecnologias.

6.      Resultados parciais: O MEC enumera seis pontos relevantes sobre o programa TV Escola: busca o aprimoramento da educação, programas via satélite, investimento em programas para qualificar professores, parceria com outras instituições, material didático de acordo com o MEC e programas exibidos em televisão que instiga debates pois o aparelho televisor é usado coletivamente, diferente do computador.  Em contrapartida, uma pesquisa feita com entrevistados enumerou uma série de deficiências que precisam ser sanadas: maior transparência financeira; maior manutenção e controle dos equipamentos; mudança de pensamento dos professores e gestores quanto ao uso das tecnologias; pouca interatividade do material; a maioria sem condições de possuir tecnologias pagas ficam sem o programa, visto que este é disponibilizado via satélite; o material chega defasado pois os vídeos são gravados em DVD devido ao tempo despendido na confecção e entrega dos mesmos; capacitação dos educadores insuficiente; e alta rotatividade dos gestores nas escolas.

7.      Conclusões: O artigo procura a reflexão sobre o assunto, visando novos estudos na área. A tecnologia empregada de forma correta oferecendo um suporte para os métodos educacionais pode resultar no aprimoramento da esfera educacional, principalmente no que se refere ao aprendizado. Como visto anteriormente, o aluno não quer apenas ser um mero receptor de conhecimentos, mas quer sim estar envolvido no processo da aprendizagem. O método de ensino arcaico deve ser repensado, de modo a sofrer adaptações para uma maior motivação e melhor recepção de conhecimento por parte dos estudantes.