Entrevista: uso de redes sociais nas campanhas é… pífio


Pormarciele- Postado em 03 abril 2011

Professor Silvio Meira (UFPE) entrevista Manuel Fernandes (consultor da bits.com.br) sobre o uso da internet nas campanhas eleitorais que você pode acompanhar a seguir...
Meira: olhando para a política, como está o uso das redes sociais nas campanhas?

Manoel: Pífio. Redes sociais são mais complexas que imaginamos. Não adianta nada chegar três meses antes das eleições e mandar uma mensagem para o eleitor: Olha, estou aqui. Sou o seu candidato no Twitter. Política se faz 24 horas por dia, sete dias por semana. E as redes sociais na política devem seguir essa premissa. Mas sou otimista e estamos diante de uma eleição que servirá como laboratório de testes de uma nova geração de parlamentares para as assembléias legislativas, câmara dos deputados e senado. Então, teremos quatro anos de grande atividade e uma eleição em 2014 completamente diferente e mais densa do ponto de vista das redes sociais.

Meira: em particular, como estão as três principais campanhas para presidente?

Manoel: Como decidimos desde o início não nos envolver em campanhas políticas não tenho muitas informações sobre bastidores, mas acho que os candidatos estão fazendo um uso razoável. Serra, sem dúvida, é o mais objetivo nessa relação com os eleitores, Dilma ainda está entendendo a lógica e vem fazendo avanços significativos. Marina faz o uso mais estruturado das redes sociais em função de uma equipe bem afinada e conhecedora desse universo.

Meira: na sua opinião, qual será o impacto da internet [como um todo...] nesta eleição?

Manoel: Ninguém ganhará a eleição apenas porque usa bem a internet e as redes sociais. O que vai acontecer é a construção de novas percepções dos políticos e dos eleitores que não terão mais intermediários na sua relação. A imprensa clássica, nesse universo, perdeu espaço e relevância como o filtro entre esses dois personagens. Esse será o grande saldo dessa campanha. Um novo eleitor e com alguma sorte uma nova classe política.

Meira: daqui até a próxima eleição, o que os candidatos deveriam aprender sobre redes sociais?

Manoel: Que não adianta usar a rede apenas na e para a campanha. Porque fazendo isso parece vendedor de Bíblia que bate na sua porta e retorna quatro anos depois com o mesmo produto.

Meira: isso inclui gestão de mandatos e de seu eleitorado, passado e futuro?

Manoel: Os políticos estão diante de um novo modelo de democracia, mais direta e transparente. Por muito tempo eles viraram as costas para os eleitores e agora essa cortina não existe mais. Os eleitores estão bem mais próximos dos gabinetes dos seus parlamentares. A distância se resumiu a um tweet ou um scrap no Facebook.

Para acesso ao inteiro teor da entrevista acesse: http://smeira.blog.terra.com.br/