e-democracia, liberdades públicas e novas tecnologias


PorAnônimo- Postado em 14 outubro 2009

Os temas tratados na última aula sobre e-democracia e sobre as liberdades públicas e novas tecnologias me deixaram com muitos questionamentos internos e principalmente fico a me perguntar se por termos uma maior quantidade de informação e de fácil acesso pela Internet, já temos uma forma de democracia digital?
Mas seria uma "democracia para poucos", o que já é um paradoxo por si só, dada a penetração da internet nas residências brasileiras ser ainda baixa (18,6%, de acordo com o IBGE 2006).
No caso do Brasil por exemplo, o voto eletrônico é visto como uma das iniciativas de governo eletrônico bem sucedidas, mas não seria puramente uma ferramenta para agilizar a contagem de votos ou para evitar fraudes?

Para comentar sobre e-democracia trago algumas reflexões de Pierre Lèvy em seu livro Cibercultura, onde o autor questiona como o ciberespaço pode afetar o espaço urbano.
Para Lèvy, o ciberespaço fomenta uma democracia eletrônica que valoriza as competências locais pela troca de experiências. Para ele, o ciberespaço pode servir como instrumento de decisão para a população:
"A verdadeira democracia eletrônica consite em encorajar, tanto quanto possível (...), a expressão e a elaboração dos problemas da cidade pelos próprios cidadãos, a auto-organização das comunidades locais, a participaçào ns deliberações por parte dos grupos diretamente afetados pelas decisões, a transparência das políticas públicas e sua avaliação pelos cidadãos. (Lèvy, 1999, p.186)

Assim, não basta apenas uma iniciativa de informatização do já existente, acredito que devam ser criadas formas de dar acesso para que todos possam se manifestarem, utilizando as TICs como forma de ampliar tais manifestações e fazê-las chegar aos tomadores de decisão, no caso, nossos legisladores e dirigentes públicos.