Comentário - Documentário A Última Hora


Porisrael.pereira....- Postado em 04 outubro 2012

            Autor: Israel Pereira Marcelino            

 

            O planeta Terra tem características únicas que permitem a vida; se visualizarmos a possibilidade de outro planeta no universo dispor de características que também possibilitem a vida, concluiremos que fomos incrivelmente afortunados. Esta “sorte”, quando classificada pelos religiosos, é atribuída a benevolência de uma entidade superior. Por outro lado, quando a classificação ocorre pelos cientistas, a mesma é chamada de coincidência (o que eu, particularmente, concordo). No entanto, a questão é: podemos nós, com tão puco tempo na Terra, modificar a biosfera? Somos realmente os responsável pelas catástrofes que estão ocorrendo? Talvez sim, talvez não. Uma resposta certa ainda não existe.

 

            O filme informa que, naturalmente, a Terra produz gases que são armazenados na atmosfera e que retêm o calor e elevam as temperaturas a níveis que possibilitam a vida. O efeito estufa, por sua vez, é a produção de gases (como Carbônico, Metano) de forma artificial que também se alojam na atmosfera e contribuem para reter o calor, elevando a temperatura ambiente. A questão principal do filme é: estamos, exacerbadamente, produzindo gases, devido ao consumismo exagerado e a industrialização, que contribuem para o aquecimento terrestre e destruição da biosfera terrestre. A minha crítica se concentra justamente neste ideologia de que o ser humano é o principal responsável por quase todos os problemas mundiais que, de alguma forma, tem a ver com a destruição da biosfera.

 

            No filme, uma cientista faz a comparação entre a idade da Terra e a idade da humanidade: a terra tem uma idade de trezentos e sessenta e quatro dias, vinte e três horas e quarenta e cinco minutos e a humanidade, por sua vez, só existiu nos últimos 60 segundos ou no último minuto. Deste modo, sabendo que, segundo o site Wikipedia, o homem surgiu a 200.000 anos e que, segundo o filme, o efeito estufa começou com o início da revolução industrial (a aproximadamente 200 anos), pode-se afirmar que nos últimos 0,06 segundos de vida da humanidade, conseguimos mudar dramaticamente o clima do planeta e geramos um efeito estufa que já pode ser autosuficiente e está destruindo a biosfera terrestre. Analizando os números desta comparação eu não consigo concordar que somos os principais responsáveis pela mudança climática.

 

            Os mesmos cientistas fazem suas projeções futuras com base em teorias do que ocorreu no passado e no, insignificante (se comparado a idade da Terra), que está ocorrendo na atualidade e, por conseguinte, nos mostram um futuro sombrio em, no máximo, trinta ou cinquenta anos. Porém, olhando novamente para a comparação da idade da terra com a do homem, podemos confiar nessas projeções alicerçadas sobre teorias? Olhando para a definição da palavra teoria, vemos que a mesma remete a um conhecimento descritivo racional, sem fato comprovado fisicamente, isto é, são idéias que tem uma certa lógica, porém que ainda não foram comprovadas. Assim sendo, tomar decisões que podem afetar ou mesmo prejudicar milhões de pessoas com base nessas projeções futuras não é, no mínimo incoerente? Será que o planeta não está apenas passando por um ciclo natural, uma vez que não temos conhecimento dos ciclos climáticos do planeta?

 

            Retirando essas questões, não nego a importância do filme. O mesmo nos mostra um lado sombrio predominante na humanidade: a nossa mentalidade egoísta e oportunista. Com o avanço da globalização e da expansão das fronteiras, tomamos noção das realidades e problemas sociais que acontecem em locais longe de onde vivemos como: África, Oriente Médio, Ásia e até mesmo no Brasil. No entanto, a nossa mentalidade não acompanhou a globalização e continuamos a pensar primeiramente em nós mesmos e a ignorar que nossas ações podem afetar, diretamente, outras pessoas ou animais em outros locais do mundo.Um exemplo clero, abordado no filme, é a produção de bens: para cada 1 kg de bem durável produzido, produzimos também 32 kg de lixo. Na maioria das vezes estes dejetos são enviados para locais pobres onde as pessoas são desprovidas da noção de consequência da manipulação sem os cuidados necessários. É o caso do envio de lixos tecnológicos para a África: estes, por sua vez, são reprocessados e vendidos novamente. A contaminação do meio ambiente e os problemas de saúde pública que esses dejetos causam na população são, por sua vez, ignorados.

 

            Por fim, como o próprio filme explicita, se queremos mudar o futuro, temos que começar por mudar nossa cultura. Temos que aprender que o consumismo exagerado não traz satisfação e que, por mais que fechamos os olhos para este fato, podemos ser, futuramente, os responsáveis por prejudicar nosso próximo e o meio em que vivemos.