A última hora


PorMaria Eduarda D...- Postado em 12 setembro 2011


A sociedade humana chegou a um ponto onde não se sabe mais se há retorno ao que já foi. Com 7 bilhões de habitantes, a produção industrial em massa vista como a forma mais eficiente de produção lucrativa e a os níveis de poluição de todas as classes crescendo exponencialmente, não se sabe mais quanto tempo demorará para que o planeta se exaura, e não mais seja um local adequado a vida humana.

As tecnologias crescem, mas apenas uma de suas correntes visa a diminuição do consumo, o que se torna ainda mais preocupante, já que o outro viés visa o contrário: aumentar a produção. Aumento da produção ainda, mesmo com tanto desenvolvimento, significa ainda mais exaustão para a Terra, que é nada mais, nada menos que nosso único meio de sobrevivência.

Com a poluição ou a exaustão das terras, não há plantio, ou colheita. Sem plantio ou colheita, não há alimentos, sejam vegetais, cereais, frutas, e com eles, os sucos, pães e boa parte dos nossos alimentos cotidianos. Sem estes, não há ração para os animais, o que também impossibilita a pecuária, que tanto tem desmatado e exaurido o solo. É disso e de outros problemas que o documentário "A última hora" trata, expondo o problema não apenas inteiro, mas buscando também sua raiz em nossa cultura de 'trabalhar e gastar'.

Esse é apenas o começo de toda interminável lista de problemas que afetam essencialmente a sobrevivência do ser humano. Com a extinção de determinadas espécies, uma teia alimentar inteira pode ficar desestabilizada. Com a poluição de ar e águas, porções enormes de terrotório podem se tornar inabitáveis.

O ser humano está sacrificando outros seres  humanos e seu próprio futuro no planeta em nome de relações comerciais. Se houvesse o mesmo esforço que há para obtenção de lucro, direcionado para a criação de novas tecnologias e técnicas, de novos meios sustentáveis de se viver sem agredir o planeta, tal meio já estaria até mesmo consolidado na sociedade. A sociedade urge por mudanças, mas falta interesse estatal, interesse empresarial, e real interesse individual por mudanças.

Torna-se fácil, com os modernos e eficientíssimos instrumentos de comunicação, apontar  uma empresa e exigir sua mudança, sem parar de deixar a torneira ligada enquanto escova os dentes. A conscientização de que a Terra como a conhecemos, como provedora gentil, pode estar com os dias contados se o ritmo de consumo continuar, deve ser, em termos mínimos, progressiva e contínua. E, tal conscientízação precisa ser forte o suficiente para que cada um, além de sentir pena da baleia morta no Ártico, entenda que é a própria sobrevivência, não apenas da espécie, mas de todas elas, que está em jogo. Poucas coisas podem ser mais injustas que condernar inocentes.