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Self
Technologies®: O Futuro da Tecnologia Está no Cérebro e nas Mãos dos Usuários
Daniel
Domeneghetti
O Mundo da Tecnologia da Informação vai mudar para
sempre. E quem vai assumir parte do poder é o usuário final.
Em nosso mais novo Estudo “Self Technologies®: O Futuro da Tecnologia
Está no Cérebro e nas Mãos dos Usuários”, coordenado pelo nosso TechLab®
(Laboratório de Estudos e Análises Tecnológicas), que publicamos este mês após
7 meses de pesquisas a análises intensas, criamos o conceito Self Technologies®
para definir o padrão tecnológico de modelagem e desenvolvimento de sistemas,
softwares e aplicativos no futuro próximo (8-12 anos).
Como Metodologia, tomamos como base inicial uma ampla análise histórica
dos ciclos de desenvolvimento das mais diversas tecnologias no mundo,
comparando tanto padrões e plataformas, como produtos, empresas e marcas.
Consideramos também a correlação dessas tecnologias com a evolução da
capacidade da sociedade (Governos, empresas e consumidores) de absorver e
consumir tecnologia, seu perfil e modelo de consumo, os padrões
sócio-comportamentais evolutivos da própria sociedade e as movimentações
macro-econômicas, representadas também pelos principais fatores determinantes
na formação das diversas conjunturas e ciclos mercadológicos em que vivemos nos
últimos 50 anos.
Com isso, acredito que nosso Estudo conseguiu estabelecer uma
importante correlação entre os chamados KSD (Key Success Drivers) para
tecnologias, dentre os quais viabilidade mercadológica, atratividade,
usabilidade, amigabilidade, interatividade, timing/momento social, prontidão,
riscos atrelados, segurança, capacidade de desenvolvimento e evolução/upgrades,
adaptabilidade, flexibilidade, consistência, custo X benefício, grau e caráter
de inovação, diferenciação, escalabilidade, retornos financeiros, dentre
outros, e o efetivo sucesso e fracasso dessas tecnologias e dos movimentos e
tendências que as impulsionaram (quando verificadas) e/ou afundaram (quando não
verificadas).
Categorizamos, então, em 6 grupos as tecnologias diversas (hardware,
software, aplicativos, padrões, linguagens, plataformas, protocolos,
infra-estrutura, etc), da seguinte maneira:
1. Break-Through
Technologies – ou
tecnologias disruptivas, capazes de mudar realidades, quebrar paradigmas,
redefinir patamares, reordenar as lógicas de mercado e, portanto, a hierarquia
de dominância de padrões e players.
2. Mass
Technologies – as
tecnologias que “pegaram”, se tornando referência de mercado, padrão de consumo
ou best-sellers.
3. Me
Too Technologies – as
tecnologias que seguiram a onda das inovadoras, porém sem nunca se tornarem
padrão de mercado. Dentro deste grupo, as tecnologias do tipo “similar”
geralmente servem o mercado por um curto período de tempo.
4. Nich
Technologies – muitas
tecnologias sobreviveram e sobrevivem se especializando, especificando em
determinados nichos, que podem ser qualificados por tipo de indústria, tipo de
consumidor, perfil de comprador, conjuntura de momento, região, língua, etc.
5. Vapor
Technologies - vapor é o
termo que a E-Consulting® Corp. adotou para qualificar inúmeras tecnologias que
não conseguiram vingar comercialmente, mercadologicamente e/ou financeiramente,
pois foram embasadas em premissas de negócios erradas ou enganosas – e que geralmente representaram grande prejuízo
para a empresa e seus acionistas.
6. Non-Sense
Technologies – categoria que
qualifica as tecnologias que nunca deveriam ter existido, pois erraram em
premissas básicas de sociologia, psicologia, antropologia e demais vertentes do
comportamento humano e que, geralmente, representaram grande fiasco para
empresa e, às vezes, para todo um setor econômico.
Uma questão fundamental que percebemos neste estudo é que a questão
humana – comportamento individual, manifestações grupais, organização de
tribos, evolução social, fenômenos de consumo, tipos psicológicos, elementos
resultantes da interação entre pessoas, etc - sempre esteve atrás das
tecnologias vencedoras, como principal sustentáculo. Em outras palavras, quem
soube “sacar” para onde “caminhava a humanidade” e seus desejos, necessidades,
expectativas, medos, inseguranças e percepções – e, simultaneamente conseguiu
acertar nas premissas mercadológicas, comerciais e financeiras – foi vencedor
na guerra por se tornar benchmark ou best seller de mercado em uma determinada
tecnologia.
A Tecnologia Hoje: Realidades
Percebidas e Tendências a Serem Verificadas
No mundo do consumidor final (que não foi o foco de nosso Estudo), as
principais realidades e tendências apontadas na análise do consumo de
tecnologia foram:
·
Indiferença a padrões e
discursos tecnológicos pró isso ou aquilo,
·
Certa preferência por marcas,
desde que com boa relação custo X benefício,
·
Busca por experiências
interativas positivas, ricas, porém simples e fáceis,
·
Boa usabilidade como winner
factor,
·
Senso de domínio e controle da
tecnologia e suas potencialidades,
·
Aumento do processo de
aculturamento e naturalidade de uso, causando transparência,
·
Certo interesse por novidades,
inovações, diferenciações e exclusividades,
·
Universalidade de uso,
·
Portabilidade, mobilidade e
adaptabilidade a diversos tipos de mídia/gadgets (Convergência),
·
Interoperabilidade de padrões,
plataformas e tecnologias,
·
Compra e uso comunitário de
tecnologia (SharIT),
·
Busca mais qualificada por informações,
comparações, com suporte da Internet e de grupos e redes de uso da tecnologia
em questão,
·
Certa tolerância à pirataria e a
similares,
·
Sensibilidade ao apelo social de
inclusão e participação de mais usuários.
Consideramos, entretanto, fundamental entender o consumo individual de
tecnologia e suas diversas realidades por entender que o ser humano, em
essência, esteja no papel corporativo de tomador de decisão, gestor,
profissional direto/indireto ou usuário de TIC é, antes de tudo, consumidor de
TI e, como tal, influenciado pelos valores que pratica com esse chapéu.
Já no universo corporativo, entretanto, as principais realidades e
tendências apontadas por nosso Estudo na análise do compra de tecnologia foram:
·
Integração formal de TI com
Estratégia Corporativa (trazendo a necessidade de adequação dos modelos do tipo
BSC para suporte a esta mudança),
·
Intensificação da cobrança
formal por retornos e satisfação a CFOs, CEOs e até acionistas,
·
Governança de TI na ordem do
dia, associada à mudança no modelo de budgeting, ou seja, quase uma
sociedade/co-investimento entre as áreas de TI (CIO/CTO) e as áreas de negócios
(MKT, RH, Finanças, etc) no desenvolvimento e operação de sistemas, softwares e
aplicativos. Com isso, haverá redução de budget exclusivo de TI (CIO/CTO),
principalmente para software, pois haverá divisão deste budget (e de sua
convocatória e priorização) com as áreas internas cliente nas empresas,
·
Tecnologia da Informação vista
como Processo Corporativo,
·
Busca por redução de custos,
principalmente de compra de TI e de h/h de serviços,
·
Digitalização e automação de
tudo que é possível em processos e fluxos corporativos,
·
Redução das filas internas de projetos
e necessidade de melhor e mais veloz atendimento aos usuários internos,
·
Redução do nível de refação e
falta de qualidade nos projetos (escopo, prazos, usos),
·
Aumento do índice de
terceirização de desenvolvimento e de equipes de desenvolvimento de TI
(headcounts),
·
Importância do aumento da
usabilidade e amigabilidade de sistemas e softwares ao usuário final, como
caráter chave na seleção/desenvolvimento de tecnologias,
·
Busca pela mobilidade
tecnológica nos processos corporativos,
·
Foco em integração e
aproveitamento máximo das tecnologias existentes e sistemas legados,
·
Comakership, parcerias e
eficiência operacional: integração das cadeias de valor e fornecimento,
considerando também micro e pequenas empresas (inclusão empresarial),
·
Foco em qualidade de dados,
informações, conhecimento gerando investimentos em sistemas e processos de
captura, beneficiamento, disseminação dessa informação (investimento em
sistemas de informação do tipo CRM, KM, BI, etc),
·
Adoção de modelos de gestão e
garantia de qualidade de desenvolvimento de tecnologia (tipo CMM),
·
Organização da gestão (e budget)
por projetos (tipo PMI),
·
Busca do controle de riscos e segurança
(ex: adoção de SLA, SLM, etc),
·
Infra-estrutura flexível,
software como serviço – on demand,
·
Hardware visto como algo que
pode ser trocado a qualquer momento e não necessariamente imobilizado (vide
TCO),
·
Adoção de modelos modernos de
desenvolvimento tecnológico, com controle de ciclos e etapas, do tipo RUP e XP,
·
Busca pela independência
tecnológica, focada na interoperabilidade tecnológica total ou seja, “não
importa a tecnologia, a marca ou a empresa, ou ainda se o padrão é aberto ou
fechado, desde que seja capaz de interoperar com outras tecnologias, tenha
nível de serviço e suporte adequados, perenidade, upgrades constantes, equipe
de especialistas, desenvolvedores e canais disponíveis no mercado e eu tenha acesso
às fontes e consiga evoluir o sistema por mim mesmo, se assim preferir”,
·
Valorização da componentização
de aplicativos e da adoção de
WebServices – distribuição centralizada de aplicativos em rede, com
reusabilidade, customização e economia,
·
Mudança do modelo tradicional de
compra de tecnologia – de licenças e custos fixos para compra de know-how e
custos variáveis, on demand,
·
Integração e convergência de
mídias e padrões, ou seja, de dispositivos a formatos (voz, dados, etc).
Quadro Resumo: As Principais
Tendências do Momento em TIC’s Corporativas, Categorizadas pela E-Consulting®
no Modelo ECC de Maximização de Ativos em TIC’s nas Corporações:
Modelo E-Consulting® de
Maximização de Ativos Existentes
em TIC’s nas Corporações
Ambiente de Tecnologia |
Tendência Atual Tecnológica |
KPM (Key Performance Metrics) |
Ambientes e Arquiteturas |
3 Camadas (Legacy, Middleware, Client), Integração NxN de Sistemas,
TI como Processo/Fluxo Corporativo, Semântica |
Normatização, Qualidade, Parametrização, Reusabilidade, Velocidade,
Economia, Performance, Segurança |
Hardware |
Grid Computing |
Economia,
Performance, Sharing, Adequação |
Software |
Componentização, Interoperabilidade de Padrões e Tecnologias, Padrões
Abertos Mensageria e Conectores de Sistemas, Distribuição Centralizada e
WebServices, Downloadables, Biometria e Reconhecimento |
Integrabilidade, Interoperabilidade, Reusabilidade, Comunicação,
Economia, Sharing, Controle e Gestão, Qualidade, Colaboração, Posse da
Inteligência, Flexibilidade, Parametrização, Customização, Velocidade,
Usabilidade, Amigabilidade, Interatividade, Meta-reconhecimento |
Infra-Estrutura |
On Demand Infra-Structure (conectividade, eletricidade, segurança,
redes, espaço, links, memórias, etc) |
Escalabilidade, Flexibilidade, Robustez, Custo X Benefício, Controle,
Qualidade, Gestão de Riscos |
Serviços |
Shared Services, (Out/in)sourcing, Tecnologias Móveis, Gestão por
Projetos |
Economia, Controle, Padronização, Gestão de Riscos, Mobilidade
Anytime-Anywhere |
A Equação Conjuntural que
Mudará a Cara do Mercado: Aumento dos Custos de Transação, Manutenção e Suporte
em ambientes de negócios altamente competitivos e extremamente suscetíveis a
evoluções tecnológicas.
De um lado, usuários ganhando poder, budgets sendo diluídos,
necessidade de velocidade e qualidade de desenvolvimento de aplicativos para
acompanhamento da velocidade da demanda pelos mercados e negócios, padrões
perdendo relevância, interoperabilidade na ordem do dia, mudança radical no
modelo de compra de software, evolução nos níveis de adoção de padrões abertos,
evolução dos modelos de integração e convergência de dados, mídias e formatos,
etc...
De outro lado, pressão por redução de custos, cobrança de acionistas
por resultados, métricas de medição de resultados impostas, redução de
investimentos em TI, busca pela maximização de ativos existentes, foco em
integração e serviços, altas filas de projetos parados ou em desenvolvimento,
falta de qualidade, altos índices de refação, altos custos de certificação em
qualidade, gestão ineficaz de áreas e equipes, tecnologias compradas sub ou mal
aproveitadas, foco migrado para gestão por projetos (com resultados
mensuráveis), terceirizações na ordem do dia, TI como processo corporativo
ganhando importância estratégica, etc...
A Solução: transferir os custos de modelagem e parametrização dos
sistemas aos usuários finais. Ou seja, transferir os custos de transação,
manutenção e suporte ao interessado (stakeholder), da mesma maneira que foi
feito pelos Bancos com os sistemas de atendimento remoto em canais
alternativos, tais como ATMs e Caixas Eletrônicos, Agências Móveis, Internet
Banking, Phone Banking, Mobile Banking, SACs, etc
Porquê: Além dos motivos citados acima, podemos verificar enorme
saturação em compras de TI atualmente nas grandes empresas, o que traz valor marginal
a novas compras e investimentos e, portanto, rendimentos decrescentes com a
adoção de mais do mesmo (é claro que esta análise não serve para tecnologias de
ruptura do tipo break-throughs).
Como: Self Technologies®, ou seja, o usuário final (o profissional de
marketing, finanças, RH, jurídico, etc), passará a modelar e parametrizar seus
aplicativos (nível client ou 3ª. Camada) diretamente nos sistemas
tecnológicos... estes, plataformas totalmente integradas e componentizadas,
verdadeiros servidores de aplicativos de base, integrados via conectores,
mensageria, protocolos, etc aos processos corporativos em arquiteturas
competitivas alinhadas ao BSC da empresa. E como o usuário faz isso? Digitando
(ou mesmo falando) em sua língua nativa (portanto não em códigos) os parâmetros
de seu aplicativo e... simulando, testando, usando.
Vantagens: nitidamente veremos o desafogamento das áreas de TI, redução
das filas, redução dos custos de falta de qualidade e erros, maior adequação do
escopo de negócios do aplicativo/software às demandas do usuário (porque é ele
quem faz e não um analista de TI pouco familiarizado com a disciplina em
questão), maior velocidade (time to operation) no processo que vai da concepção
do aplicativo à sua disponibilização, redução do staff de analistas e
desenvolvedores de alta plataforma, distribuição de governança, meritocracia e
convocatória em diversos stakeholders associados (mormente área de TI e área
cliente interna), efetiva descentralização centralizada na gestão dos processos
e informações da companhia, dentre outros óbvios.
Fato Relevante I: Acaba quase que por completa a necessidade de
desenvolvedores de camada client, pois este custo é transferido ao usuário, que
se torna o desenvolvedor.
Fato Relevante II: Aumenta a importância de integradores de processos e
tecnologias e dos desenvolvedores de plataforma baixa, bem como de experts em
interoperabilidade de plataformas e, principalmente, de arquitetos de ambiente
e sistemas, responsáveis por modelar as plataformas tecnológicas de
desenvolvimento e serviço dos aplicativos do tipo “Self Technologies®”.
Prazo: Inevitável em 8 anos. Viabilidade Comercial em 12 anos.
Acreditamos que, atualmente, a pendência que impede este caminho de ser mais
rápido é mais política e lobbista, além do refenato dos clientes aos padrões e
fornecedores existentes, do que tecnológica e potencial de fato.
Disponível em: < http://www.camara-e.net/interna.asp?tipo=1&valor=3121 > / Acesso em : 29 de set. de 2006