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Resumo do livro: Zen e a Arte da Manutenção das Motocicletas

Autor: Robert M. Pirsig

 

 

 

Elaborado por: Aliceana de Andrade Graciosa

Caroline Maes

Catherine Grimm

Rafael Eduardo Bertoncini Soares

 

1a. PARTE

 

Terra de ninguém -> isso que me atrai nela.

Pessoa sentiu a diferença por que um dia já teve uma experiência. São ligados a recordações minhas, que ele não tem.

De moto, vê as coisas diferentes, fica-se em contato, faz parte, não só assiste.

De carro, acostumados, confinados, espectador. Rostos carrancudos.

Queremos mais viajar que chegar a algum destino.

Terras distantes -> personalidades e o ritmo de vida diferente, não têm objetivos rígidos. Não estão ocupados demais, sabem tudo sobre o aqui e agora das coisas. Nós estamos acostumados a não ver, a verdade esteve sempre ali e nos negamos a recebe-la.
Agora -> tudo vai bem a nossa frente, sem impulso de "chegar a algum lugar", tudo vai bem, temos o país inteiro a nossa frente. A gente pensa nas coisas com muita calma e vagar, sem pressa, sem aquela sensação de estar perdendo tempo.
O motivo da Chautauqua: fugindo da superficialidade do cotidiano, da monotonia, o problema do que será que foi feito com o tempo. Devemos fazer as coisas bem feitas.

"É a tecnologia como um todo que eles não aceitam"."Proibido entrar, propriedade particular". Não fazem parte dela, porém Buda está em todas as coisas. Eles estariam servindo a outras pessoas, seriam coisas obscuras, distantes. Na verdade são contra a massificação.

Andam por lugar vazios da tecnologia, sem poluição.


"Monótono, é maçante dirigir em assim, sem chegar, imaginando, sem curvas, igual". Desconforto físico é sustentável até o ponto em que o desconforto passa a ser psicológico.

É natural que as tempestades contracenem conosco.

As pessoas não se importam com ela eles simplesmente trabalham com, não querem saber mais.

Fredo volta a memória.

A idéia de fantasmas aparece neste trecho, da ciência: não existiam antes de serem inventados.

A educação é uma hipnose em massa. Podemos conduzi-los pela mente, pela lógica. O fantasma está no senso comum. Fredo passou a vida toda perseguindo um fantasma.

Nos tempos de hoje, somos superiores intelectualmente. O antigo é velho, ruim.

Guardamos coisas para inspirações futuras, coisas que poderemos utilizar futuramente. A importância das coisas está na personalidade delas. Luvas antigas são importantes porque tem algo a mais, tem afeto.

Atualmente eles dependem da tecnologia, não conseguem viver sem.

Uma fotografia perde algo da realidade não tem 360° para ver a mesma coisa que se viu.

Pradaria, eles querem sair sem modificar nada, apenas passar, continuar (paralelo com a vida, com as coisas, não queremos modificar, apenas passamos e vivemos).

Os estranhos os olham, pois são novos.

John quer saber o que são, não o que significam (calços de cerveja).

Duas realidades: subjacente da explicação científica e a aparência artística imediata, por isso ele não consegue ver a outra, se atrapalha e acaba se irritando. São dois olhares diferentes que acabam com o outro. Autor relata que não se dá bem com psicólogos. (no cap6 fala sobre as formas de tecnologia, a força mortal).

É revelada ao casal a doença mental de Chris. Fala do poema alemão do filho quase morto que afirma que o pai viu um fantasma no lugar do filho, e depois ele morre.

Cada capítulo é uma chautauqua, é um dia para se pensar em algo. Em um novo espetáculo de idéias.

Entra no mundo do Fredo como ele era e não apenas das suas idéias de tecnologia e valores humanos.

Regredimos para chegar a uma origem, porém não conseguimos regredir, e o que era uma divergência de idéias (arte x ciência) torna-se uma grande especulação filosófica, este o motivo da Chautauqua.

Fredo queria dizer algo que ninguém acreditou, foi esquecido, o autor se inspirou nele para escrever os temas do livro. Ele era excêntrico, indesejável, biruta, completamente maluco, preso por ordem judicial e afastado do convívio com a sociedade. Mundo racional, analítico e clássico.

Há dois tipos de ver o mundo, a compressão romântica e a clássica.

Clássica-> Subjacente; ciência, razão e normas, ciência, medicina, e direito, direto, objetivo, simplificado, seco, econômico, cuidadoso dimensionado, organizador.

Romântica->Aparências imediatas; inspiração, imaginação, criatividade, intuição sentimentos, a arte, confuso, irracional,
procura o prazer, superficial, sem conteúdo, parasitas de outros.

Analítico, baseado em detalhes em tudo que vem junto. Só se percebem essas peculiaridades ao se transforma essa modalidades de discurso em um objeto de discurso. Apenas nas pequenas coisas é impossível dizer que é possível de ser compreendida, não há observador, expressa-se em fato, há uma falta atuando nessa descrição.
Não existem uns pontos em comum com as duas, são isoladas, e detestadas, Fredo estava em busca de algo, usou a faca, instrumento que possuía, acabou se transformando na única vítima.

A descriminação é a divisão do universo em diversas partes, quanto mais olhamos para ele, mas diferente ele nos parece.

Visão clássica: divide montes de areia para classifica-las, para criar diferenças entre elas.

Visão romântica: o monte de areia antes da divisão.

Buda existe independentemente de qualquer pensamento. Ele está lá, sempre, é preciso vê-lo na areia.

Quando se separa algo, algo se perde, outro algo se cria, é um ciclo eterno, nem bom, nem ruim.
Fedro é louco porque o comparamos com o nosso conhecimento de que ele seja um louco.

A racionalidade é um fantasma, pois é incoerente e sem significado, fazendo com que as mais normais ações da vida se tornem inúteis e despropositadas, sem irrelevância, declaram que o objetivo da vida pe viver mais para poder viver mais ainda. o objetivo da vida não pode ser alcançado (sobreviver) É isso que esgota os dois, o pensamento.
Fredo: possuído da lógica, do sistema clássico, inteligente e solitário (essa duas características andam juntas), frio e insensível, a sua imagem era um lobo selvagem, viu uma imagem dele que não era estática (foto) nem dinâmica (espelho),
ele raramente se desviava para algum lado, ele sentia que era completamente determinado por esse fantasma.



2a. PARTE

 

Segundo o autor, a manutenção da motocicleta é uma operação completamente racional, pois ela funciona de acordo com as leis racionais e o estudo da arte da manutenção das mesmas, é, no fundo, um estudo em miniatura da arte da própria racionalidade. (p. 94)

A diferença entre a visão clássica e a romântica é que enquanto os clássicos são mais funcionais e mecanicistas, os românticos se preocupam mais com a aparência superficial das coisas. (p. 94) O autor compara a visão clássica dele com a romântica de John, afirmando que este vê a motocicleta como um conjunto de peças enquanto que ele vê como um conjunto de conceitos.(p. 96)

Sistemas (ex: moto) são organizações que se baseiam nas mesmas relações conceituais estruturais. “O verdadeiro sistema é o nosso próprio modelo atual de pensamento sistemático, a própria racionalidade”.(p. 98) (fábricas, trabalho mecânico realizado pelas pessoas). Fedro achava que tudo são fantasmas, pois tudo saiu da cabeça de alguém, até mesmo o que existe na natureza, pois ela tem potencial de criar as coisas, e Fedro justamente perseguia o fantasma da racionalidade em si.

As hierarquias de pensamento formam um sistema e o método de orientação dentro desses mesmas hierarquias é a lógica. Há dois tipos de raciocínio lógico: o indutivo, que seria o raciocínio a partir das experiências particulares, visando as verdades gerias, e o dedutivo, segundo o qual partimos do conhecimento geral e prevemos uma observação específica. (p. 103)

O método cientifico une a utilização de ambos os raciocínios indutivo e dedutivo criamos um problema e levantamos várias hipóteses. As experiências testam as hipóteses em questão, podendo ou não funcionar, logo os românticos, sempre preocupados com a aparência das coisas, não acreditam ser esse um método interessante, já que as experiências que não funcionam não servem para eles. Fedro achava que “os períodos de duração das verdades científicas eram uma função inversa da intensidade científica”, logo quanto mais hipóteses, menos o tempo de vida das verdades e isso estava levando ele a loucura já que ele estava  apto a criar sempre  mais e mais hipóteses. Isso seria uma anticiência produzida cientificamente, um verdadeiro caos (p. 112).

O único agente do progresso, segundo o autor, seria a própria razão. Ele cita o empirista Hume (p. 125). Esse filósofo acreditava que todo o conhecimento se deriva da experiência sensível (“natureza” e “leis da natureza” são frutos da nossa imaginação). Hume defendia que o mundo inteiro estaria em nossa mente, A partir das idéias de Hume que Kant escreveu “Críticas da razão pura”. Aí Kant vai defender que embora todo conhecimento comece com a experiência, não se pode deduzir que ele provenha da mesma. Dados a priori seria aspectos da realidade que não são diretamente fornecidos pelos dados sensoriais (ex: tempo) (p. 127).

Fedro lecionava em uma faculdade em Bozeman, segundo ele “a verdadeira universidade é nada mais nada menos que o corpo contínuo da razão em si” (p. 143). Fedro tinha uma falta de fé da razão, daí ele ser um professor tão fanático (ninguém se dedica a um assunto em que se sente perfeitamente seguro).

Quando eles chegam à antiga cidade de Fedro, vão se hospedar nos DeWeese, e Robert (o autor) fica tenso, pois Jonh e DeWeese teriam diferentes visões sobre ele. Quando todos estão reunidos na sala de estar dos DeWeese. Robert começa a divagar sobre o manual da churrasqueira deles (p. 158). Segundo ele, aí ocorreu um divórcio entre arte e tecnologia. A relação entre elas seria de uma incompatibilidade entre razão e sentimento (sofrimento material e estético para satisfazer necessidades materiais). Essa crise teria origem na incompatibilidade entre a situação e as formas de pensar atuais (não pode ser resolvida em termos racionais, porque a fonte do problema está na própria racionalidade). O problema não vai se resolver com o abandono da racionalidade, mas com a expansão da natureza do raciocínio.

A confusão de se lidar com a feiúra da tecnologia é causada pela obsolência das formas tradicionais de pensamento, que não conseguem abranger as novas experiências.

A verdadeira aprendizagem começa com os impasses, ao invés de se aumentar os ramos precisamos expandir as raízes do que já conhecemos.

As pessoas ingressam em áreas irracionais do pensamento. (ocultismo, misticismo, drogas) porque sentem que a razão clássica já não sabe lidar com fatos que elas sabem ser reais. (p. 163)

O autor finalmente fala porque denominou de “Fedro” ele antes de ficar louco. Fedro era um grego antigo presente quando a razão foi inventada (p. 164).

John e Sylvia voltam para casa. O autor visita a escola onde dava aula, ele começa a se lembrar dos antigos tempos e se lembra em específico de uma velha professora que sempre entrava na sala dele e perguntava “Você está ensinando Qualidade para seus alunos esse semestre?” (p. 173). Foi a partir daí que ele começou a se perguntar o que era de fato Qualidade.

 

3a. PARTE

 

Fedro e Chris estão subindo a montanha e para o autor isso “representa a escalada espiritual que a alma deve empreender para alcançar seu objetivo é estabelecida de maneira fácil e natural”.A maior parte das pessoas não se aventura a subir a montanha, mas quando sobem descobrem que existem vários caminhos, “tanto quanto são as almas” (página 179).

Para ele, a maioria dos caminhos do ocidente estão interditados as transformações pela rigidez dogmática.

O autor descreve como Fedro definiu o termo qualidade. Na primeira etapa ele não conseguiu criar uma definição rígida e sistemática do termo. Na segunda etapa ele construiu definições rígidas e sistemáticas e elaborou uma estrutura hierárquica de pensamento para defendê-la.

Aquela etapa se passa no tempo em que Fedro lecionava na Escola e teve início com a retenção de notas, Fedro acreditava que havia somente reprodução dentro do âmbito da Faculdade faltava por parte dos alunos originalidade. “Quando o sistema de notas, avaliações e conceitos forem eliminados teremos uma avaliação genuína” (página 184).

Para a sociedade as notas são um incentivo para que o aluno estude como, por exemplo, o que ocorre com a mula que precisa ser açoitada para andar.

O objetivo de Fedro era que os alunos fizessem uma análise introspectiva desenvolvesse a criatividade e tentasse buscar a resposta certa.

 

Chris e ele continuam escalando a montanha, no entanto Chris não se sente bem e ele começa a falar da disposição e do cansaço, para ele “deve-se escalar a montanha com o mínimo desperdício possível de energia e sem desejo de chegar a algum lugar” (página 195).

Também fala sobre o egocentrismo que é enriquecer a si próprio “qualquer realização que vise a autoglorificação fatalmente termina em tragédia” “Se tentamos só para provar que somos os maiores, quase nunca conseguimos”.

Para ele, o egocêntrico é como um instrumento descalibrado.  

O autor inicia a sua explicação sobre o que Fedro entendia por qualidade: “é uma característica do pensamento e da expressão, reconhecida por um processo não intelectual. Por serem as definições um produto do pensamento rígido e formal, não se pode definir qualidade. Porém mesmo que a qualidade seja indefinível sabemos o que ela é” (página 200) Ele na verdade se recusou a definir qualidade.

 

Fedro odiava o ramo da filosofia denominado estética, esse ramo tratava da definição de qualidade. Para ele, a qualidade não poderia se subordinar a nada.

A primeira onda de cristalização, fora da retórica, resultante da recusa dele em definir qualidade. A resposta ele encontrou na escola denominada realismo, pois segundo essa escola diz-se que uma coisa existe quando um determinado mundo não funciona sem ela. Assim o mundo sem qualidade não funciona de forma normal, portanto a qualidade existe mesmo sem poder defini-la.

Para ele, se não houvesse qualidade tudo desapareceria menos a matemática, a ciência pura, a filosofia e a lógica.

 

A segunda onda de cristalização, a metafísica teve início com  o questionamento dos professores da escola sobre a natureza da qualidade.

Fedro pensou que “se a qualidade existir nos objetos, deve-se explicar exatamente por que ela não pode ser detectada por instrumentos científicos (mensurável); mas por outro lado se ela estiver presente somente no observador o termo poderia ser apenas um nome dado às coisas que gostamos”.(página 218)

Fedro estava diante de um dilema que em grego queria dizer duas premissas. A melhor alternativa a seguir seria dizer que a tentativa de classificar a qualidade é uma tentativa de definição e a qualidade não é definível.

No entanto Fedro segue a segunda alternativa e descobre que se retirarmos o apenas essa premissa ficará verdadeira, pois não podemos fazer somente o que gostamos, mas também o que os outros querem, desta forma qualidade seria aquilo que se gosta.

Assim ele dividiu dois grupos: o materialismo científico que sustenta que só é real o que é composto de matéria e energia, mensurável por instrumentos científicos e o formalismo clássico que diz que aquilo que não pode ser compreendido sob o aspecto intelectual é definitivamente incompreensível.

“Se todos sabem o que é qualidade, porque há discordância em relação a ela?” (página 224).

Embora a qualidade fosse a mesma para todos, os objetos em que se acreditava residir à qualidade variavam de pessoa para pessoa. Assim há duas qualidades: uma romântica extremamente visual e a clássica ligada ao conhecimento total. Percebeu também que as pessoas têm opiniões diferentes sobre a qualidade porque trazem bagagens existenciais diferentes.(página 238)

Ele concluiu, portanto, que a qualidade não é objetiva porque não é material e não é subjetiva porque não reside apenas na mente era uma terceira entidade dependente.

Assim, para ele o mundo compunha-se de três elementos: mente, matéria e qualidade. E essa qualidade é responsável pela inter-relação entre sujeito-objeto.

 

 

A terceira onde de cristalização a mística, da qual ele nunca conseguiu se recuperar.

Fedro deduziu que a qualidade dava origem à mente e a matéria. Para ele, a fronteira de tempo, antes do processo de discriminação de um objeto é denominada de consciência de qualidade. Assim, ele deduziu que o passado só existe na memória, o futuro só nos nossos planos e o presente é a realidade. Exemplo: A arvore que vimos e captamos racionalmente, por esse lapso de tempo esta sempre no passado e portando é irreal e a realidade é o momento da visão chamada de realidade pré-intelectual e que ele considerava a verdadeira qualidade.

 “A qualidade é independente de qualquer formato ou forma, porque ver forma já é intelectualizar. Os formatos e formas que atribuímos à qualidade dependem de imagens registradas na memória. Assim, a qualidade é a reação de um organismo ao seu ambiente”.

Na verdade Fedro começou a perceber que havia se distanciado da posição original, esquece-se da trindade metafísica e  a qualidade tornou-se a essência de tudo.

O absoluto segundo Hegel é completamente racional e ordenado, a qualidade não.

Ao ler o Tão-te-ching ele descobre que aquilo ele denominara de qualidade, ali era denominado tao, “a grande força central geradora de tudo”. (página 242)

 

O autor quer deixar de lado as abstrações intelectuais para passar a dados concretos e práticos, assim ele começa a dizer que não tem certeza se a qualidade corresponde ao tao e diz que Fedro não fez nada pela qualidade e sim pela razão. Seria uma forma da razão expandir-se incluindo elementos irracionais.

Inicia o debate sobre a declaração de Fedro: “qualidade é o mesmo que Buda”, se isso for verdade haverá um ponto de comunhão entre religião, arte e ciência.

 

A chautauqua desse capítulo é dedicada a Jules Henri Poincaré o homem de ciência mais importante da sua geração. O autor encontra uma semelhança entre os pensamentos de Fedro e de Poincaré. Pois, na época deste a ciência era tida como uma verdade absoluta, estando acima de qualquer outra dúvida. No entanto surge na matemática uma contradição que revela que esta não é uma ciência absoluta, pois, há duas explicações lógicas para o mesmo problema. Mas qual explicação seguir? Poincaré afirma que toda convenção ou axioma se baseia na vantagem e na conveniência do pressuposto.

Essa verdade colocada por Poincaré ocorre não só na matemática mais em todos as áreas cientificas ele demonstra isso com o conceito de tempo e espaço. 

Outra semelhança com o pensamento de Fedro esta no que ele chamava de consciência pré-intelectual e Poincaré de consciência subliminar este acreditava que “as soluções matemáticas são solucionadas pela consciência subliminar baseada na harmonia dos números” (página 254)

 

Ele tem um sonho que está morto dentro de um caixão de vidro e a família vem visitá-lo. Há uma sombra que não o deixa sair do caixão.

 

A chautaqua é sobre a relação entre cuidado e qualidade, esclarecendo que para ele são aspectos interno e externo da mesma coisa. Assim, ele pressupõe que o que dá origem ao impacto tecnológico é a ausência de percepção da qualidade na tecnologia. A busca desenfreada pela definição de qualidade na verdade era uma busca por respostas geradas pela tecnologia.

O autor começa a falar como o modelo clássico de raciocínio pode ser aperfeiçoado pelo reconhecimento formal da qualidade. O primeiro é o empacamento mental é o que ocorreu ao Chris na hora de escrever a carta à mãe. Ocorre no tempo zero da consciência, não há resposta você está encurralado; para ele um exemplo disso é o método cientifico. O desempacamento está fora do método cientifico, na teoria da objetividade, observando os fatos e raciocinado desinteressadamente.

 Saber Clássico            Razão   (muda sempre)

Saber Romântico            não esta em parte alguma do trem                   TREM

 

“Não se deve evitar o empacamento, pois é através dele  que se dá o conhecimento real” (página 272).

 

 “A verdadeira feiúra não vem dos objetos, nem da tecnologia. A qualidade, ou sua ausência, não esta no sujeito, nem no objeto. A verdadeira  feiúra localiza-se na relação entre as pessoas que produzem a tecnologia e as coisas produzidas, que gera uma relação semelhante entre as pessoas que usam a tecnologia e as coisas Por ela utilizadas”.(277)

Para solucionar o problema da tecnologia não adianta fugir e sim romper as barreiras do pensamento dualista. Agregando o pensamento clássico e romântico da qualidade.

 Imperfeição clássica             razão tradicional

Feiúra tecnológica               razão

Retoma a questão da paz de espírito discutida na casa dos DeWesse, a paz de espírito esta ligada ao bom trabalho. Essa paz não tem relação com as circunstancias externas, implica numa entrega que produz identificação total com as circunstancias do momento. Existem em três níveis de conhecimento:

 

1-   O silêncio físico

2-   quietude espiritual (livres de pensamentos)

3-   quietude moral (anula todos os valores)

A introdução da paz de espírito como componente central do trabalho técnico ocasionará a fusão da qualidade romântica e clássica.

 

A chautaqua é sobre o Brio, “uma pessoa briosa esta adiante do trem da própria consciência, enfrentando o que vier”. O silêncio leva a formação do brio, brio é como uma gasolina mental que alimenta tudo.

Existem centenas de ciladas para o brio:

 

 


ciladas morais: afetivo

ciladas factuais: cognição

ciladas físicas: motor

 

 

As ciladas morais englobam o egocentrismo, a ansiedade, o tédio e a impaciência. “As ciladas factuais dizem respeito aos dados captados que estão dentro dos vagões do trem”.(304)

Essas informações geralmente são manipuladas pelo método cientifico, cilada factual da lógica do sim ou não. Para ele há um terceiro termo lógico possível igual ao sim e ao não em que ele denomina “mu” palavra japonesa que significa nenhum. É claro que esse conceito não existe dentro do mundo científico, pois quando os cientistas fazem experiências só aceitam respostas sim ou não, mas para Fedro o mu estimula a pesquisa científica por ser algo misterioso. 

As ciladas físicas ou psicomotoras devem ser evitadas para que não haja desconforto físico como, por exemplo, o excesso de frio, calor, a falta de luz.

“Bom, quer dizer que se eu escapar de todas essas armadilhas para o brio, vou ficar por cima?” (308). A resposta é negativa, pois, além disso, é necessário viver uma vida organizada, buscar a perfeição.

 

4a. PARTE      

                                                           

O narrador e Chris estão chegando ao final da viagem, e Fedro dá sinais de que está voltando. Ele tem pesadelos com Fedro e Cris fica com medo das reações de seu pai.

“– Com o que você estava sonhando?”.

-         Eu estava tentando ver o rosto de alguém

-         Você gritou que ia me matar.

-         Não você não.

-         Quem?”(pg. 314)”.

Com a volta de Fedro, “Eu sempre soube que ele ia voltar” (pg. 315) o narrador pensa em voltar a se internar numa casa de saúde, pois fica com medo do que pode acontecer em alguma de suas crises. Pensa em contar a seu filho o que aconteceu a Fedro, omitindo o que aconteceu no final. “Acho que vou descer para São Francisco, mandar o Chris de volta para casa de ônibus” (pg. 317).

“Na busca do conceito de Qualidade, Fedro descobriu vários caminhos que partiam da vereda principal, levando a um mesmo ponto” (pg. 319).

“A qualidade é tudo no pensamento grego – respondeu ela, e ele ficou refletindo sobre a resposta”. (pg. 319)

O narrador começa a se perguntar se a Qualidade faz parte do pensamento grego.”A filosofia sistemática é grega” (pg. 319). O narrador começa a narrar como ele se tornou Fedro. Começou quando pensou em fazer um doutorado, mas não sabia definir o tema e isso não era aceito. Fedro então foi a Universidade de Chicago para tentar o doutorado, (“Existia na universidade de Chicago um programa interdisciplinar sobra a Análise de Idéias e Estudo de Métodos. Pg 320), mas é reprovado por um dos professores”. Depois disso vai para floresta tentar descobrir a razão pela qual o seu campo devia ser substantivo ou metodológico. “A Qualidade é o objetivo que o método visa alcançar” (pg. 322), Fedro pensava acabar com o pensamento aristotélico.

“A substância não muda. O método permanece. (...) A substância diz respeito à forma, o método diz respeito à função. Se misturar à substância com o método, (...) a gente se enrola todo, e o leitor também”. “A Qualidade é o objetivo que o método visa alcançar”.(pg. 322)

Fedro e a família mudam-se para Chicago para que ele possa estudar, e quanto mais estudava mais se convencia do perigo da aceitação da filosofia antiga. Chegando a Chicago ele começou a lecionar redação em tempo integral na universidade de Illinois, mas sua atenção estava voltada para a Universidade de Chicago. Ele se inscreveu na disciplina de Retórica, pois era seu campo e se sentiria mais confortável cursando aquela disciplina.

A Qualidade gera o “mythos”, ele se desenvolve por analogia com o que se sabia antes, ele é uma estrutura composta de correspondência montada sobre outras correspondências que, por sua vez, são montadas sobre correspondências anteriores. Fala de uma relação entre “mythos” e a loucura. Pôr o”mythos” de parte é o mesmo que enlouquecer.”, “o mythos se desenvolve por analogia com o que se sabia antes”.(pg. 333)

“Ele acreditava que Aristóteles e os gregos antigos eram os vilões que haviam criado o mythos, para que considerássemos essa loucura realidade.”

“A tecnologia leva a culpa em grande parte, uma vez q a solidão está sem dúvida associada aos mais novos inventos da tecnologia – televisão, aviões a jato, vias expressas e assim por diante”. (pg.339)

O narrador fala que o mal não está nos objetos da tecnologia, mas na tendência que a tecnologia tem de isolar as pessoas fazendo-as assumir posições solitárias de objetividade. A Qualidade sempre destrói a objetividade. A razão e a Qualidade haviam se separado uma da outra e entrado em conflito.

Nessa chautauqua o narrador espera ter iniciado alguns meios de conseguir reviver a integridade individual, a autoconfiança e o velho brio”.

Para Aristóteles a retórica é uma arte porque pode ser reduzida a um sistema racional estruturado e Fedro quer refutar isso, ele afirma que “por esse critério, a General Motors produz arte pura, e Picasso não”. No sistema aristotélico a Qualidade não tem nada a ver com a retórica. A dialética hoje em dia é uma argumentação lógica, é uma técnica de avaliação mútua, através da qual se chega à verdade.

Depois de estudar Aristóteles, as aulas passam a estudar Platão, que acreditava que “a dialética era o único método pelo qual se poderia conhecer a verdade, o único”.

Aristóteles especifica os detalhes enquanto Platão faz generalizações. Aristóteles é o eterno mecânico de motocicletas, que prefere a múltiplo. Fedro era platônico, Platão não gostava de retóricos, ele é aquele que busca o Buda. A filosofia grega primitiva representou a primeira busca consciente do eterno nos domínios humanos.

A qualidade era absoluta. Era isso que os sofistas ensinavam, não o relativismo ético. “A aretê implica no respeito pela integridade e unicidade da vida, e, conseqüentemente, no desprezo pela especialização”.

O narrador não se chama Fedro; este é em jovem orador que contrasta com Sócrates no diálogo de mesmo nome. (pg 362). Esse diálogo foi escrito por Platão, e faz parte dos diálogos da maturidade, fase em que Platão afirma cada vez mais a independência de seu pensamento em relação ao de Sócrates, Fedro é um diálogo que fala sobre o amor e a alma. No Fedro, é um homem-cigarra que, sem se preocupar com a sobrevivência, canta à luz um belo canto – sua filosofia – em homenagem às musas, até morrer”. (REZENDE, Antônio. Curso de Filosofia. Pg. 63). Fedro não faz parte de nenhum grupo determinado. Prefere a solidão do campo à cidade, é agressivo. Fedro, em grego, significa “lobo”. (pg 362)”.

 A dialética vem antes de qualquer outra coisa, e da dialética provêm as formas. Ela veio da retórica, que é filha dos mitos e da poesia da Grécia Antiga.

“Seu objetivo original era manter a Qualidade indefinível, mas ao bater-se contra os dialéticos, ele havia feito declarações, e cada uma dessas declarações era um tijolo no muro que ele estava construindo em torno da Qualidade. Qualquer tentativa de desenvolver um raciocínio sistemático em torno de uma Qualidade indefinida está fadada ao fracasso.”.

“Entramos outra vez na estrada, e agora começo a perceber que ele é outro Fedro”.(...) Ele vive querendo saber de tudo, as perguntas jamais se esgotarão.”. (pg. 379)”.

“Ele é sincero, como Fedro. E como Fedro, ele me olha agora, cada vez com mais ódio”. (pg. 380) “Não vou mandar você para casa porque estou zangado com você, mas porque tenho medo do que possa acontecer se eu continuar a cuidar de você”.(pg. 381)

Ao final chegam a Califórnia, tiram o capacete e aproveitam o fim da viagem e Chris tem uma nova visão da viagem, pois olha por cima do ombro do pai e diz que tudo esta diferente.