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Universidade: Compromisso com a Excelência e Instrumento de Transformação

 

Sálvio de Figueiredo Teixeira*

 

Sumário: 1. Saudação. 2. O sistema educacional brasileiro e a evolução do ensino superior no País. 3. A postura do educador e do universitário. 4. Os objetivos da Universidade. 5. A missão e os compromissos da Universidade no mundo contemporâneo.

1. Saudação.

Ao comparecer a esta Casa, que presta homenagem e serviços à educação em nosso País, para proferir esta “Aula Magna” na inauguração do seu novo campus universitário, nesta bela e histórica cidade do Recife, além de agradecer o honroso convite e saudar a presença de tantas pessoas gradas, desejo assinalar, antes de mais nada, o quanto me envaidece aqui estar, neste Estado de tão profundas e ricas tradições, notadamente no plano cultural, de que é exemplo esse admirável Gilberto Freire, cujo centenário de nascimento o País, orgulhoso, comemora nesta semana e cuja obra tanto tem a ver com a formação da cultura brasileira.

Como educador e aprendiz, e sob tais sentimentos e emoções, sinto-me em casa, neste convívio agradável e estimulante com a Universidade pernambucana, com o universitário que a freqüenta e justifica e com os seus prestigiosos e qualificados docentes.

2. O sistema educacional brasileiro e a evolução do ensino superior no País.

Após citar Alceu Amoroso Lima, para quem “a Universidade tem suas raízes na própria natureza dos homens e das coisas”, aduzia, em 1977, o Professor Marco Maciel, atualmente Vice-Presidente da República, que a evolução da cultura é fenômeno resultante da própria evolução dos grupos sociais, impondo-se o sistema universitário como instrumento adequado à elaboração e difusão de conhecimentos e técnicas que as sociedades exigem para a realização de seus objetivos(1).

No caso brasileiro, porém, segundo Anísio Teixeira há de atentar-se para a circunstância de que

“a descoberta da América pelos europeus, nos fins do século quinze, deu lugar a uma transplantação da cultura européia para este Continente. Tal empreendimento constituiu, porém, uma aventura impregnada de duplicidade. Proclamavam os europeus aqui chegarem para expandir nestas plagas o cristianismo, mas, na realidade, movia-os o propósito de exploração e fortuna. A história do período colonial é a história desses dois objetivos a se ajudarem mutuamente na tarefa real e não confessada da espoliação continental”(2).

A vida do recém-descoberto Continente foi, assim, aduziu o saudoso educador, justificadamente um dos ícones da educação no Brasil, “desde o começo, marcada por essa duplicidade fundamental: jesuítas e bandeirantes; fé e império, religião e ouro”.

Na mesma linha, observa também Prof. Belém Teixeira, nos anos cinqüenta, que

“os problemas educacionais brasileiros não são de natureza apenas pedagógica, mas implicam a participação de todos os grandes complexos culturais que estão na base de nossa formação: são igualmente históricos, econômicos e políticos e cada uma dessas perspectivas deve ser considerada detidamente, referida ao conjunto, se quisermos iluminar, com a verdade, a face do problema pedagógico”(3).

Neste contexto, chegou a educação até nós.

Com avanços e retrocessos tem sido a evolução do nosso sistema educacional. E não tem sido diferente em relação ao ensino superior, que no País se implantou com atraso bem maior e de forma marcadamente lenta.

Embora a Universidade de Bolonha, a mais antiga de quantas se conhece, já conte com mais de 900 (novecentos) anos, a experiência universitária brasileira ainda é muito jovem. E ainda estamos a formular o modelo que mais se adapte às nossas origens, ao nosso meio, à nossa cultura e às necessidades da nossa gente.

Durante o período de Colônia, muitas eram as restrições da Corte portuguesa a entravar o nosso desenvolvimento na área educacional. Não se estimulava o ensino profissional e nem o surgimento de escolas e instituições culturais.

No Império e na Primeira República, por sua vez, sem embargo do surgimento das nossas primeiras escolas de cunho profissionalizante, a exemplo das Escolas de Direito, Engenharia e Medicina, e não obstante o valor cultural das missões estrangeiras que aqui chegaram, trazendo cientistas e artistas, pequena, na realidade, foi a contribuição para a formatação de um modelo cultural brasileiro.

A pesquisa científica e social e o estreitamento de vínculo do ensino superior com o sistema educacional somente tiveram início com a criação das nossas primeiras Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras.

A reforma universitária e o crescimento numérico do sistema de ensino superior marcaram, segundo os especialistas, a década de sessenta, evolução que teve seqüência com a adoção de um novo modelo, decorrente da criação da Universidade de Brasília.

Nessa fase, expandiu-se também o setor privado do ensino superior, mas sempre com a assistência pública. E optou-se pelo modelo norte-americano, calcado em “ensino, pesquisa e extensão”.

Na década seguinte, surgiram os cursos de pós-graduação, tendo sido incentivadas as atividades ligadas ao desenvolvimento científico e tecnológico, sendo de notar-se que atualmente há um novo surto de valorização e acesso aos cursos de doutorado, mestrado e especialização, à pós-graduação lato sensu.

A todos esses fatores, acresça-se a circunstância de o País, a partir de 1964, ter imergido em um regime ditatorial, em manifesto prejuízo no campo das liberdades públicas e individuais, sabidamente nocivo ao avanço da cultura.

Em síntese, poder-se-ia dizer com o ilustre Prof. Cavalcanti de Albuquerque que a implantação do ensino superior no Brasil

“foi e tem sido uma luta, uma conquista social: o ensino superior tem sido apresentado e visualizado, em primeiro lugar, como uma esperança de afirmação cultural; em segundo lugar, como uma das alternativas para o país superar dependências em relação ao exterior e como opção para as regiões e os Estados superarem atrasos relativos. E, em terceiro lugar, é ele considerado via de desenvolvimento econômico e social, pois através do ensino superior se pode elevar a produtividade da mão-de-obra, diversificar a qualificação profissional, fomentar a inovação em todos os sentidos e, principalmente, distribuir a renda e os benefícios do crescimento”(4).

3. A postura do educador e do universitário.

Não se nega que muito se tem feito pela educação no Brasil. Estatísticas recentes, noticiando o incremento da permanência do escolar em sala de aula, são motivo de satisfação. O acesso à Universidade sem dúvida aumentou. Daqui mesmo, de Recife, quantas vocações não precisavam se encaminhar a Coimbra para adquirir o grau universitário, antes da criação dos primeiros cursos jurídicos no Brasil. Hoje, praticamente, não há quem deixe de estudar por falta de oportunidades. Há dificuldades e sacrifícios, sim. Mas estes fazem parte da existência.

Igualmente certo é, no entanto, que, se muito tem feito pela educação no Brasil, muito ainda resta por fazer.

O salto quantitativo é mensurável pelos dados estatísticos. O salto qualitativo, entretanto, está vinculado ao esforço de cada um. Todos estamos sendo conclamados a esse esforço nacional voltado ao aprimoramento do aprendizado.

E talvez melhor fosse dizer aprendizado, em lugar de ensino, considerando que a cada dia mais se fortalece a certeza de que mais que transmissão de conhecimentos o que efetivamente há é um empenho concentrado no aprender.

Aprende-se de muitas formas. Hoje, a disseminação das informações e a possibilidade de comunicação a tempo real faz descortinar um universo de conhecimento a que nossos antepassados nunca tiveram acesso. Basta um computador pessoal e uma senha para a navegação na internet, até com dispensa dos provedores. Bancos de dados, empresas e outros organismos disponibilizam essa vasta rede mundial de informações a qualquer interessado.

Diante desse potencial enorme de informações, seria até de indagar-se se faz sentido destacar-se aulas prelecionais, expositivas e tradicionais quando a fonte do conhecimento está disponibilizada a qualquer pessoa dotada de um mínimo de curiosidade.

Há, em suma, de se repensar o papel do educador. A transmissão dele reclamada já não se centra no repositório do conhecimento técnico, senão na experiência de vida. O educador há de ser sobretudo um estimulador, para que o estudante saiba não só se valer do conteúdo de informações postas à sua disposição mas também selecionar dentre elas as mais úteis, uma vez que a multiplicação de informações, como se tem alertado, pode até ser prejudicial à inexperiência da juventude.

Muito mais importante, ainda, será a capacidade de o educador transmitir emoção e caráter. Essa, a sua missão primeira e mais relevante, quando se sabe que a estrutura do nosso conhecimento clássico está alicerçada na razão. Nós, os educadores, em regra, somos formados e continuamos fiéis aos esquemas do racionalismo. Precisamos descobrir, agora, a “epistemologia da existência”, o existir como condição para ver o mundo, que inclui, em primeiro lugar, a emoção, a cultura do coração. Porque se a razão reduz a força de descobrir, é a emoção que nos leva a ser originais.

O cultivo da emoção é um trabalho conjunto dos estudantes e dos mestres. Estes dependem da empatia dos alunos para uma entrega plena à tarefa de aprender junto, que é aquilo em que consiste o magistério universitário, quando se sabe que a Universidade é o lugar da proposição do novo, a instância de onde poderá provir a alternativa mais adequada ao tratamento das grandes questões que nos motivam, e inquietam. Nessa linha, aliás, como assinalado pela Professora Clélia Capanema, a ênfase dada na “Declaração mundial sobre o ensino superior para o século XXI”, síntese da “Conferência mundial”, realizada de 5 a 9 de outubro de 1998, em Paris, sob o patrocínio da Unesco, a pregar investimento na qualidade do ensino e na geração de conhecimentos novos.(5)

Há um mundo aberto à transformação. O Brasil precisa retomar o ritmo do seu desenvolvimento educacional, para colocar-se ao lado das grandes civilizações. E dispõe de todos os requisitos essenciais a esse projeto: população jovem e criativa; tradição de solidariedade; uma língua comum. A diversidade a inspirar a convivência de muitas etnias, todas harmonicamente na partilha do mesmo solo fértil, generoso e extenso. Nação alguma do mundo ostenta biodiversidade como a nossa, e tantos mananciais de água, extraordinária riqueza natural.

Esse, o caminho a ser trilhado agora pela Universidade brasileira. A quantidade está sendo atingida, embora ainda admita maior crescimento, pois a oferta precisa acompanhar a demanda por educação. A qualidade, todavia, depende do empenho pessoal de cada educador e de cada estudante.

Daí as colocações hauridas na lucidez de José Renato Nalini, educador dos mais talentosos sob a ótica da contemporaneidade, ao dizer sobre o que se exige do educador e do universitário brasileiros.

O que se reclama do primeiro?

Paixão pelo processo educacional, pois não se consegue fazer entender aquele que encara a missão de ensinar como algo burocrático, despido de entusiasmo, transmissão formal de algumas verdades estabelecidas, desempenho de emprego ou mera forma de subsistência.

Renovação permanente, dado que a atualização é a regra de ouro para o educador, que precisa manter acesa e com a mesma intensidade, a chama de educar. Tornar cada aula a mais interessante, a mais atraente, a mais apaixonante possível.

Consciência de forja, quando se sabe que o educador não é intelectual socialmente descomprometido, mas à sua responsabilidade é confiado o mais valioso capital brasileiro: o futuro da juventude. Juventude que precisa ser forjada ao exercício da cidadania com dignidade.

Cidadania é o direito a ter direitos, na clássica lição de Hannah Arendt. Caráter é o espelho da grandeza do homem. Integra um sistema de valores que agrega a lealdade, o compromisso, a ajuda mútua, o companheirismo, a confiança, a inteireza de propósitos, no dizer de Gaudêncio Torquato.

É reforçando o caráter que se prepara a Nação para o enfrentamento da globalização. Nações mais ricas e desenvolvidas não conseguem debelar a violência que se propaga nas escolas, ceifando vidas e impregnando jovens cada vez mais novos. O Brasil tem condições de mostrar uma vida estudantil em que o companheirismo, o esporte, os torneios cívicos e as maratonas, as gincanas e os bailes, ocupem com vantagem esse lugar trágico da violência gratuita.

Outros países não conseguiram superar as barreiras raciais e os conflitos persistem qual chaga insuscetível de cicatrização. O Brasil tem condições de ensinar ao mundo que a diferença torna mais atraente o convívio e que a miscigenação é uma receita deliciosa.

A mocidade, desperta para uma participação ativa na resolução dos problemas brasileiros, não encontrará óbices ao exercício de uma criatividade conseqüente. Todos, irmanados, encontrarão o justo equilíbrio entre a competitividade e a partilha, entre a auto-realização e o estímulo ao crescimento alheio, entre o desenvolvimento sustentado e a preservação do patrimônio ambiental.

A riqueza interior do brasileiro reflete-se em sua música, em sua poesia, em sua alegria e em sua criatividade, valores incomensuráveis no mundo contemporâneo. Basta verificar a transmigração das grandes fortunas nas últimas décadas. Deixaram a produção material e encontraram pouso naqueles que criaram alternativas novas no mundo das comunicações. Neste ponto, o brasileiro encontra alternativas que os mais racionais, de intelecto fabricado ao sabor das velhas concepções, não chegam a vislumbrar.

E o que se espera do universitário?

Consciência universitária, uma vez que a parcela dos privilegiados que alcança os bancos da Universidade tem um compromisso com aqueles que ficaram à beira do caminho.

É saudável compenetrar-se de que de cada um de nós muito se espera, pois a cada um de nós, muito foi confiado, em sofrimento, recursos e esperanças.

Participação, na medida em que a Pátria é uma construção diuturna, a cada dia subtraída pelas defecções, omissões, descaso ou desalento, mas também das ações positivas individuais e coletivas. Cada gesto positivo acrescenta um saldo à sua edificação.

Cobrança, porque o envolvimento em um projeto nacional legitima o estudante a cobrar de seus dirigentes uma postura compatível com as exigências da nacionalidade.

Hoje é mais fácil cobrar dos homens públicos a fidelidade aos seus compromissos. Todos têm acesso ao e-mail, gratuito e disponível, e as mensagens desses formadores de opinião calam fundo dentre os que diariamente cronometram o consentimento da população às suas condutas. A seção de cartas ao leitor dos principais jornais, a utilização de abaixo-assinados, os telegramas, as mensagens individuais, fazem pensar melhor o legislador, o detentor de cargo executivo e até mesmo o juiz.

4. Os objetivos da Universidade.

O Prof. Caio Tácito, em conferência proferida em Minas Gerais, nos anos setenta, após destacar que em todos os tempos nunca foi a Universidade apenas um organismo voltado à formação profissional de nível superior, missão imediata e quotidiana porque dela depende basicamente o acesso a um estágio superior da sociedade, alertou para o papel essencial das elites universitárias na revisão e difusão dos valores culturais. E assim esquematizou suas quatro finalidades fundamentais:

“a) a prestação do ensino superior, visando a oferecer as habilitações legais necessárias ao exercício das profissões;

b) a pesquisa científica com o duplo objetivo de integração no processo didático e ainda de busca e domínio do conhecimento científico (ciência pura);

c) a prestação de serviços à comunidade e às atividades produtivas (ciência aplicada);

d) a afirmação de elites dirigentes e a avaliação dos problemas nacionais e regionais, através da difusão e ampliação da cultura(6)”.

5. A missão e os compromissos da Universidade no mundo contemporâneo.

As comemorações alusivas aos quinhentos anos do nosso descobrimento, assim como as transformações decorrentes da mudança de século e milênio, estão a induzir-nos a uma reflexão mais aprofundada a propósito do mundo em que vivemos, do estágio atual da civilização humana, das instituições que nos governam e dos valores que nos regem.

Vive-se uma nova era, em uma sociedade competitiva, exigente e veloz, de mudanças significativas, talvez por isso mesmo geradora de crises que se multiplicam: crises de governo, de Estado, de segurança, de habitação, saúde, moralidade, educação. Aí estão as guerras, a violência, a fome, o desemprego, a miséria, as drogas, o analfabetismo, a infância desprotegida e outros males que estão a povoar o nosso cotidiano. Mas, paralelamente a tais indicadores, vive-se também um mundo sem precedentes em termos de conquistas científicas e tecnológicas. A espantar-nos, pelos seus avanços, temos o laser, o DNA, a engenharia genética, as pílulas do homem e da mulher, a informática e seus computadores, os satélites artificiais, o rádio, a televisão e os variados aparelhos eletrônicos de última geração, os meios de comunicação e de transporte cada vez mais eficientes, rápidos e seguros.

É um formidável mundo novo, muito mais sedutor que o idealizado por Huxley e bem diferente do descrito pelos profetas da futurologia, um mundo construído pelos gênios e milhares de anônimos, pelos que lutam pelos direitos fundamentais da cidadania, pelos direitos humanos de primeira, segunda e terceira geração. Os primeiros, de resistência às agressões do Estado-Poder, direitos à liberdade. Os segundos, de cunho predominantemente social, igualitário, para exigir prestações positivas do Estado-Governo, dentre os quais o direito à educação.(7) Os terceiros, direitos a uma melhor qualidade de vida, ao meio ambiente saudável, ao direito de ser feliz.

Nesta moldura, de carências e conquistas, cabe à educação, e sobretudo à Universidade, como ponto culminante da pirâmide do sistema dos seus valores, indicar os rumos da transformação social e do progresso da civilização, quando se recorda que o sistema educacional de um povo é o reflexo mais nítido do estágio histórico em que vive a comunidade, espelhando o ideal de homem projetado por essa sociedade.

Se quisermos, e este é o apelo que nos desafia, juntos poderemos realizar este que, mais que uma utopia, é o sonho de todos nós: um mundo sem tantas desigualdades sociais e agressões, um mundo de paz, mais justo, solidário e feliz.

Sendo a Universidade a instância do novo, o centro de cultura por excelência e a alavanca para o desenvolvimento, mais do que qualquer instituição é ela o instrumento maior para a transformação da sociedade e a construção desse novo mundo.

Daí a razão para acreditarmos que esta Universidade, ao instalar o seu novo campus neste fecundo e denso relicário cultural que é o Recife, berço de tantos fatos históricos e heróicos da gente brasileira, além das suas aspirações de crescimento quantitativo, acolha em seu ideário também o compromisso com a excelência do ensino superior no País e com a transformação da sociedade brasileira.

Que Deus a ilumine nessa direção.


______________
(*) Recife, 13.3.2000.


(1) “A Universidade e o aperfeiçoamento democrático”, in “As grandes diretrizes da Universidade brasileira”, UFMG, 1977.

(2) “Valores proclamados e reais nas instituições escolares brasileiras”, in “Educação no Brasil - textos selecionados”, MEC, 1976.

(3) Apud José Israel Vargas, “Universidade, ciência e educação”, UFMG, 1988.

(4) “A inserção da Universidade na realidade brasileira”, UFMG, 1977.

(5) Já no seu preâmbulo, essa “Declaração” além de ressaltar o direito de todos à educação, com suporte inclusive na “Declaração universal dos direitos do homem” (art. 26), destacar os valores da ética e do rigor científico e intelectual e recomendar que os estabelecimentos de ensino superior deveriam definir sua missão em conformidade com as necessidades presentes e futuras da sociedade, assinala a demanda atual, em precedente, no domínio do ensino superior, a desempenhar papel vital no desenvolvimento sociocultural e econômico no século XXI (ww.unesco.org/education/).

(6) “A estrutura da Universidade e as exigências do meio brasileiro”, UFMG, 1977.

(7) Como registrou com aguda percepção a Professora Mônica Jacqueline Sifuentes, em tese acadêmica, recorrendo à idéia matriz da “paidéia” grega, “o direito à educação passou a ser mensurado como um valor de cidadania e de dignidade da pessoa humana, itens essenciais ao Estado democrático de Direito”.

* Sálvio de Figueiredo Teixeira - Ministro do Superior Tribunal de Justiça e Professor Universitário.

Fonte: LEX - JSTF - Volume 270 - Página 5

 

 

Retirado de: www.academus.com.br