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Introduzindo Um Novo Conceito De Educação À Distância No Alentejo

José Bravo Nico
Núcleo de Ensino e Formação à Distância da Universidade de Évora (NEFAD)
Pedro Morais
Núcleo de Ensino e Formação à Distância da Universidade de Évora (NEFAD)
Bolseiro PRAXIS XXI no Curso de Mestrado em Ensino à Distância, University of London



 
 

Sumário

A educação, entendida como bem acessível a todos, é uma realidade ainda hoje longe de ter sido conseguida. Neste sentido, a adopção de estratégias de educação à distância, parece-nos um passo essencial para a redução de um vasto conjunto de obstáculos à educação e para o alargamento das oportunidades de educação, em particular para os residentes em zonas de forte ruralidade.

Nesta comunicação é apresentada uma breve referência à educação à distância e destacado o papel importante que a informática possui no funcionamento destes esquemas.

São, por último, apresentados alguns aspectos que fundamentam a implementação de sistemas de educação à distância (EAD) no Alentejo, região com características marcadamente rurais, onde uma adequada adopção de estratégias de educação à distância poderá constituir um importante contributo para colmatar a escassez de oportunidades de educação e formação profissional.

Introduzindo ...

Na suas múltiplas funções sociais, a "escola" tenderá a assumir um protagonismo cada vez mais preponderante em duas dimensões vitais para as sociedades humanas: a generalização do acesso ao conhecimento e a luta sem tréguas contra a exclusão, através de um sério investimento no capital mais fundamental que há: o capital humano. Uma escola sem barreiras, uma escola de liberdade, uma escola de tudo para todos. Uma escola das pessoas, para as pessoas e pelas pessoas. Utopia ou não, pensamos ser este, o grande princípio orientador de qualquer sistema educativo de qualquer país, de qualquer cultura, em qualquer época, em qualquer contexto civilizacional.

Todos têm o direito de aprender. De aprender de acordo com as suas características fisiológicas, intelectuais, volitivas, afectivas e vocacionais. Todos deverão ter o mesmo acesso à educação, independentemente da sua condição económico-social, do local onde residam ou da profissão que exerçam. A educação deve ser um bem universalmente acessível, sem excepções de qualquer índole.

Se estes princípios, no plano teórico, serão, eventualmente, pacíficos, já na sua dimensão prática se revelam inconcretizáveis. Na realidade, são muitas as pessoas que nunca acederam aos sistemas formais de educação, e muitos são também os que, acedendo ao sistema, a ele se não conseguem adaptar e dele saem, de forma precoce. Inúmeros são aqueles que não desistindo de percorrer um determinado percurso académico, dele não retiram proveito, quer do ponto de vista profissional, quer no que diz respeito à sua realização pessoal e social, muito menos no que se relaciona com o respeito pela sua dignidade de ser humano e pelo seu inalienável direito à felicidade.

Deve ser portanto papel dos diversos sistemas que proporcionam educação responder às novas necessidades, expectativas e projectos de uma sociedade em célere processo de evolução e de mudança. A escola não se pode afastar das pessoas e das suas realidades concretas, sob pena de ficar irremediavelmente num inconcebível, mas real, estado de obsolência.

Tentando encontrar algumas respostas a estas e outras questões tão ou mais importantes que estas, os sistemas de ensino têm tentado procurar novas formas de proporcionar uma educação efectiva a cada vez mais pessoas. De facto, verifica-se que, nas últimas décadas, existe uma preocupação cada vez mais evidente de potenciar o desenvolvimento de todas as formas possíveis de educação, a todos os níveis, através da utilização de novas abordagens pedagógicas que envolvem metodologias cada vez mais diversificadas, com o recurso a uma tecnologia cada vez mais poderosa e capaz de superar obstáculos outrora intransponíveis (barreiras geográficas, comunicacionais, etc).

A utilização de estratégias de educação à distância, tem assumido um papel cada vez mais importante nos sistemas de educação, de cada vez maior número de países, representando uma forma alternativa e supletiva de acesso à educação por parte de todos aqueles que, de outra forma, dificilmente poderiam exercer esse direito, que todos temos, e que é o de aprender, como, quando e onde quisermos.

Numa região predominantemente rural como o Alentejo, a educação é uma das necessidades básicas que se podem detectar. O reduzido índice de acesso à educação tem sido desde sempre o principal obstáculo a um desenvolvimento adequado da região alentejana. Existe uma alta taxa de analfabetismo, uma taxa elevada de abandono escolar, uma taxa de inaproveitamento escolar com uma dimensão considerável. O nível de qualificação académica e profissional dos alentejanos é dos mais baixos de toda a Europa. Uma realidade muito difícil de aceitar. Causa ou consequência desta situação, a desertificação humana nesta região é favorecida pelo reduzido dinamismo empresarial e pela atracção dos principais centros urbanos (CCRA, 1992), provocando um desenraizamento cultural da população e colocando o Alentejo na lista de regiões com menor PIB por habitante da Comunidade Europeia.

A EAD surge assim como uma consequência inevitável da necessidade que existe em proporcionar educação em formatos adequados a quem dela necessita de forma tão evidente. É impossível fazer com que as pessoas se desloquem de encontro à educação, uma vez que várias são as razões que impedem tal facto. Só existe, por enquanto, um caminho que reúne alguma viabilidade: levar a educação de encontro aqueles que dela necessitam e que, simultaneamente, a desejam. É devido a esta simples conclusão que surge em 1995 na Universidade de Évora o Núcleo de Ensino e Formação à Distância da (NEFAD).

A implementação destas actividades, ao reduzir o fosso existente entre as áreas mais rurais e os núcleos urbanos de maior dimensão, poderão proporcionar um importante contributo para um efectivo desenvolvimento da região.

... Um novo conceito de Educação...

Educação é uma palavra difícil. Nela se reúnem coisas tão importantes como o ensino e a aprendizagem. Virtualmente duas dimensões de uma mesma realidade, mas por vezes, duas realidades bem distantes e até mesmo inconciliáveis. A empresa educativa, tal como a define CHENÉ (1985, p.29) ou seja, a transformação dos sujeitos sociais num determinado momento da sua história, tarefa que tem, ela própria, uma história e que consiste em sair de um estado definido para conseguir atingir um novo estado, tem vindo a sofrer modificações profundas, nomeadamente com o aparecimento da chamada sociedade da informação.

A crescente quantidade de informação necessária para qualquer actividade e o facto desta se encontrar cada vez mais disponível, fizeram com que os tradicionais sistemas de formação se encaminhem rapidamente para um estado de semi-obsolência, do qual não têm tomado a devida consciência e de que não sairão tão rapidamente quanto o desejável. De facto, se no séc. XVII, o saber diminuía metade do seu valor no período correspondente a dez gerações, já no início do nosso século, o conhecimento adquirido por um aluno universitário, durante o seu curso, conservava apenas metade do seu valor no final da sua carreira profissional. Actualmente, as informações adquiridas e não actualizadas desvalorizam-se cerca de 50% em cada período de 6 anos, isto é, 97% no espaço de uma geração (ROCHA, 1988, p. 202). É pois, por demais evidente a premência de adaptar os sistemas de ensino a esta nova realidade que se caracteriza pelo reduzido tempo de vida útil do conhecimento e também pela urgentíssima necessidade de repensar os conceitos de escola, de educação, de ensino, de aprendizagem, de docente e de discente.

A escola do futuro, será necessariamente uma escola mais global. Uma escola de tudo para todos. Uma escola, na qual a sala de aula não se poderá resumir a uns poucos metros quadrados limitados por barreiras físicas. Uma sala de aula onde, a algumas das características que se lhe reconhecem actualmente, como a multidimensionalidade, simultaneidade, imediaticidade, imprevisibilidade, publicidade e historicidade (MOREIRA, 1993, p.58) se adicionarão outras, como por exemplo a virtualidade. A sala de aula será onde se encontrar alguém que aprenda, seja de que forma for, com que objectivo tiver em mente. A escola tenderá também a assumir um novo protagonismo na detecção de falhas sérias no desenvolvimento daqueles que aprendem. São esse tipos de estudos, que revelam esse tipo de carências educacionais, que fornecerão a base de um autêntico processo de selecção de objectivos na educação, a base mais correcta de qualquer processo de desenvolvimento curricular (TYLER, 1976, p.8).

No seio desta nova escola, reflexiva, crítica, aberta, democrática, livre, disponível, operando de forma adequada sobre a realidade contemporânea, acompanhando e influenciando o próprio progresso, sendo motora da mudança social, trabalhando sempre com a finalidade da formação completa e integral da pessoa humana, o professor será, necessariamente chamado a assumir novos papéis, ou, a desempenhar os seus papéis de sempre, de uma forma mais criativa e eficaz. Sem perder o seu papel de perito num dado ramo do conhecimento, o professor tenderá, no presente e no futuro, a assumir-se como um assistente ou um gestor de aprendizagens. Terá de possuir competências específicas no âmbito do desenvolvimento curricular, de forma a desempenhar de forma eficaz a função de programador e executor do currículo, de modo a adaptá-lo às novas realidades ambientais e sociais (ESTRELA, 1992, p.35). A sua tarefa prioritária, como formador, consistirá na organização adequada do meio em que o sujeito em formação desenvolve a sua acção (BERBAUM, 1993, p. 19).

Esta nova escola e esta nova representação de professor, exigirá, da parte destes últimos, as necessárias mudanças em termos de atitudes e de comportamentos, de forma a que a sua acção formadora tenha maior rendimento e maior eficácia. Exige-se, pois, um novo perfil de professor. Um novo "professor", para uma nova "escola", uma vez que cada vez mais existem novos "alunos". Indivíduos com necessidades específicas de formação, incompatíveis com a oferta proporcionada pela escola tradicional, com a palavra presencial do mestre, com as brutais cargas horárias lectivas que se verificam actualmente, Novos alunos, com maior grau de autonomia no seu processo personalizado de gestão da sua aprendizagem, com maior liberdade na escolha da sua própria trajectória académica individual, cada vez menos adeptos de um ensino magistral, presencial, ascético e livresco. Os sistemas educativos têm obrigação de se adaptar a este novo paradigma de aluno. O próprio conceito de adaptação pressupõe que se entre em consideração com as pretensões dos indivíduos, as suas necessidades, as suas expectativas, os condicionalismos específicos de cada situação, num determinado momento das suas vidas e da vida das sociedades a que pertencem (POSTIC, 1984, p.143).

Nesta escola global, e virtualmente acessível a todos, a aprendizagem autónoma revelar-se-á, eventualmente, como uma das formas fundamentais de promover a mobilidade e a conquista de novas estruturas intelectuais, ao nível de quem percorre essas trajectórias de formação (FERNANDES, 1990, p.128). De facto, com a promoção desta nova valência na escola, associando-a ao conceito de autonomização, surge um novo, e significativo, poder: o poder do formando se apropriar do destino do seu próprio processo pessoal de formação (PINEAU, 1985, p.32). A uma nova escola, corresponde um novo mapa pedagogico-estratégico. A escola do futuro é uma escola de educação total, existe onde está quem aprende, deve atender prioritariamente as suas necessidades de formação, deve promover a autonomia na gestão dos processos individuais de aprendizagem, deve assumir-se como virtualmente acessível a todos, tendencialmente universal, livre e democrática.

... à distância ...

A educação à distância define-se como uma modalidade de ensino/aprendizagem em que os educandos se encontram separados, no tempo e/ou no espaço, dos educadores desenrolando-se o processo comunicacional através de um ou mais meios. Desde a sua origem no Reino Unido em 1840 (ROWNTREE, 1992, p.8) através da comunicação por correspondência, a Educação à Distância tem recorrido a diferentes técnicas, meios de comunicação e estratégias de ensino/aprendizagem, até chegarmos, actualmente, ao uso generalizado do multimédia, da informática e das telecomunicações avançadas, com potencialidades de trabalho mais atractivas e maior eficiência na aprendizagem.

A EAD apresenta-se como uma alternativa ou um complemento aos actuais métodos de educação, com capacidades de resposta a diversos tipos de necessidades, em particular para pessoas impossibilitadas de participar nas actividades educativas existentes, por motivos de âmbito espacial e/ou temporal ou pela inexistência de programas adequados às suas necessidades. Deste modo, podemos referir a EAD como um elemento de dinamização com especial importância numa política eficaz de desenvolvimento para as áreas mais rurais do nosso país.

Para o desenvolvimento de estratégias de EAD recorre-se a um conjunto vasto de meios e de produtos, que devem ser cuidadosamente integrados no sistema de ensino/formação à distância. Neste âmbito, podemos incluir os seguintes meios:

  1. Materiais escritos,
  2. Formação baseada no computador,
  3. Emissões de rádio e TV (por Satélite ou via terrestre) com ou sem interacção entre o centro emissor e os locais de recepção,
  4. Produtos audiovisuais e multimédia,
  5. Telecomunicações, telemática e teleconferência.
Com o recurso às novas tecnologias de comunicação e à informática, os actuais sistemas de EAD deram um salto importante em termos de possibilidades de interactividade entre o educador e o educando e entre os próprios educandos. Através de meios de comunicação bidireccionais, é possível dar apoio simultâneo a grupos localizados em locais dispersos ou mesmo realizar, através de teleconferência, reuniões entre diferentes grupos de alunos.

A determinação da melhor escolha e combinação de entre uma infinidade de alternativas e de conjugação de meios e técnicas, deverá ser alvo de uma análise das condições específicas do contexto em estudo, das vantagens e desvantagens das tecnologias e recursos disponíveis, bem como dos conhecimentos para trabalhar com essas tecnologias. No entanto, devemos considerar que o acesso dos destinatários às diversas tecnologias é um aspecto particularmente importante a ter em conta na escolha dos meios a utilizar. Na EAD, o acesso e a disponibilidade da tecnologia a determinada população é o principal factor de avaliação do potencial de uma estratégia (BATES , 1995, p.37).

Do vasto conjunto de tecnologias a que um sistema de EAD pode recorrer, devemos ainda destacar as potencialidades da informática. O papel do computador como ferramenta multifuncional é particularmente importante nos nossos dias, pois não só constitui um precioso auxiliar educativo, como é também uma tecnologia presente em quase todas as actividades profissionais.

Na EAD encontramos três tipos principais de utilização do computador:

(a) Instrumento de aprendizagem através de aplicações educativas

Nesta utilização podemos incluir diversos os tipos de software educativo, o ensino assistido por computador e os produtos multimedia e hipermedia. A utilização da informática na educação contribui para a motivação na aprendizagem e aumenta as possibilidades de interacção entre o educando e o material pedagógico.

Por outro lado, algumas tarefas educativas como a correcção de testes, podem ser automatizadas num sistema informático, com a vantagem de proporcionar maior rapidez nos resultados (STANDER, 1990, p. 197).

(b) Instrumento de comunicação

Quando ligamos um computador a uma rede informática obtemos um vasto potencial de comunicação e interactividade, ideal para manter em contacto educandos e educadores. De facto, a interactividade é indicada como a principal vantagem dos sistemas de comunicação por computador (MASON,1994, p.57).

Nestes sistemas onde o educador é normalmente representado por um pacote de materiais de aprendizagem, tendo em vista superar a falta de contacto humano, a informática permite desenvolver diversas formas de apoio aos educandos. Pode-se assim proporcionar discussões em grupo e fornecer apoio ao estudo, complementando os diversos materiais de estudo e dando o acesso a um vasto mundo de informação.

Numa estratégia de implantação regional de centros locais de estudo e de apoio aos educandos, deve ser contemplada a instalação de uma rede informática que possibilite um contacto rápido entre todos os intervenientes. Estes centros são locais onde se fomenta o trabalho de grupo e as relações entre educador e educando, sendo simultaneamente um local de convívio, divulgação, estudo e apoio à aprendizagem.

(c) Ferramenta para a produção de materiais escritos e para a gestão da EAD

A utilização de ferramentas de DTP (Desk Top Publishing) permite o desenvolvimento e produção de materiais impressos de grande qualidade e com elevada eficácia. Este trabalho, realizado normalmente por equipas multidisciplinares, implica um percurso dos materiais por diferentes especialistas, sendo portanto o suporte informático ideal para este processo.

Importa também realçar a importância do uso da informática na gestão dos sistemas de EAD por forma a oferecer um funcionamento eficiente aos seus utilizadores.

O estado actual de utilização da Internet não nos deixa dúvidas de que estamos perante um meio que irá influenciar a produção e disponibilização de produtos de EAD, assim como no que se refere à adopção do computador como instrumento de aprendizagem. Para além de ser uma porta aberta para um mundo de informação, essencial ao processo de aprendizagem, a Internet permite a oferta de todos os tipos de utilização apontados para os meios informáticos com características de acessibilidade cada vez maiores.

Será também de referir que estas estratégias implicam a utilização de tecnologias relacionadas com um estilo de vida moderno, onde a rentabilização do tempo assume um papel cada vez mais importante. Neste âmbito, será de referir a crescente procura de possibilidades de educação mais individualizadas, com a possibilidade do educando escolher por si o processo e o passo de aprendizagem que melhor se adapta ao seu estilo ou que se encontra dentro das suas possibilidades.

... no Alentejo

Quando falamos de implementação de actividades de EAD em Portugal, encontramos um desconhecimento e um receio generalizado sobre estas estratégias de ensino, sendo que as poucas experiências desenvolvidas nos últimos anos concentram-se quase exclusivamente nos grandes centros urbanos do litoral. No Alentejo muito pouco tem sido feito neste campo, embora, no entanto, possamos reconhecer que a utilização destas estratégias constitui uma importante forma de proporcionar oportunidades de educação em contextos de forte ruralidade.

Assim, e tendo em vista a implementação de actividades de EAD no Alentejo, apresenta-mos no quadro seguinte, alguns elementos de uma analise "SWOT" (Pontos Fortes, Fracos, Oportunidades e Ameaças). Indicada como importante para um ensino aberto (HUNTER, s.d., p.15), esta análise de marketing, possibilita a identificação dos principais aspectos da introdução de um produto num mercado competitivo. Dos resultados desta análise, devemos realçar e fomentar a aplicação dos pontos fortes, eliminar ou pelo menos reduzir os pontos fracos, para que o sistema possa ser melhorado, detectar e aproveitar rapidamente as oportunidades que existem no contexto de aplicação e, por último, defendermos o sistema face às ameaças que podem influenciar negativamente o funcionamento das actividades.
 
FORTES 
  • Aumenta as oportunidades de acesso à Educação. 
  • A aprendizagem é centrada no formando. 
  • Possibilita a cobertura de uma vasta área com características de acentuada ruralidade e fraca acessibilidade. 
  • Promove a capacidade individual de aprender por si próprio e ao longo da vida. 
  • Contribui significativamente para aumentar o nível de qualificação de recursos humanos da região. 
  • Estratégia de formação com baixos custos quando aplicada a um público alvo numeroso. 
FRACOS 
  • O formando deve possuir grande capacidade para gerir o seu tempo e as suas capacidades de aprendizagem. 
  • São necessários elevados custos iniciais. 
  • Escassez de experiências anteriores. 
  • Necessidade de reunir equipas técnicas interdisciplinares para o design dos sistemas e a produção de materiais. 
  • Necessidade de constituir inicialmente um sistema complexo de distribuição de produtos e apoio a formandos. 
  • A reduzida cooperação existente entre as instituições que potencialmente poderão participar nestes sistemas. 
Oportunidades 
  • Aproveitamento de estruturas e do funcionamento de várias instituições da região. 
  • Alternativa de actuação para actuais fornecedores de educação. 
  • Existência de vários fundos de apoio destinados a estas iniciativas. 
  • Necessidade crescente de uma constante actualização profissional. 
AMEAÇAS 
  • Formas tradicionais de educação. 
  • Instituições que "monopolizam" actividades de educação a nível local ou sectorial e que se encontram indisponíveis para trabalhar com EAD. 
  • Resistência por parte dos potenciais destinatários destas actividades. 
  • Dificuldades no estabelecimento de esquemas regionais baseados na cooperação entre instituições. 

Quadro 1 - Análise SWOT para a implementação de EAD na região Alentejo

Tendo em conta a falta de recursos financeiros e de recursos humanos necessários para o arranque de sistemas desta natureza, é fundamental que seja feito um esforço para a criação de uma rede de cooperação entre as diversas entidades interessadas em participar neste sistema. Por outro lado, o elevado custo de elaboração de um produto de formação e a necessidade de obter um grupo de destinatários com dimensão suficiente para rentabilizar o investimento, leva a que a variável económica possa ser considerada um elemento chave no processo de ligação entre diversos fornecedores de educação.

A EAD pode contribuir para uma democratização do conhecimento através da igualdade de oportunidades de educação dentro de toda uma região, fomentando a abertura de portas de comunicação e contacto com outros contextos através da utilização das tecnologias implicadas no processo.

É com base nos pressupostos aqui apresentados que a Universidade de Évora, através do NEFAD, se encontra a preparar um esquema de actuação com vista à implementação de actividades de educação à distância numa base regional.

Referências bibliográficas

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