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Sandro D´amato Nogueira*
*Advogado - Diretor geral e professor do Instituto Fernando Capez de Ensino Jurídico - Guarulhos - SP - Especialista em Direito Ambiental - PUC/SP - Conciliador do Juizado Especial Cível na Comarca Guarulhos 2000/2003 - Membro Colaborador do IPAM - Instituto Paulista de Magistrados – SP - Membro-honorário da Academia Brasileira de Direito Processual Civil - Membro da WSV - World Society of Victimology - USA - Integrante da RNDH - Rede Nacional de Direitos Humanos - www.rndh.gov.br - Membro da Comissão de Meio Ambiente da OAB/SP - Membro da Associação Brasileiro dos Advogados Ambientalistas.
Este artigo
busca alertar e orientar a todos o perigo que as crianças estão passando com o
acesso aos chamados chats ou salas de bate-papo na Internet. Crianças estão
sendo aliciadas a todo o momento por estes delinqüentes para as mais absurdas
finalidades: o abuso sexual; o estupro; o tráfico de menores e a pedofilia.
Na década de 80,
se nós perguntássemos para um filho, qual era o presente que ele queria ganhar;
ele com certeza diria: Quero ir estudar no exterior.
Na década de 90,
o seu maior sonho era conhecer a DISNEYWORLD – conhecer o Mickey Mouse e sua
turma.
No final da
década de 90 e começo do novo milênio, o sonho de consumo da maioria das
crianças é o COMPUTADOR.
Atualmente, o
crescimento do número de crianças que tem acesso ao computador é assustador. A
criança já não quer ter um computador apenas para jogos, ela quer explorar esta
ferramenta tão espetacular chamada Internet. A criança por si só, já é curiosa.
Não seria diferente com a Internet, uma criança a partir dos 5 anos já sabe
mexer em um teclado e rapidamente ter acesso a Internet. Aí, despertando então
a curiosidade e a vontade de ‘’fuçar’’ na rede de computadores.
É fácil você
presenciar conversas de crianças que uma pergunta a outra: Você já entrou em
uma sala de bate-papo sobre sexo?
Somos obrigados
hoje a romper barreiras sobre a educação de nossos filhos, no sentido de
conversarmos sobre sexo, e justifico: dificilmente os pais conversam com seus
filhos sobre sexo, principalmente com uma criança de 6, 7 ou 8 anos, mas aí vai
um alerta - se não o fizer, eles irão aprender tudo de uma maneira errada,
pois, a Internet vai se encarregar de mostrar tudo sobre sexo, fotos, bate-papo
de delinqüentes, amantes, namorados, sites de anomalias, sexo bizarro,
pedofilia, etc. Tudo isso é encontrado na Internet facilmente.
Alguns
indivíduos atraem lentamente suas vítimas, dando muita atenção, carinho,
presentes, elogios, perguntas ‘’legais’’, etc.
Em geral, estes
indivíduos estão dispostos a dedicar muito tempo, dinheiro e energia para
alcançar seu objetivo.
Estes, monitoram
as conversas das crianças e adolescentes nas salas de bate-papo e, passam a
conversar sobre o assunto de sua preferência. Conhecem as músicas que as
crianças gostam, os passatempos mais comentados, o que é legal
colecionar(costumam falar que também colecionam para atrair as crianças) e com
isso lentamente vão conquistando a simpatia delas; até começarem a tocar no
assunto ‘’sexo’’.
Começa então o
assédio, com envio de fotos e materiais pornográficos. Se sentirem que houve
receptividade pela criança, começam a conversar sobre a possibilidade de se
encontrar com seu ‘’amiguinho’’.
A criança em
geral é uma vítima fácil para este tipo de delinqüente, pois sente curiosidade
em saber tudo o que fala sobre assunto ‘’sexo’,’ e quer ver fotos; filmes; etc.
Os aliciadores
pedem em geral para as crianças não contar para o ‘’papai ou mamãe’’ sobre o
assunto, ameaçando-os de não enviar mais estes materiais.
A crianças não
estando orientadas dobre estes riscos, acabam fascinadas com o que vêem, e logo
passam a confidenciar sobre sua vida, onde moram, onde estudam, seus números de
telefone, etc.
Algumas dicas
para começar a suspeitar se seu filho está envolvido com temas sobre sexo na
Internet.
1. Seu filho
fica muito tempo na Internet, deixando até de comer, e abrindo mão da
convivência da família?
R: A maioria das
crianças que são vítimas dos delinqüentes sexuais, normalmente passam horas na
frente do computador, na maioria das vezes trancado no seu quarto.
2. Você
encontrou material pornográfico nos arquivos dos seus filhos?
R: Normalmente
as crianças mudam os nomes dos arquivos enviados, preste bastante atenção.
Normalmente
esses arquivos são salvos com nomes diferentes ou em disketes, principalmente
se outras pessoas da família tem acesso ao computador.
3. Seu filho
começa a receber telefonemas de pessoas desconhecidas, e números estranhos
aparecem em sua conta de telefone?
R: A meta do
aliciador é conseguir o telefone da criança, e começar a ligar para sua casa.
Existem casos que por telefone, o delinqüente incentiva a criança a se
masturbar.
Às vezes a
criança não fornece seu número de telefone, mas o delinqüente fornece o seu,
incentivando inclusive a criança a telefonar à cobrar, e quando não ligam à
cobrar, este, consegue o número através do identificador de chamadas.
4. Seu filho
recebe cartas e presentes de pessoas que você não conhece?
R: Tem muitos
casos em que a criança recebe cartas com fotos e presentes. Isto acontece para
seduzir e conquistar a confiança e o carinho da criança.
5. Seu filho
desliga o computador ou muda a imagem do monitor rapidamente ao notar que
alguém está para chegar ?
R: Uma criança
não quer que ninguém veja o que está em sua tela, e já está orientada para não
deixar ninguém ver o que ele esta vendo.
O fazer se você
suspeita que seu filho está se comunicando com um delinqüente sexual?
1. Converse com
seu filho sobre estas suspeitas. Diga a ele sobre estes perigos.
2. Comece a
monitorar o conteúdo do computador do seu filho.
3. Verifique no
campo ‘’HISTÓRICO’’ do computador as últimas páginas visitadas por ele.
4. Caso você
verifique que realmente seu filho está sofrendo assédio: Denuncie
imediatamente!!! (0800 990 500)
Em qualquer das
circunstâncias mencionadas acima, você deverá manter seu computador intacto,
não copie imagem ou texto, para assim conservar qualquer evidência que a
polícia poderá utilizar. Aguarde orientação da polícia para saber o que
realmente deve fazer.
O Trabalho de
Prevenção.
O que você pode
fazer para reduzir o risco de seu filho se tornar vítima de um delinqüente
sexual?
- Converse com
seu filho sobre os riscos que existem na Internet.
- Use o
computador do seu filho e veja o seus sites favoritos.
Coloque o
computador em lugar da casa em que todos tenham acesso, e não no quarto da
crianças. É muito mais difícil para o delinqüente tentar um assédio quando o
computador estiver por exemplo... em um lugar em que muitos tenham acesso. Com
certeza, este antes vai perguntar para a criança onde está o computador.
Use serviços de
controle e bloqueio de sites de pornografia. Monitore especialmente as salas de
bate-papo que seu filho acessa.
1. Examine
semanalmente o correio eletrônico de seu filho.
2. Ensine seu
filho a usar corretamente o serviço de e-mail.
Dê as seguintes
instruções a seus filhos:
- não falar de
sua vida pessoal com pessoas que conhece via Internet;
- nunca enviar
fotos sua ou de seus familiares;
- jamais
fornecer nomes; endereços; nomes de amigos e números de telefone;
- nunca
responder a mensagens obscenas ou agressivas que fale sobre sexo;
- tomar cuidado
com o que dizem a ele pela Internet, pois pode ser mentira.
Uma questão
importante:
Deve-se proibir
os filhos de ter acesso a Internet?
R: Existem
riscos em todos os setores da nossa sociedade. Se houver orientação a seu
filhos sobre estes riscos e perigos, e serem tomadas medidas de prevenção, seus
filhos poderão se beneficiar de toda tecnologia e informação que a Internet
pode proporcionar.
Esperamos com
este artigo levar a todos um pouco mais sobre este terrível mal que nos
afronta. Devemos todos nos esforçar para minimizarmos estes absurdos que
delinqüentes estão fazendo com nossas crianças pela Internet.
Este artigo é baseado no programa :
A PARENT´S GUIDE TO INTERNET SAFETY U.S. DEPARTMENT OF JUSTICE FBI – FEDERAL
BUREAU OF INVESTIGATION.
LEIA MAIS IN:
http://www.fbi.gov/publications/pguide/pguidee.htm
NOGUEIRA, Sandro D´amato. Assédio sexual na internet: guia para a proteção das crianças na rede. Disponível em: http://jusvi.com/doutrinas_e_pecas/ver/1241. Acesso em: 19 out. 2006.