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54 anos do Trabalhismo e 20 anos da Carta de Lisboa

PDT- Brasília

Vinte anos depois, PDT lembra reunião feita em Portugal




O PDT promoveu nos dias 17, 18 e 19 de junho-99 a semana comemorativa dos 54 anos do Trabalhismo e dos 20 anos da Carta de Lisboa, com uma série de eventos  realizados na Fundação Alberto Pasqualini, localizada na Rua do Teatro, 39 (esq .da Praça Tiradentes), centro do Rio De Janeiro.

A semana foi aberta na Quinta-feira dia 17 às 18:00hs com uma fala do presidente do PDT, Leonel Brizola, ele em seguida abriu uma exposição documental com painéis artísticos resgatando, numa seqüência histórica, os passos da construção trabalhista no Brasil. Os painéis tratam da origem do Trabalhismo, do exílio dos trabalhistas, e da obra por eles realizada. A mostra é fruto do trabalho dos membros do Centro de Memória e Documentação da Fundação Alberto Pasqualini.

No dia 18, sexta-feira, sob o tema : "Trabalhismo: Doutrina e Movimento Nacional e Popular", houve uma série de palestras abordando: Revolução de 30 – Cidadania – Direitos Sociais – Nacionalismo – Partido Trabalhista- Luta pela Legalidade – Reforma Agrária – Educação Popular – Reformas de Base. Dentre os palestrantes estiveram o jornalista e escritor José Augusto Ribeiro, a professora Ângela Castro Gomes, o professor Jorge Ferreira e o vice-governador de Alagoas Geraldo Sampaio.

No Sábado dia 19 os principais temas de discussão foram: a Carta de Lisboa e a retomada do Trabalhismo – O Desafio Atual do Trabalhismo como Cerne da Resistência ao Neoliberalismo e a Globalização. Neste dia os palestrantes foram os deputados federais Neiva Moreira (PDT-MA), Alceu Collares(PDT-RS) e o prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira. A mostra visou resgatar a memória do Trabalhismo, movimento iniciado com a revolução de 1930, com Getúlio Vargas, e continuado por João Goulart e Leonel Brizola desde os anos de 1960. O presidente da FAP, Nelton Friedrich, que organiza o evento juntamente com intelectuais pesquisadores e lideranças pedetistas, cita o escritor Milan Kundera para ressaltar a importância do resgate histórico dos povos: "A luta do homem contra o poder é a luta da memória contra o esquecimento"

PDT- Brasília comemorou os 20 anos da Assinatura da Carta de Lisboa

No sábado, dia 10 de junho de 99, o PDT de Brasília somando-se ás comemorações dos 20 anos da assinatura da Carta de Lisboa e 54 anos do Trabalhismo, realizou, uma sessão comemorativa com um painel de discussão sobre o tema, em sua sede.

O presidente do Partido em Brasília, Georges Michael, um dos signatários da Carta, reitera o grande sentimento vivido por todo o Partido em suas palavras: "Para o PDT é fundamental relembrar sua história de lutas e conquistas pelo povo brasileiro. A assinatura da Carta representou um marco na história do Trabalhismo no Brasil. Seu conteúdo deve nortear nossa atuação nos dias de hoje". Estiveram presentes outros signatários da Carta de Lisboa: Juca Franco e Getúlio Dias. Houve também um almoço de confraternização.

Conexão Lisboa

Vinte anos depois, PDT lembra reunião feita em Portugal

Em 17 de junho de 1979, ao fim de três dias de reunião na sede do Partido Socialista português, em Lisboa, trabalhistas e outros opositores da ditadura militar brasileira - exilados e residentes no Brasil - lançaram vigoroso documento em favor da democratização e de mudanças sociais inspiradas pelas chamadas reformas de base - um dos motes, em 1964, para o golpe contra o presidente João Goulart. Vinte anos depois, congregados no PDT desde a perda da histórica legenda do PTB, em 1980, os trabalhistas lembram com debates no Rio e em Brasília a Carta de Lisboa, como ficou conhecido o manifesto.

A data de lançamento da carta, que marca a reorganização do trabalhismo às vésperas da anistia aos exilados, cassados e presos políticos, será marcada com o programa nacional do PDT em rádio e televisão, no horário nobre. Antes, às 18h, o ex-governador fluminense Leonel Brizola, lenda viva dos trabalhistas, abre programação de palestras e debates sobre o manifesto na Fundação Alberto Pasqualini, na Rua do Teatro, 39, Centro do Rio. Os pedetistas comemoram, também, os 54 anos do movimento trabalhista, que nasceu com o antigo PTB, em 1945, animado pelas teses do gaúcho Pasqualini e pelos feitos sociais de Getúlio Vargas.

A falta de opções políticas no exílio e de liberdade partidária num regime que só tolerava a Arena e o MDB fez com que não só adeptos do trabalhismo assinassem a Carta de Lisboa. Ao lado das assinaturas de antigos trabalhistas como Brizola, Doutel de Andrade, Neiva Moreira e Darcy Ribeiro e de novos como o atual prefeito de Niterói, Jorge Roberto Silveira, estavam as de egressos de organizações marxistas que atuaram na luta armada, como Herbert de Souza, o Betinho, o atual deputado estadual Carlos Minc (PT) e o ex-presidente do PV Alfredo Sirkis.

"O esforço que a gente fez lá fora é parecido com o que fazemos hoje em torno do governo de Garotinho", compara Carlos Minc, que vê na Carta de Lisboa um símbolo da união das esquerdas. Exilado que na época tinha 27 anos e era professor universitário de economia na capital portuguesa, o deputado assinala que o manifesto lançado em 1979 levanta bandeiras que resistem ao tempo como a indagação sobre os mandantes do atentado a bomba no Riocentro, em 1981, e as torturas de que policiais federais voltam a ser acusados, desta vez no Maranhão, em 1970.

Para o vereador carioca Lysaneas Maciel (PDT), que ajudou a escrever o documento, a Carta de Lisboa "representou um desafio ao regime militar, que mandara recado dizendo que não aceitaria o ressurgimento do trabalhismo". Lysaneas, que tinha 50 anos, conta que a ameaça dos militares fez com que o documento começasse com a constatação de que o encontro era feito no além-mar porque a reunião não podia acontecer no Brasil. "Pouca gente entendeu, mas estávamos avisando que íamos voltar e fazer as propostas do trabalhismo", lembra Lysaneas, um dos muitos residentes no Brasil - na maioria, cassados - que viajaram para o encontro histórico em Lisboa. (Jornal do Brasil, 17/06/99)

Fonte: http://www.pdt.org.br/cartalis2.htm