Resumo elaborado por: Renata de Souza Lima

Data da elaboração do resumo: 29 de novembro de 2001

Título: O virtual social I.

Obra: Cyberpower

Autor: Tim Jordan

O virtual social I

            Muitas pessoas declaram uma transformação, muitas vezes vagarosas, em suas percepções da vida on-line. De uma combinação inicial de perplexidade, alegria e ceticismo , uma forma de intuição assustada de quão simultaneamente ridículo e importante a vida on-line é, muitos vem a aceitar o mundo de avatars (símbolo gráfico que representa o usuário em Grupos de Discussão na rede ) como normal. As regras particulares de diferentes campos do cyberespaço se tornam claras e normais.

            A partir de uma amadurecimento virtual e com o poder do cyberespaço firme em suas mãos, as pessoas se unem para construir sociedades ao redor de tudo, de novos grupos para assassinatos sensacionais a novas formas de tomar decisões coorporativas. O que é real, a base da vida no cyberespaço, é todos os avatars se unindo para criar novas formas de vida.

            A transição para um amadurecimento virtual é, talvez, também a transição da isolação do indivíduo virtual para um lar comum. Se um indivíduo age sem se preocupar com a coletividade da qual faz parte, então outros indivíduos podem achar que querem ter um controle mais formal um do outro para os interesses da comunidade.

            Quando o social é assumido como a base da vida online, ao invés dos indivíduos, é possível que surjam sociedades particulares online com estruturas fundamentalmente separadas offline.

            O poder social no cyberespaço será mostrado como uma forma de technopower. Technopower será definido e explorado como a constante ocilação entre as ferramentas tecnológicas, que aparecem aos indivíduos como coisas neutras, e valores sociais, encontrados no desenvolvimento e construção das ferramentas. O constante abre e fecha entre coisa e valor define a relação entre indivíduos virtuais e a tecnologia que cria a vida virtual.

            Um web site foi criado para parar com os abusos de mulheres online e ele oferece policiameto e informação para previnir abusos. Também oferece uma lista de sites que não são de segurança.

            A característica particular do abuso online resulta do mesmo mesmo poder baseado na tecnologia que torna possível a fluência de identidade, porque por trás da vida que ocupam as pessoas online estão cabos, fios,terminais e linha após linha do código do software.

            O espaço de informações aponta em uam direção para identificar fluência e novas hierarquias, mas também aponta em outra para o technopower e a estruturação da vida online pelas tecnologias que permitem a existência do cyberespaço.

TECHNOPOWER

             O technopower tem valores humanos, conhecimento e tecnologia unidos de tal modo que os tornaminseparáveis. As formas de sociedade que são prováveis, ou mesmo possíveis, no cyberespaço tem o technopower se desenvolvendo através delas, estruturando os tipos de relações que os Grupos de discussão desenvolvem. Cada secção do cyberespaço tem uma forma diferente de technopower e todos baseados nas formas de technoower que constituem a Internet em si.

            Technopower é o constante movimento entre objetos que parecem coisas neutras - teclados, monitores - e os valores sociais ou éticos imbutidos nesses objetos.

            Nem todo objeto tecnologico que encontramos no cyberespaço foi propositalmente desenvolvido para constituir a vida social que realmente constitui. Resultados inesperados são sempre possíveis.

            Os indivíduos se sentem tanto restringidos quanto abilitados pela tecnologia e estes sentimentos opostos surgem do momento em que a tecnologia é sentida como algo que oferece capacidade de ação. Todos online são parte das múltiplas teias ou redes da tecnologia, ambas que determinam suas ações e nas quais são permitidos agir e sentirem-se poderosos.

            Até então, technopower aparenta ser circuitos de controle que dão base à vida online , que a torna possível e estrutura suas particularidades, mas nós não sabemos se é simplesmente o modo que a ordem emerge online ou se desigualdades serão seu resultado inevitável.

A ESPIRAL DO TECHNOPOWER

            A fluência de informação que oferece capacidade de ação para alguns sim e para outros não vai definir se o technopower constitui um sistema de dominação mesmo que ele constitua a ordem social online.

            O cyberespaço é o maior exemplo da aceleração da produção e circulação de informação porque é constituído de informação. Além disso, o cyberespaço não é somente sujeito a essa aceleração mas um dos fatores que a cria.

            As idéias no cyberespaço tem a vantagem de sua natureza ser imaterial que altera radicalmente a abilidade de espalhar informação. Uma informação em um website só precisa de uma versão que muitos podem ver e tirar quantas cópias quiserem.

            O cyberespaço tem um papel fundamental em alterar a natureza da produção, distribuição, e consumo de informações permitindo a fluência de informação em grande quantidade e velocidade.

SOBRECARGA DE INFORMAÇÃO

            Aqui surge um problema, porque é possível ter tanta informação que capacidade para entende-la fica debilitada; o importante não pode ser distingüido do não-importante e grandes quantidades de informação simplesmente não conseguem ser absorvidas.

            A constante promessa de que um pedaço vital de informação ou um lugar vibrante da vida virtual está logo alí, ao nosso alcance, frequentemente leva aqueles de vida online mais longe em direção ao englobamento das informações. O pior é que essa promessa é verdadeira.

            Pressões que alimentam a sobrecarga de informações também vem do cyberpoder dos indivíduos porque o acesso é um problema político chave. Por causa das vantagens oferecidas aos indivíduos pelo cyberespaço , o acesso se tornou um problema politico central. Mais pessoas em um meio interativo significa grande quantidade de informações circulando na velocidade da luz no cyberespaço, mais pessoas criando Websites, mais pessoas mandando e recebendo e-mail. O aumento do acesso levará a mais usuários sofrendo a sobrecarga de informações e mais usuários criando informações que levam a sobrecarga.

            Várias soluções para o excesso de informações que o cyberespaço produz tem sido criadas, e elas possuem algumas características. Primeira, ela interpõe alguma tecnologia entre o usuário e a informação. Aqui o technopower se manifesta e se articula porque alguma ferramenta tecnológica é o modo de controlar a sobrecarga de infomação. Segunda, o próprio dispositivo (device) produz problema de informações poque ele precisa instalado e usado de maneira apropriada, pois se não souber como manejá-lo o usuário corre o rico de ser controlado por ele. Terceira, ferramentas que minimizam o excesso de informações quase sempre tornam o ciberespaço mais fácil de ser utilizado. A quarta característica é que novas ferramentas quase sempre tornam mais informações disponíveis. Quando os usuários estão sobrecarregados eles deixam de ser capazes de usar efetivamente as fontes de informação e quando um dispositivo tecnológico resolve este problema ele também aumenta a informação que alguém está utilizando.

            Esta espiral de sobrecarga, ferramenta, mais sobrecarga e mais ferramentas é fundamental para o technopower no cyberespaço.

            A dinâmica secreta é que a informação sendo gerada na Internet está se tornando tão complexa que novos meios de recepção são necessários ou informações úteis estarão fora do alcance. Este é um dilema clássico do excesso de informação. A resposta é interpor outra ferramenta tecnológica.

 

A ESPIRAL COMPLETA

            O technopower no cyberespaço é governado pela crescente confiança pelos usuários nas ferramentas tecnológicas que ano após ano aparecem como neutramente apontando o caminho para um melhor manejamento das informações, mas ano após ano resulta em diferentes formas de informação constituida pelos valores herdados nas ferramentas que podem nunca satisfazer a necessidade abstrata de informação. A direção do technopower no cyberespaço é para uma maior elaboração de ferramentas tecnológicas para mais pessoas que possuem menos abilidade para entender a natureza dessas ferramentas.

            Mas isso não quer dizer que qualquer especialista seja poderoso no cyberespaço. Seria o mesmo que afirmar que qualquer mecânico é uma pessoa poderosa na indústria automobilística.

            O controle das possibilidades para a vida no cyberespaço é entregue, através desssa espiral, para aqueles especialistas nos crescentes complexos softwares e hardwares necessários para constituir as ferramentas que permitem os usuários individuais criarem suas vidas e sociedades virutais. A ironia é que a grande elaboração da tecnologia é demandada por indivíduos e surge para eles como ferramentas que controlam a informação.

            As possibilidades no cyberespaço são criadas, modificadas e controladas pelas ações dos indivíduos tecnicamente sofisticados. Mas se a grande complexidade tecnologica está entregando do cyberespaço a uma elite, então porque não se livrar desta complexidade? Mas quem quer voltar as antigas ferramentas? Voltar ao tempo em que os e-mails simplesmente se uniam uns aos outros em uma longa lista formando um e-mail gigante? Ninguém quer voltar a esses tempos em que a Internet era um lugar para especialistas porque só eles eram capazes de usá-la.

            A afirmação que provendo ferramentas mais simples para entrar e usar o cyberespaço e uma elaboração de technopower que favorece a uma elite baseada em especialistas técnicos parece besteira quando vista da perspectiva do indivíduo.Qualquer integração entre o navegador e o desktop não faz diferença exeto pelo fato de que está colaborando com um maior uso do cyberespaço. Porém, é inegável que criando uma complexidade na base da tecnologia do cyberespaço distancia os usuários individuais da fábrica fundamental do cyberespaço e trasfere o controle desta fábrica para a elite especialisada. E se consideraramos do ponto de vista do social essa afirmação importa. A tecnologia utilizada para acessar e criar o cyberespaço não é neutra, é constituída de ciclos do technopower que embute vários valores nas tecnologias que as pessoas usam. O colapso do desktop e do navegador resulta de certas crenças sobre como o cyberespaço pode ser melhor estruturado e se esta estrutra se tornar dominante então não haverá escolha idivídual sobre seu uso. (Ex: Microsoft, Netscape, Sun, etc.)

A ELITE DO TECHNOPOWER

            Sendo um membro da elite cyberespacial segnifica ter possibilidades mais amplas para tomar ações baseadas na abilidade procurar dados nas camadas do software e hardware. A elite do technopower tem uma intima relação com a constituição de ferramentas tecnológicas porque é dessa constituição que seu poder flui. Além disso, a elite do technopower inclui os hackers, que são uns dos mais dedicados e poderosos habitantes do cyberespaço e sua abilidade de nele atuar é definida quase inteiramente por sua especialidade.

Enquanto os hackers tem o poder de manipular o que quer que exista no cyberespaço, Bill Gates e outros como ele tem o poder de levar a fabrica do cyberespaço para novas direções. Uma maneira de gerar "perícia" no cyberespaço é não codificar um software você mesmo, mas contratar várias pessoas e colocar essas habilidades juntas sob seu controle.

Um terceiro grupo é formado por pessoas que se juntam para criar e distribuir softwares de graça.

 

 

JORDAN, Tim. Cyberpower - the culture and politics of cyberspace and internet. Routledge, 1999.