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Meio ambiente, ética e
o futuro da humanidade
Francisco de Salles Almeida
Mafra Filho
Grande parte dos feitos humanos sobre o planeta terra, foram as
conquistas sobre ou contra a natureza, sob o ponto de vista de cada época.
Na pré-história, o ser humano aprendeu a lutar pela sua sobrevivência em
um ambiente aparentemente hostil, onde as feras se matavam em busca de
alimentos. Era o que se conhece por "lei da selva", onde o mais forte
elimina o que lhe é inferior para devorá-lo ou para não ameaçar a sua
existência. Até os dias de hoje, quando queremos nos referir a uma determinada
situação em que não há regras para o convívio social, falamos que ali reina a
"lei da selva", ou seja, não há leis, não há organização.
O que se pode observar é que, na pré-história, realmente, o ser humano
vivia em estado de luta e defesa pela sobrevivência contra os animais que lhe
eram superiores em força e contra os intempéries mesmo da natureza.
No entanto, com o passar dos tempos, os seres humanos que viviam como
nômades, foram se fixando em determinados sítios e se organizando como
sociedade, plantando e colhendo alimentos até que finalmente se estabeleceu
nestes mesmos lugares. Estavam formadas as primeiras associações de pessoas, os
primeiros grupos humanos sedentários. Foram assim conseguidas as condições para
que os grupos humanos se organizassem, evoluíssem e passassem a poder contar
com a natureza, não mais sendo obrigados a lutarem contra a mesma para
sobreviverem e subsistirem.
Dentro da História da humanidade, estavam assim criadas as condições de
formação dos primeiros grupos sociais organizados que viriam a se transformar,
com a evolução dos tempos, nas comunidades politicamente organizadas. Neste
ponto, a natureza ainda representava muitas ameaças contra a vida humana,
ameaças que eram diminuídas à medida que a mente humana se desenvolvia e que os
homens e mulheres percebiam serem dotados de razão, de pensamento, afinal.
À medida que os grupos sociais se desenvolveram, o elemento econômico foi
fator primordial para a contínua marcha de conquistas da humanidade. Guerras
foram acontecendo por motivações econômicas e produziram resultados distintos e
que contribuíram para a degradação da natureza.
Superando o período mais marcante de retrocesso social e econômico
resultante da idade média, o comércio cresceu e resultou no movimento que
transformou a realidade do mundo ocidental baseado no continente europeu.
As principais modificações resultantes do desenvolvimento econômico dos séculos
que caracterizaram o fim dos séculos XVIII, XIX e XX, foram, a partir da
descoberta do vapor, das revoluções burguesa e industrial, do acúmulo de
riquezas nas mãos das principais nações européias, com destaque para a
Inglaterra, a industrialização, dentro do crescente liberalismo econômico e de
Estado, e, principalmente, a concentração de riquezas, produtoras de resultados
severos para a humanidade e, diga-se, para o meio ambiente.
Nada se compara, entretanto, ao que se deu no século XX em que as cidades
cresceram enormemente em decorrência desta mesma industrialização, as fábricas
passaram a poluir, sempre mais, os locais onde se instalavam, além dos efeitos
perversos para o meio ambiente da criação dos veículos movidos com motores de
combustão de derivados de petróleo. Carros, caminhões e ônibus são hoje grandes
poluidores do planeta terra. Reuniões de cúpula dos principais países do
planeta foram e são continuamente realizadas, todas no intuito do
estabelecimento de normas para limitar a emissão de poluentes na camada
atmosférica. Entretanto, as mais importantes economias apresentam restrições
aos esforços de diminuir os efeitos da poluição sob a ameaça de enfraquecer seu
crescimento.
Assiste-se hoje, a um aumento exponencial de verbas destinadas à
pesquisa, criação e desenvolvimento de armamentos com capacidade de destruição
sempre maior.
Observações finais
Do exposto acima, percebe-se que o elemento econômico sempre resultou em
desafios para a manutenção de um meio-ambiente sadio no planeta terra. O grande
embate entre meio-ambiente e desenvolvimento continuará a ser o mais relevante
tema que deve ser tratado pela ética dos grupos envolvidos. Há de se vislumbrar
um caminho que permita o desenvolvimento econômico em consonância com a
preservação dos recursos naturais.
A pergunta que se faz, entretanto, é a concernente aos destinos da vida
humana no planeta terra sem levar em conta o meio ambiente. Não haverá política
ou economia que subsista se as condições da vida humana na Terra não forem adequadas.
Disponível em: <http://www.direitonet.com.br/artigos/x/26/19/2619/> Acesso em: 12 de mai. de 2006.