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Tarifa Zero para Produtos e Serviços na Internet

From: Eduardo Mayer Fagundes
E-mail: eduardo@efagundes.com
Date: 01 Jun 1997
Time: 22:41:30
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Os Estados Unidos irá propor em breve a Tarifa Zero para produtos e serviços fornecidos através da Internet. Acordo similar ao "Information Technology Agreement (ITA)" - sobre tecnologia da informação - e ao tratado sobre serviços de telecomunicações. Essa e muitas outras propostas, relacionadas com o comércio digital serão apresentadas a Organização Mundial do Comércio (OMC), onde o governo de Clinton tentará um acordo global. O governo americano possui uma estratégia para promover o comércio eletrônico na Internet. O estudo traz conceitos e instruções sobre como devem tratados assuntos como privacidade e segurança, proteção dos direitos de propriedade intelectual, sistemas de pagamento, questões legais, acesso a mercados e outras questões que geram polemica nesse novo mercado. Hoje para os Estados Unidos o mercado eletrônico representa cerca de US$40 bilhões em exportações de software, produtos de entretenimento, serviços de informações, consultoria e turismo, além das transações entre subsidiárias das empresas americanas. O potencial desse negócio tem potencial de muitos bilhões de dólares. O ponto central desse discussão é que a Internet deverá tornar-se um mercado desregulado, com poucas restrições, onde os governos deverão atuar somente para criar um quadro legal que proteja os consumidores contra vendas fraudulentas e assegure a privacidade dos usuários. O Estado deverá atuar para proteger os investidores contra a pirataria e fomentar a livre concorrência. Os Estados Unidos defenderão na OMC, que a Internet seja declarada uma área "duty-free", livre de impostos, e que não se criem novos tributos. O sistema fiscal deverá prever uma nova legislação para esse novo tipo de comércio, que possui características especiais. O Tesouro e o Federal Reserve (banco central americano) estão trabalhando com outros governos para analisar as implicações globais do sistema de pagamento eletrônicos. O Comitê de Pagamentos e Sistemas de Compensação dos bancos do G-10 (maiores países do mundo) e o Comitê de Supervisão Bancária da Basiléia (Suíça) estão também analisando o assunto. A proposta é utilizar para o comércio na Internet o modelo existente, criado pela United Nations Commission on International Trade Law (Uncitral). Os Estados Unidos estão preocupados com a proteção da propriedade intelectual: patentes e marcas comerciais. Haverá muitos conflitos no comércio via Internet, como a similaridade de marcas comerciais, cujos proprietários não são os mesmos e vivem em países diferentes. Também, as regras dos países para determinar infrações não coincidem, e muitas vezes uma marca ou indicação geográfica, usada em um lugar do mundo, é de uso restrito em outro. Um ponto fundamental do documento é a privacidade. Segundo o texto americano "O comércio sobre ‘Global Information Infrastructure’ somente florescerá se os direitos individuais de privacidade se equilibrarem com os benefícios do livre fluxo de informação". Se as leis e regulamentos nacionais não estiverem harmonizados em uma base internacional, políticas diferentes poderão emergir e servirão de barreiras não-tarifárias. Os Estados Unidos vão começar discussões sobre esses assuntos com seus parceiros comerciais do Fórum de Cooperação Econômica Ásia/Pacífico (Apec), Cúpula das Américas, Acordo de Livre Comércio das Américas (Nafta) e Comissão Interamericana de Telecomunicações da Organização dos Estados Americanos (OEA).
 

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