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Rodrigo
Trindade Castanheira Menicucci*
UNIVERSIDADE FEDERAL DE
SANTA CATARINA
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: INFORMÁTICA
JURÍDICA
PROF AIRES JOSE ROVER
Rodrigo Trindade
Castanheira Menicucci
“POR UMA OUTRA GLOBALIZAÇÃO”
Do pensamento único à consciência universal
Milton
Santos
A obra visa, através da reflexão sobre o espaço geográfico,
refletir também sobre o contexto atual da sociedade, incluindo paradigmas
materiais e políticos, além de rever também problemas e dores da atualidade.
Busca também os meios pelos quais devemos nos ater para, quem sabe, construir
um novo conceito de mundo globalizado, em favor do qual nos é interessante
viver e lutar.
A
originalidade do autor se dispõe de forma atual, compreendendo também uma serie
de disposições sobre artigos e conferências diversas.
O
autor pretende, portanto, retratar o ser da sociedade globalizada social
mostrando um dever ser de uma nova globalização, essa mais humanizada.
A
discussão do papel da ideologia no atual sistema global tem importância capital
no livro, isso garante também uma ênfase no papel da política, visto que essa
se define como a “arte de pensar as mudanças e de criar as condições para
torná-las efetivas”.
O
autor faz uma profecia de um futuro de mudanças provindas de baixo para cima,
onde o intelectual e seu pensamento livre desempenharão papel substancial nas
próximas revoluções dos paradigmas mundiais.
A
crítica recai ainda sobre a atual globalização com sua tendência ao tecnicismo
e mecanização, levando a uma desumanização e a um progressivo domínio do
capital perante a vida social ou pessoal.
Daí
a sugestão de três vias de globalização para uma visão crítica da mesma, no
intuito de revisá-la e reconstruí-la: A primeira seria a globalização como
fábula; a segunda como perversidade; e a terceira como uma outra globalização,
a do dever ser.
A
primeira tentando mostrar os conceitos e ideologias da globalização atual no
sentido de legitimar a si mesma. A segunda visando uma análise e entendimento
das inúmeras e progressivas desigualdades
e perversidades criadas pela globalização que se diz integradora e homogeneizadora. Já a
ultima traz um conceito novo de globalização, através de uma integração real,
social e humanitária, na qual as desigualdades se amenizariam, o tecnicismo ou
o capital não se sobreporiam ao âmbito individual ou social, mas se dariam de
forma inteligente e sustentável. Assim, não seria necessária a subjugação do
ser humano, que teria a tecnologia trabalhando em seu favor, e não em favor do
capital favorecedor de uma minoria.
II A PRODUÇÃO DA GLOBALIZAÇÃO
1. Introdução
Sendo a globalização o “ápice
do processo de internacionalização do mundo capitalista”, deve-se considerar
substancialmente o estado das técnicas e o estado da política. Essas duas
questões devem ser utilizadas em conjunto na analise histórica da sociedade
visto que estas são indissolúveis dentro da própria historia.
2. A Unidade técnica
O avanço técnico se dá com o
próprio avanço da sociedade no desenrolar da historia. Esses avanços técnicos
são também conjuntos, ou seja, não se dão isoladamente.
O novo avanço técnico da
atualidade reside na tecnologia de informação, principalmente a informática e a
eletrônica.
Essa nova técnica vem a
agregar à sociedade um dinamismo global nunca visto anteriormente assim como
uma possibilidade de troca de informações entre as técnicas já existentes.
Essa nova técnica da informação
aparece, no entanto, como uma inovação sem precedentes em virtude de sua
abrangência e influencia a nível global em mínimas frações de tempo.
É notório que para uma
técnica incidir de fato no contexto social ela dependerá de uma “intermediação
política”, ou seja, são as políticas empresariais e Estatais que farão tais
técnicas parte integrante da historia.
Outra grande faceta da
técnica da informação reside no fato desta, como exemplo pratico do parágrafo
anterior, possibilitar uma economia global, cada vez mais vinculando as várias
economias Estatais no sentido de formar uma unicidade relativa.
3. A convergência dos momentos
Essa convergência dos
momentos também denominada unicidade do tempo, se remete ao sentido de uma
informação imediata, ou seja, do intercambio imediato de conhecimento.
A idéia de tempo real também
é apresentada como a capacidade de usar o mesmo momento em diferentes lugares.
O tempo real é nesse sentido, excludente e só utilizável por poucos, aqueles
que tiverem acesso à nova técnica da informação e à convergência dos momentos.
4. O Motor único
Tendo em vista o sistema
atual com o progressivo processo de globalização dos mercados e muitas outras
esferas político-sociais, podemos designar, empiricamente, à atualidade um motor
único.
É através desse motor único
que se traduzem outras constatações, como a de uma mais valia global, obtido
através de um sistema capitalista calcado em empresas mundiais ( multinacionais
e transnacionais ) onde a concorrência
se dá de forma cada vez mais voraz e feroz abrangendo o mundo como um todo.
5. A cognascibilidade do planeta
Este conceito diz respeito à
progressividade de conhecimento material que temos tal qual o ponto que
chegamos.
A possibilidade técnica de se
produzir novos materiais de acordo com as necessidades ou ainda de observar a terra
por fotos detalhadas tiradas por satélite nos mostram a que ponto de
desenvolvimento técnico – cientifico chegamos e quantas barreiras já foram
transpostas no decorrer da historia da evolução técnica.
6. Um período que é uma crise
Vivemos em uma sociedade onde
existe uma crise estrutural instalada nas mais variadas vertentes da vida
contemporânea – econômica, social, política e moral.
A detenção do domínio
financeiro e ideológico leva a uma vinculação de hegemonia de pensamento.
Contudo, as medidas tomadas por essa hegemonia de pensamento se dão sempre no
sentido de preservar as estruturas do sistema e evitar exclusivamente a crise
econômica.
Por não haver uma ruptura e
reforma estrutural do sistema, as crises continuarão se dando e se apresentando
como uma das faces da atualidade.
III UMA GLOBALIZAÇÃO PERVERSA
Introdução
A hegemonia da informação e
financeira despontam como os aparelhos de manutenção do sistema através das
políticas Estatais e empresariais.
Seus aparelhos ideológicos
vinculam tomadas de atitude a serem seguidas pela população, mostrando a
perversidade sistêmica instalada na globalização atual.
7. A tirania da informação e do dinheiro
e o atual sistema ideológico.
Uma clara evidencia do
caráter perverso da globalização atual se evidencia na forma de difusão de
informação e sem conteúdo que exaltam o dinheiro como “motor da vida econômica
e social”.
A violência da informação
A violência da informação
aparece juntamente com a própria interpretação dos fatos pela mídia e
vinculação não da reportagem do fato, mas da propagação de uma ideologia
carregada de interesses particulares, o que faz com que a mídia perca muitas
vezes o seu caráter informativo para adquirir um caráter persuasivo e
manipulador.
Para tanto são criadas
inúmeras fabulas e mitos.
Fábulas
São inúmeras as fábulas
difundidas pela mídia a fim de legitimar e mascarar a verdadeira globalização.
A imagem de uma aldeia
global, da eliminação de fronteiras além da contração do tempo se fazem
presente tanto no cotidiano côo no inconsciente das pessoas.
Todavia, escondem fatos como
a altíssima exclusão de grande parcela da população das novas técnicas de
informação. Fatos também como os de que as fronteiras, embora tenham se relativizado
e alterado seus conceitos, encentram-se mais vivas do que nunca.
A violência do dinheiro
A finança aparece se
relacionando com a produção, criando a economia real e o mundo finança. Karl
Marx denominava esse fenômeno de loucura especulativa, “fundada no papel do
dinheiro em estado puro”.
O Capital financeiro aparece
também no sentido de controlador e deformador da economia, estendendo-se à
manipulação e interferência em todos os aspectos da vida, tornando legitima a
discussão sobre uma tirania do dinheiro.
As percepções fragmentadas e o discurso
único do “mundo”
“É a partir dessa
generalização e dessa coisificação da ideologia que, de um lado, se multiplicam
as percepções fragmentadas e, de outro, pode estabelecer-se um discurso único
do “mundo””.
8. Competitividade, consumo, confusão dos espíritos,
globalitarismo.
Análise da competitividade,
consumo, confusão dos espíritos, globalitarismo como baluartes da atual
realidade social.
A competitividade, a ausência de
compaixão
A concorrência aparece como
uma regra na atual sociedade. Uma regra que leva indivíduos a medidas
extremadas de superação de limites na busca de um maior sucesso profissional e
social.
Tais medidas têm levado a um
progressivo atrito no convívio social visto que o mundo técnico e financeiro
tem tornado cega as pessoas, que passam, a partir daí, a desconhecer os limites
éticos de compaixão para com os demais.
O consumo e o seu despotismo
O consumismo desponta como motor
da atual sociedade de consumo. Tem seu papel dominante no sentido de
manipulação ideológica, imprimindo valores á sociedade que a fazem trilhar no
caminho da busca incessante de determinados objetos.
Essa busca torna o intelecto
do ser humano mais reduzido, e induz na personalidade individual de cada um
espírito de competitividade selvagem nociva à cada ser.
Do imperialismo ao mundo de hoje
O imperialismo de hoje se
caracteriza pela integração das técnicas de informação. Essa integração confere
capital mudança, tanto qualitativa, quanto quantitativa no uso da técnica, que
conta com a presença global dos países de domínio das técnicas de informação e
de uma dialética entre eles.
9.
A violência estrutural e a perversidade sistêmica
O dinheiro em estado puro
O consumismo garante uma nova
visão do dinheiro. Este passa a nortear objetivos de vidas e a própria
sociedade, que totalmente vinculada ao consumismo e ao dinheiro, garantiu uma
nova idéia de riqueza.
Essa riqueza se
caracterizaria pela pureza da acumulação de dinheiro e bens de consumo
(novamente remetendo à idéia de consumismo).
A competitividade em estado puro
A competitividade torna-se
sistêmica, pura e absoluta na medida que e a capitalização da sociedade atual
se dá. Assim, ela passa a ocorrer em todos os aspectos da vida social, até
mesmo no que tange a competitividade entre os países a nível global.
Essa competitividade, como
dito anteriormente, acaba por afrouxar os escrúpulos individuais, sendo até
mesmo um convite à práticas violentas.
A perversidade sistêmica
A perversidade sistêmica se
instaura e evolui com a própria prática da competitividade. Uma competitividade
que banaliza a guerra de todos contra todos e legitima a utilização indistinta
de meios para atingir fins.
10. Da política dos Estados à política das empresas
A
territorialidade absoluta que limitava as relações pelo sentido estrito de
nação, tem fim com o inicio da globalização, da integração de mercados.
Essa nova fase do capitalismo
garantiu uma relativização das barreiras geográficas, e passam a despontar daí
as multi e transnacionais, empresas sem uma pátria definida, que avançam sobre
mercados variados e conquistam-nos.
11. Em meio século, três
definições da pobreza
As três definições principais
de pobreza são:
·
Pobreza
incluída:
“Uma pobreza acidental,
produzida em certos momentos do ano, uma pobreza intersticial e, sobretudo, sem
vasos comunicantes”.
·
Marginalidade:
“Reconhecida e estudada como
uma doença da civilização”, “produzida pelo processo econômico”.
·
Pobreza
estrutural:
Uma pobreza “globalizada,
presente em toda parte do mundo”.
12. O que fazer com a soberania
“Com a globalização, o que
temos é um território nacional da economia internacional, isto é, o território
continua existindo, as normas publicas que o regem são da alçada nacional, ainda
que as forças mais ativas do seu dinamismo atual tenham origem externa”.
IV O território do dinheiro e da
fragmentação
O espaço geográfico tem
tomado novas proporções, novas perspectivas dentro do novo contexto
globalizado. O espaço se encontra mais dinâmico, e é palco para cada vez maior
interação a nível mundial.
13. O espaço geográfico: Compartimentação e fragmentação
Nenhum espaço geográfico
escapa às influencias das ações humanas. A terra passa a ser compartimentada
pela sociedade, através de ações que nos remetem à geopolítica com toda sua
significância. No entanto, essa compartimentação aparece na atualidade em forma
de fragmentação.
“A fragmentação revela um
cotidiano em que há parâmetros exógenos, sem referencia do meio”.
Rapidez, fluidez, fragmentação
Vivemos em um mundo onde a
rapidez, a fluidez e a fragmentação, aparecem altamente vinculadas às nossas
vidas. Essas marcantes características, cada vez mais presentes em nossos
cotidianos são possibilitadas pelo avanço considerável das tecnologias de
informação.
Essa fluidez aparece em dois
sentidos:
Fluidez efetiva: “realizada
quando essa fluidez potencial é utilizada no exercício da ação, pelas empresas
e instituições hegemônicas”.
Fluidez Potencial: “aparece
no imaginário e na ideologia como se fosse um bem comum, uma fluidez para todos,
quando, na verdade, alguns agentes têm a capacidade de utilizá-la”.
Competitividade versus solidariedade
A competitividade acaba por
destroçar a antiga solidariedade. Isso porque, como já dito anteriormente,
imprime aos indivíduos medidas desumanas que visam estritamente a imagem do
sucesso vendida pela ideologia consumista do capitalismo.
14. A agricultura cientifica globalizada e a alienação do
território
O tecnicismo cientifico
evolui e se integra à agricultura no sentido de formar o que denominamos de
agricultura científica. Essa interação técnico-científica com os setores
agrários revoluciona a vida rural no que tange a obtenção de informações, articulação
de compras e vendas, além de garantir um aumento considerável em produtividade.
Deve-se ressaltar que essa
agricultura cientifica se apresenta desigualmente distribuída dentro da
pirâmide social composta pelos pequenos e médios agricultores e encabeçada
pelos latifundiários. São os últimos que tem o capital suficiente para fazer
usufruto de tais tecnologias, revertendo-se, portanto, a agricultura científica
a uma parcela estrita de produtores rurais.
15.Compartimentação e fragmentação do espaço: o caso do
Brasil
O campo tem se mostrado, a partir
de sua modernização, uma área mais suscetível às empreitadas capitalistas que
os próprios centros urbanos em virtude de sua vulnerabilidade face à
“modernização globalizadora”.
16. O território do dinheiro
O dinheiro, com as relações econômicas que o cercam, acabam por
definir as relações territoriais e redefinir o espaço geográfico no que tange a
relações e discussões entre Estado e município com os seus respectivos
compromissos.
O dinheiro da globalização
O dinheiro aparece aí como
algo fluido, subjetivo, e de capital importância nessa nova fase do capitalismo
onde a especulação, assim como as demais relações financeiras passam a
consistir a base das relações sociais.
17. Verticalidades e horizontalidades
As verticalidades
“As verticalidades podem ser
definidas, num território, como um conjunto de pontos formando um espaço de
fluxos”. Esse espaço de fluxos seria, na realidade, um subsistema dentro da
totalidade-espaço”, “um conjunto de pontos adequados às tarefas produtivas
hegemônicas, características das atividades econômicas que comandam este
período histórico”.
As horizontalidades
“As horizontalidades são
zonas da contigüidade que formam extensões continuas. Valemo-nos, outra vez, do
vocabulário de “espaço banal” em oposição ao espaço econômico. O espaço banal
seria o espaço de todos: empresas, instituições, pessoas; o espaço das
vivencias”.
“São espaços que sustentam e
explicam um conjunto de produções localizadas, interdependentes”.
18. A esquizofrenia do espaço
O espaço aparece relativizado
no novo mundo globalizado. Aparece como um espaço difuso, um espaço em que
embora individual, as relações do sistema globalizado, acabam por fazer do
espaço algo global.
V Limites à globalização perversa
Estabelece-se à globalização
alguns limites que o próprio sistema acaba por criar. Um dos mais claros
exemplos disso recai sobre a desigualdade de acesso as novas tecnologias de
informação, em virtude de se tornarem cada vez mais onerosas aos seus usuários.
19. A Variável ascendente
São as variáveis que passam a
se impor em um determinado momento dentro do sistema. Apontam, portanto, para
um futuro.
Uma dessas variáveis toca o
desencantamento com a técnica, acompanhada por uma recuperação do bom senso em
virtude da queda do fetichismo tecnológico.
20. Os limites da racionalidade dominante
O fim do conformismo com a
ideologia imposta pela racionalidade dominante cria um progressivo
descontentamento popular com a atual situação do mundo. Esse descontentamento
leva ao aparecimento de um mercado informal, ilegal, que visa alternativas às
proposições impostas pelas classes dominantes.
21. O imaginário da velocidade
A idéia da velocidade,
amplamente difundida pela mídia, aparece como algo universal e irreversível
para toda a população. Essa informação mascara a real situação da tecnologia de
informação, que possibilita essa velocidade e a grande difusão de dados.
Em realidade, o acesso a esta
velocidade está restrito aos detentores do capital, às grandes empresas e às
pessoas que se situam no topo da pirâmide social.
22. Just-in-time
versus o cotidiano
“É a verdadeira oposição
existente entre a natureza das atividades just-in-time, que trabalham com um
relógio universal movido pela mais-valia universal, e a realidade das
atividades quem juntas constituem a vida cotidiana”.
“o mundo do tempo real busca
uma homogeneização empobrecedora e limitada, enquanto o universo do cotidiano é
o mundo da heterogeneidade criadora”.
23. Um emaranhado de técnicas: o reino do artifício e da
escassez
As técnicas estão por toda
parte, norteando a vida contemporânea de acordo com a ideologia hegemônica de
quem a impõem. As técnicas criam, nesse
sentido, “1. uma produção acelerada e artificial de necessidades; 2. uma incorporação
limitada de modos de vida ditos racionais; 3. uma produção ilimitada de
carência e escassez”.
24. Papel dos pobres na produção do presente e do futuro
Ressalta-se primeiramente a
diferença entre pobreza (pessoas carentes de alguns direitos), e miséria
(privação total de direitos).
A atuação da classe pobre
aparece através da manifestação política de suas vontades, de seus anseios como
excluídos. Essa política confronta-se com a política institucional, garantindo
uma inserção do posicionamento desses frente às decisões estatais.
25. A metamorfose das classes médias
A nova classe média que surge
é fruto de uma progressiva industrialização e do desenvolvimento econômico que
aumentou consideravelmente seu poder aquisitivo.
Ela é caracterizada pelo
anseio de adquirir bens, tendo cada vez maior quantidade de posses e
movimentando a economia como um todo. Formou-se uma sociedade com desejos de
propriedade que pouco se importa com os problemas sociais e com a cidadania e
se tornou como diz o autor: “sócia do poder”.
Essa situação tende a se alterar
com a chegada da escassez á classe média que só assim tomará uma posição diante
dos problemas sociais.
IV: A TRANSIÇÃO EM MARCHA
As mudanças que ocorrem
dentro da sociedade são bastante veladas e lentas de modo que poucos dos contemporâneos
notam a sua relevância.
Todos, no entanto, tem
consciência de estarem por uma evolução sistemática dentro da política e o
estado das técnicas.
26. Cultura popular, período popular
A globalização se
intensifica, no entanto não atinge a todos de forma homogênea, cada grupo ou
extrato da sociedade é atingido de uma maneira diversa.
Umas das conseqüências mais
marcante da globalização é, sem dúvida, o conflito entre a cultura das massas
produzida pelo cenário econômico mundial e a cultura popular que vem de séculos
de história.
27. A centralidade da periferia
Dentro do cenário atual,
nota-se que a globalização é totalmente dominada por uma série de países
centrais desenvolvidos que movimentam as relações internacionais conforme seus
próprios interesses.
No entanto esses países
centrais necessitam cada vez mais dos países do sul (mais pobres) para que
possam se sobrepor uns aos outros através da busca de mercados.
Torna-se necessário à
periferia, para que possa adquirir uma posição mais favorável no cenário
mundial, unificar-se de modo a aumentar seu poderia tanto econômico quanto
militar, de modo a poder impor-se sobre todos os aspectos.
28. A nação ativa, a nação passiva
Nota-se que a despeito de
todos os aspectos contemporâneos e principalmente em face de todas as mudanças
que trem ocorrido, a população permanece passiva no processo, tomando muito
poucas atitudes de relevo.
Há inúmeras desigualdades e
injustiças dentro do cenário da globalização, e meso diante destas a nação não
se une para tomar as providencias necessárias, revolucionar e guiar o destino
dos seus respectivos países e do mundo como um todo.
Há a necessidade de
incentivar a tomada de atitudes por parte das nações com um todo, que
precisaria se tornar ativas de modo a mudar realidades, e não se conformar com
elas.
29. A globalização atual não pe irreversível
A mentalidade corrente no
mundo, hoje, é de que a globalização é um processo que não poderia ser
revertido e que o cenário atual é imutável.
Isso se deve ao fato de a sociedade
estar dominada por uma concepção contaminada pela ideologia que predomina em
nossa sociedade.
No entanto se podem fechar os
horizontes analisando somente aquilo que predomina e nossa realidade. É
necessário que se preste atenção nas perceptivas futuras, naquilo que pode vir
a ser a nova realidade.
30. A história apenas começa
“Ao contrário do que sempre
se disse, a história não acabou; ela apenas começa”. Antes havia uma história
fragmentada, com repúdio a qualquer forma de diferenças das sociedades entre
si.
A nova tendência é de uma
miscigenação cultural entre as diversas nações que se relacionando entre si adquirem
respeito umas pelas outras, aceitando as diferenças e até mesmo incorporando
algumas delas entre si.
Deste modo brota uma nova consciência
de ser do mundo, onde o mundo todo parece próximo de cada individuo e todos se
sentem interligados. A Internet é um dos maiores exemplos desta interação
cultural.
Espera-se uma grande mutação
na história da humanidade que talvez traga uma reversão nesse processo de
globalização desenfreado. Essa talvez introduza uma forma de pensar mais
humanitária na consciência e na filosofia do homem.
*Aluno de
graduação de Direito da UFSC.