Procura no BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Informática Jurídica, Direito e Tecnologia
Grupo de pesquisa do CNPQ

Livro: Sociedade pós-capitalista

Autor: Peter Drucker

Monitora: Greicy Marques

Data: 23/10/2001

INTRODUÇÃO DO LIVRO SOCIEDADE PÓS-CAPITALISTA

A TRANSFORMAÇÃO

* Cita algumas transformações ocorridas no século XIII no mundo europeu: +renascimento do comércio a grandes distâncias, +mudança para Aristóteles como fonte de sabedoria, +com as novas ordens religiosas urbanas, +emergiu-se carreiras de religião como: dominicanos e franciscanos.

* Depois de 200 anos, a próxima transformação foi entre a invenção da imprensa por Gutemberg (1455) e a Reforma protestante de Lutero (1517). Nesta etapa floresceu o renascimento, redescoberta da anatomia e da pesquisa científica.

*A próxima revolução iniciou-se em 1776 – ano da Revolução americana, do aperfeiçoamento do motor a vapor e da publicação de "A riqueza das nações" de Adam Smith.

* Uma das mudanças fundamentais, é que não existe mais uma história ou uma civilização "ocidental", mais sim uma história e uma civilização mundial.

* A revolução que transformou a Idade Média e o Renascimento foi reconhecida através de um escrito – Comentários de Copérnia - somente 50 anos depois.

* A transformação anunciada pela Revolução Americana só foi compreendida e analisada 60 anos depois de ocorrida.

* A nova sociedade pós-capitalista será não socialista e pós-capitalista e seu principal recurso é o conhecimento.

A SOCIEDADE E A FORMA DE GOVERNO PÓS-CAPITALISTA

* Com o início da Revolução Gerencial, os operários da indústria manufatureira começaram a declinar em número e, de forma mais perceptível, em poder e status.

* Atualmente, em nenhum país desenvolvido os trabalhadores tradicionais, que produzem e movimentam bens, irão representar mais que um sexto e um oitavo da força de trabalho.

* Nos países desenvolvidos são os fundos de pensão que controlam cada vez mais o suprimento e a alocação do dinheiro.

* As classes da sociedade pós-capitalista são os trabalhadores do conhecimento e os trabalhadores em serviços.

A PASSAGEM PARA A SOCIEDADE DO CONHECIMENTO

* A sociedade pós-capitalista iniciou-se depois da 2ª guerra mundial.

* Somente com o colapso do Marxismo como ideologia e do Comunismo como sistema que ficou claro a nova sociedade.

* Esta nova sociedade não será uma sociedade anticapitalista, as instituições do capitalismo sobreviverão, embora algumas possam desempenhar papéis diferentes.

* O recurso econômico básico será o conhecimento.

* Atualmente o valor é criado pela "produtividade" e pela "inovação" – que são aplicações do conhecimento ao trabalho.

* O desafio social da sociedade pós-capitalista será a dignidade de sua segunda classe: os trabalhadores em serviços.

FLANQUEANDO A NAÇÃO-ESTADO

*A nação-estado soberana vem perdendo sua posição como órgão único do poder.

* Os países desenvolvidos estão se transformando em sociedades pluralistas de organizações.

* Porém, a nação-estado não irá desaparecer. Ela poderá permanecer como órgão político mais poderoso por muito tempo, mais não será indispensável.

* Por mais de 200 anos, o que mais se previa era a promessa da salvação da sociedade da através do Marxismo.

* O Marxismo fracassou não conseguiu criar um "Novo Homem". Em vez de criar um "Novo Homem", ele fortaleceu o que havia de pior no "Velho Adão": corrupção, ganância e cobiça de poder.

* Já o Comunismo fracassou como sistema econômico, pois criou apenas miséria.

SOCIEDADE, FORMA DE GOVERNO, CONHECIMENTO

*Coloca que, este livro trata da sociedade pós-capitalista, da forma de governo pós-capitalista e de novos desafios ao conhecimento em si.

* Enfatiza que o período em evidência é de transição.

* Salienta que, a sociedade do futuro depende de como os países desenvolvidos irão responder aos desafios do período de transição.

Capítulo I – Sociedade pós-capitalista

*Em poucas décadas a sociedade se reorganiza – sua visão do mundo, seus valores básicos, sua estrutura

social e política. Tais transformações está criando a sociedade pós-capitalista.

*Comenta sobre a invenção da imprensa (1455) e a Reforma protestante de Lutero (1517), Renascimento, descoberta da América pelos Europeus, Revolução americana.

*Coloca que a nova sociedade será não socialista e pós capitalista e seu principal recurso será o conhecimento – isso significa que ela deverá ser uma sociedade de organizações.

*Ao invés de socialistas e proletários – as classes da sociedade pós-capitalista são os trabalhadores do conhecimento e os trabalhadores em serviços.

*A sociedade pós capitalista não será uma sociedade anticapitalista

*Os principais grupos sociais da sociedade do conhecimento serão os “trabalhadores do conhecimento” – executivos que sabem como alocar conhecimento para usos produtivos.

*O desafio social da sociedade pós capitalista será a dignidade de sua segunda classe: os trabalhadores em serviços. Este trabalhadores carecem de educação necessária para serem trabalhadores do conhecimento.

*A dicotomia será entre intelectuais – preocupados com palavras e idéias, gerentes – preocupados com pessoas e trabalho.

*Por cem anos o conhecimento foi aplicado a ferramentas, processos e produtos – criando a revolução industrial.

*Com o fim da segunda guerra mundial, o conhecimento passou a ser aplicado ao trabalho, resultando na Revolução de produtividade.

O NOVO SIGNIFICADO DE CONHECIMENTO

*Atualmente o conhecimento está sendo aplicado ao próprio conhecimento, é a chamada Revolução Gerencial.

*Conhecimento – único fator de produção – deixando-se de lado o capital e a mão de obra.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

*Através da Revolução industrial houve a conversão da experiência em conhecimento. Este conhecimento não podia ser aplicado em dezenas de oficinas industriais, ele exigia, concentração da produção sob um só teto.

A REVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE

*A Revolução da produtividade revelou-se com a aplicação do conhecimento ao trabalho, elevando a produtividade de forma explosiva.

*Taylor iniciou o estudo do trabalho, viu o mesmo que Marx, Bismarck. Porém, notou que o conflito era desnecessário. E tratou de tornar os trabalhadores produtivos, para que os mesmos recebessem salários decentes.

*Tal estudioso afirmava que o maior beneficiário dos frutos deveria ser o trabalhador e não o patrão.

*Buscava motivação na criação de uma sociedade na qual os proprietários e trabalhadores, poderiam ter um interesse comum pela produtividade e construir um relacionamento harmonioso a partir da aplicação do conhecimento ao trabalho.

*Taylor sofreu porque a história provou que ele estava certo e os intelectuais errados. Em parte, ele é ignorado porque o desprezo pelo trabalho ainda está presente.

REVOLUÇÃO GERENCIAL

*A terceira revolução é a revolução gerencial, que consiste em colocar o conhecimento como recurso essencial. Sem terra, mão-de-obra e o capital, a gerencia não pode desempenhar seu papel.

*A gerencia seria a aplicação do conhecimento ao conhecimento. O fato do conhecimento ter passado a ser o recurso, ao invés de um recurso, é que torna nossa socieadade pós-capitalista.

*Em virtude das três revoluções pela qual o conhecimento passou – está uma mudança fundamental no significado do conhecimento.

*Atualmente o conhecimento é informação eficaz em ação, focalizada em resultados. E esses resultados são vistos fora da pessoa.

*A passagem de conhecimento para conhecimentos deu ao conhecimento poder de criar uma nova socieadade.

CAPÍTULO 2 – A Sociedade das Organizações

* Uma organização é um grupo humano, composto por especialistas que trabalham em conjunto em uma tarefa comum.

* Uma organização é sempre será especializada, definida por sua tarefa.

* Tal estrutura é eficaz somente caso concentrar-se em uma tarefa.

*Ex.: de organizações: Hospital – cuida de doentes, Escola – concentra-se em ensino e aprendizagem, Empresa – produz bens e serviços.

A FUNÇÃO DAS ORGANIZAÇÕES

* A função das organizações é tornar produtivos os conhecimentos. Quanto mais especializados forem os conhecimentos, mais eficazes serão. Porém, esses conhecimentos somente se tornarão produtivos se formarem um só conhecimento.

* O trabalho de um especialista não obtem resultados sozinho, somente se juntado ao trabalho de outros especialistas.

* Os trabalhadores do conhecimento precisam ser eficazes. Os mais eficazes querem ser somente especialistas. Para que isso produza resultados é necessária uma organização.

A ORGANIZAÇÃO COMO ESPÉCIE DISTINTA

* Atualmente a organização é ignorada porque esta afeta profundamente o estado, e a sociedade. Os políticos e cientistas sociais ainda assumem que uma sociedade normal é unitária. Porém, a sociedade de organizações é pluralista, sendo assim, esta sociedade é tratada como uma anormalidade.

* Segundo KUHN, são necessários 30 a 50 anos (isto é, até que uma nova geração tenha crescido e assumido) – para que uma realidade seja percebida.

CARACTERÍSTICAS DAS ORGANIZAÇÕES

* Numa organização moderna – nenhum conhecimento classifica-se acima do outro – seria uma organização de iguais.

* A organização moderna precisa ser organizada por uma equipe de associados.

* Uma organização sempre é gerenciada – é preciso haver pessoas que concentram a organização. Em sua missão fazem estratégias para executá-la e definem os resultados. A tarefa deste gerente não é comandar, é dirigir.

A ORGANIZAÇÃO COMO FATOR DESESTABILIZADOR

* A organização é dita como fator desestabilizador, pois sua função é de por o conhecimento para trabalhar, por isso precisa ser organizada para mudanças constantes.

* Existem três metas sistemáticas da organização: aperfeiçoamento de tudo que faz (melhorar o produto e o serviço), aprender a explorar (desenvolvimento de novas aplicações – a partir de seus próprios sucessos), aprender como inovar.

*A sociedade pós-capitalista precisa ser descentralizada, para que as tomadas de decisões sejam rápidas.

A SOCIEDADE DOS EMPREGADOS

* Na sociedade pós-capitalista / sociedade de empregos / sociedade de organizações – empregados são pessoas cuja capacidade para fazer uma contribuição, depende delas terem acesso a uma organização.

* O trabalhador do conhecimento pode necessitar de uma máquina, mais esta não irá dizer o que fazer, muito menos como fazê-lo - sem o conhecimento a máquina será improdutiva.

*Já sob o capitalismo, o trabalhador era totalmente dependente da máquina. Na sociedade de empregados, o empregado e as ferramentas de produção são interdependentes. "a máquina depende do empregado e não o contrário".

* Os trabalhadores da sociedade de empregados possuem consigo os meios de produção – seu conhecimento.

*Na sociedade pós-capitalista, os próprios capitalistas tornaram-se empregados, e não existe mais proletários.

Capítulo 3 – Mão de Obra, Capital, e seu Futuro

*Inicialmente com o surgimento da nova sociedade desaparece a mão-de-obra como fator de produção e redefini-se o papel e a função do capital tradicional.

A MÃO-DE-OBRA AINDA É UM ATIVO?

*Há uma determinada reação para acontecimentos idênticos. No caso dos EUA, existe uma tristeza a respeito do declínio da manufatura americana, tendo em vista que esta é igualada ao número de empregos para operários. Para o Japão a reação é oposta, pois o que lhe interessa é o aumento da produção manufatureira.

*Dessa forma, a política dos dois países é radicalmente diferente. Enquanto os EUA estão buscando manufaturas que ofereçam empregos aos operários, os japoneses estão transferindo o trabalho manual em manufatura para fora do país.

*Nos EUA, os empregos em manufatura são vistos como ativo inestimável e no Japão cada vez mais como passivo.

*Os japoneses colocam que os trabalhos manuais enfraquece uma economia desenvolvida.

*Colocam que as pessoas empregadas na manufatura dão um retorno desprezível à sociedade e à economia.

*Os japoneses acreditam ser mais produtivo a criação de empregos manuais no avanço do seu sistema de ensino para que haja qualificação para o trabalho do conhecimento.

QUANTA MÃO-DE-OBRA É NECESSÁRIA – E DE QUE ESPÉCIE?

*Atualmente existe um grande excesso de pessoal nas melhores usinas da U.S.Steel, em virtude do investimento feito através de novos equipamentos.

*Tais usinas são hoje as mais produtivas siderúrgicas integradas do mundo.

*Já as chamadas mini-usinas são de 3 a 4 vezes mais produtivas que a melhor usina integrada, pois estas não precisam executar as operações mais intensivas de mão-de-obra.

*Porém a principal diferença das mini-usinas para a melhor usina integrada, é que o trabalhador da primeira é um trabalhador do conhecimento; aplicando-se o seu conhecimento ao trabalho. Como por exemplo: conhecimento do processo, de química, de metalurgia e de operações de computador.

*A maior necessidade nas próximas décadas será de "técnicos"

*Esses técnicos deverão possuir: alto nível de aptidão, alto grau de conhecimento formal, e alta capacidade para aprender e adquirir conhecimento adicional.

*Esses técnicos são os sucessores dos trabalhadores altamente qualificados.

*O conhecimento transformou-se no recurso chave para todo trabalho.

*A única política a longo prazo que promete sucesso é transformar a manufatura, para que a mesma seje baseada no conhecimento e não na mão-de-obra.

CAPITALISMO SEM CAPITALISTAS

*Há grande importância nas mãos dos investidores institucionais, principalmente fundos de pensão, em países desenvolvidos.

*Não há salvaguardas contra o perigo no que diz respeito ao saque para fins políticos dos fundos de pensão dos funcionários públicos.

*O fundo de pensão são as economias dos empregados de hoje e não devem servir a nenhum outro fim que não seja o futuro financiado dos atuais empregados.

O FUNDO DE PENSÃO E SEUS PROPRIETÁRIOS

*Trata-se de uma instituição essencial em uma sociedade na qual a maioria das pessoas pode esperar sobreviver por muitos anos às vidas profissionais.

*A preocupação é com o papel e a função do capital agora que os investidores institucionais – em especial os fundos de pensão, estão se transformando nas maiores fontes de capital nos países desenvolvidos.

*Cada país estruturará a economia dos fundos de pensão a sua própria maneira. Porém, o capitalismo dos fundos de pensão tornar-se-á o modo universal de propriedade nos países desenvolvidos.

*Os fundos de pensão são "investidores" que controlam enormes capitais e seu investimento. Porém, nem os gerentes que os administram, nem os proprietários, são "capitalistas". O capitalismo dos fundos de pensão é capitalismo sem capitalistas.

O CONTROLE DAS CORPORAÇÕES

*O livro The Modern Corporation and Private Property, de Adolph A. Berle e Gardner Means, foi publicado em 1933.

*Berle e Means demonstraram que não havia outra maneira para financiar uma grande corporação. Ela havia ficado grande demais para ser financiada por um só proprietário ou por um grupo de proprietário.

*Vinte anos depois foi discutida criticamente no livro prática de administração de empresas, que colocava a gerência como uma "curadora", que não é responsável por nenhum grupo ou pessoa. A gerência deveria agir nos "melhores interesses equilibrados".

*Nas grandes corporações americanas entre 1950 e 1980, ocorreu a degeneração para a mediocridade e o mau desempenho, pois o governo não foi responsável perante alguém pelos resultados.

*Nos anos 70 e 80, as corporações passaram a ser gerenciadas exclusivamente para "maximizar o valor do acionista", ao invés de serem gerenciadas "nos melhores interesses equilibrados dos interessados".

*Atualmente, em uma economia moderna, não existe um "lucro", existem apenas custos: custos de um passado e custos de um futuro incerto.

TORNANDO A GERÊNCIA RESPONSÁVEL

*Os fundos de pensão não podem gerenciar uma empresa e nem vender as ações que dela possuem. Eles precisam se certificar de que a empresa está sendo gerenciada.

*Futuramente, irá desenvolver-se aquilo que chamamos de "auditoria empresarial". Ela acompanhará o desempenho de uma empresa e sua gerência em relação ao plano estratégico e a objetivos específicos.

*A auditoria irá capacitar os investidores institucionais, a agirem como proprietários responsáveis, cujo dever é cuidar da propriedade que está sob guarda, as empresas cujos proprietários legais ele representam: os fundos beneficiários dos fundos de pensão.

*Cada vez mais a função do capital será a de tornar o conhecimento eficaz em desempenho da gerência, ao invés de dominá-la.

Capítulo 4 – A produtividade das novas forças de trabalho

* A melhora na produtividade dos trabalhadores do conhecimento exige mudanças drásticas na estrutura das organizações da sociedade pós-capitalista

* Antigamente os trabalhadores do conhecimento e os de serviços eram equivalentes a um terço da força de trabalho, porém, atualmente, tais pessoas representam três quartos da força de trabalho

* É necessário aumentar a produtividade dos trabalhadores do conhecimento e dos trabalhadores em serviços, pois os países desenvolvidos enfrentarão estagnação econômica e severas tensões sociais

*Os trabalhadores poderão ser pagos em conformidade com sua produtividade, e essa produtividade cria riquezas podendo ser pagos os salários

*Caso a produtividade não se elevar, os salários não poderão ser maiores

*Os trabalhadores do conhecimento exigirão bons salários, independentemente de sua produtividade

*A longo prazo, os trabalhadores do conhecimento deverão sofrer um declínio no tocante a sua renda, ao menos se a produtividade crescer

*Numa economia em que a produtividade é pequena, o salário não poderia ser pago acima da riqueza gerada por essa produtividade

* Porém, caso os trabalhadores em serviços forem pagos em virtude de sua produtividade, a diferença entre os salários deles e dos trabalhadores do conhecimento, irá aumentar, e consequentemente criar-se-á sérias tensões sociais

*O trabalho de produção precisa ser replanejado, estudado e restruturado para otimizar sua contribuição. Com isso eleva-se a produtividade em virtude dos novos conceitos e abordagens.

*Taylor salienta que ao estudar a movimentação de areia com uma pá, ele teve a convicção de que a areia precisava ser movimentada. Criando parte dos trabalhos de movimentar as coisas, o ritmo dos serviços é ditado pelas máquinas

*No trabalho de conhecimento a tarefa não é dada, é determinada

*A pergunta "Quais são os resultados esperados deste trabalho?" é vital para tornar produtivo os trabalhadores em serviços e do conhecimento. Entretanto, a resposta desta pergunta não é precisa, pois possuirá opções. Todavia, os resultados precisam ser claros.

QUE ESPÉCIE DE EQUIPE?

*No trabalho do conhecimento e em serviços, busca-se decidir como deve ser organizado o trabalho.

*A maior parte do trabalho humano é feito por equipe, ou seja, para tornar eficaz o trabalho, haverá sempre a dependência para com as pessoas. Como por exemplo: o escritor depende de um editor, de uma gráfica, de uma livraria,...

*Existem três espécies de equipe:

*Exemplo 1: Equipe de beisebal - Nesta espécie, todos participam da equipe, mas não atuam em equipe. Nesta, os jogadores ocupam posições fixas, podendo exercer tarefas específicas. Seu desempenho pode ser medido e eles podem ser treinados para cada tarefa

*Exemplo 2: Equipe de futebol - Há necessidade de um condutor ou um técnico, e sua palavra é lei. Possui grande flexibilidade caso a partidura for clara.

*Exemplo 3: Equipe de dupla de tênis, Conjunto de 4 ou 5 executivos: O conjunto constitui o "Gabinete doPresidente". Esta terá que ser pequena. Os participantes tem posição "preferida" ao invés de fixa eles se cobrem mutuamente e se adequadam as forças e fraquezas. Esta equipe bem equilibrada é mais forte do que todas, pois usa a força de cada membro, ao mesmo tempo que minimiza as fraquezas de cada um

*Os três tipos de equipe não podem juntar-se, devendo ser "puras"

*A mudança de um tipo de equipe para outra é muito complicado, pois afeta relacionamentos humanos antigos. E qualquer mudança na natureza do trabalho, poderá exigir mudança na equipe

*O aperfeiçoamento da produtividade dos trabalhadores do conhecimento e em serviços se tornará eficaz somente depois de escolhido o tipo de equipe. Porém, a equipe certa não garante a produtividade, mais a equipe errada destrói

NECESSIDADE DE CONCENTRAÇÃO

* No trabalho do conhecimento e na maior parte dos trabalhos em serviços, onde a máquina é servidora do trabalhador, a produtividade requer a eliminação de quaisquer atividades que não contribuem para o desempenho

*Os trabalhadores do conhecimento devem sempre responder a estas perguntas: Esta atividade é necessária a sua tarefa principal? Ela contribui para o seu desempenho? Ela ajuda a executar seu trabalho? . Caso a resposta for negativa, o procedimento deve ser considerado superfluo e abandonado

*Pré -requisitos para a produtividade no trabalho do conhecimento: definir desempenho, determinar fluxo adequado do trabalho e nos resultados

*Taylor é criticado por não perguntar aos trabalhadores como executar o trabalho, ele lhes dizia como fazê-lo. Lenin e Stalin também não consultavam as massas. Freud nunca perguntou aso pacientes o que eles achavam de seus próprios problemas

*O conhecimento exige aprendizado contínuo porque ele está mudando constantemente.

*A melhor maneira do aprendizado ser mais produtivo é ensinando seu próprio trabalho. E para que a produtividade seja aumentada, a sociedade pós-capitalista precisa se tornar uma organização de aprendizado

REESTRUTURANDO ORGANIZAÇÕES

*Para o aumento da produtividade dos trabalhadores do conhecimento, será necessário a reformulação da equipe, as organizações terão muito poucas posições de comando

*A liderança muda de acordo com as circunstâncias e essa liderança irá ser independente do "posto" de cada membro

*Em consequência, surgirá problemas de motivação, premiação e reconhecimento

O CASO DA TERCEIRAZAÇÃO

*Em muitos casos, para a obtenção da produtividade, os trabalhos serão contratados fora da organização que recebe os serviços

*A terceirização seria a necessidade de tornar produtivos os trabalhadores em serviços

* Exemplo: No hospital, os médicos são os mais valorizados, pois concentram-se nos cuidados com os pacientes. Entretanto, não se dá muita importância aos trabalhos de manutenção, de apoio e burocráticos - apesar de representarem metade dos custos do hospital

*A terceirização é a contratação de organizações independentes, que concorrem entre si e são remuneradas por sua eficácea em tornar mais produtivos os trabalhos

EVITANDO UM NOVO CONFLITO DE CLASSES

*É necessário o aumento na produção dos trabalhadores em serviços para evitar o conflito de classes entre os trabalhadores do conhecimento e os trabalhadores em serviço

*Há o risco da sociedade pós-capitalista vir a se tornar uma sociedade de classes, a menos que os trabalhadores em serviços consigam boa remuneração

Capítulo 5 – Da Nação-Estado ao Megaestado

*Atualmente enfrentamos uma nova desordem mundial, pois a ordem mundial de hoje está indo embora, enquanto a outra não emergiu

O PARADOXO DA NAÇÃO-ESTADO

*Os últimos 400 anos de história foram séculos de Nação-Estado

*Aquilo que todos sabem é verdade, mais é uma verdade paradoxal, pois os grandes movimentos políticos foram todos tentativas para ultrapassar a Nação-Estado e substituir por um sistema político transnacional – seja um império colonial ou um superestado europeu

*Na Europa, esses 4 séculos foram dominados por sucessivas tentativas de estabelecimento do superestado trasnacional

*A Espanha desistiu de dominar a Europa 100 anos depois, quando havia se arruinado economicamente e militarmente

*Depois a França, porém desistiu 75 anos depois, financeira e espiritualmente exaurida

*O Japão também tentou construir um Império colonial, porém tornou-se uma Nação-Estado. Tentou criar um superestado asiático

*A Nação-Estado surgiu da reação a impulsos transnacionais

*A Espanha lançou a 1ª campanha pelo domínio da Europa, a 1ª tentativa de unificá-la sob a soberania espanhola

*A maioria das mudanças na estrutura política da Nação-Estado européia foram causadas por tentativas semelhantes de dominar a Europa e substituir a Nação-Estado por um superestado

*A negligência em relação ao Império e ao superestado é que nenhum deles desenvolveu instituições

*Os Impérios coloniais eram nações-estados com possessões coloniais

*O domínio britânico na Índia deu origem a classes das pessoas biculturais educadas nas melhores universidades inglesas, não apegaram-se ao Império, nenhum tentou encontrar solução constitucional para preservar a comunidade cultural do Império

*Ao contrário, foram dedicadas e inflexíveis pela independência indiana

*Com a dissolução do Império Soviético, não há praticamente sentimento algum pró-império, nem um partido ou movimento nestes termos. A resistência tem sido em nome do nacionalismo

*Há uma incapacidade dos impérios coloniais tornarem mais que abstrações administrativas, de se tornarem sociedades políticas, e caracteriza-se por ser paradoxal diante da naturalidade como eles se formam

*As batalhas que os franceses tiveram que lutar para o estabelecimento de seu império no Sudeste da Ásia e África envolveram menos soldados que a França quando designava conflitos insignificantes na fronteira da Europa

*Muitas vezes quando a potência européia mostrava sinal de fraqueza, o Império ruia e se dividia em nações-estados, o mesmo ocorreu com o Japão

*Os impérios modernos careciam de poder de integração

*Houverão 3 tentativas para a criação de um superestado europeu, com o acompanhamento de uma ideologia de forte apelo: a de Napoleão – ideologia da Revolução Francesa, a de Hittler – ideologia do anti-semitismo e a de Stalin – pela ideologia do socialismo-marxista

*Todas as tentativas fracassaram em sua capacidade para converter os estados conquistados em estrutura política

*Os impérios e superestados não vingaram devido a incapacidade para transcender a Nação-Estado

*Nos últimos anos a Nação-Estado transformou-se em Megaestado

AS DIMENSÕES DO MEGAESTADO

*Em 1870, estava por toda parte, até mesmo na Áustria, que passou a se tornar Áustria-Hungria (1 federação com 2 nações-estado)

*Um século depois, a Nação-Estado transformou-se em Megaestado

*O Megaestado afirma somente aquilo que o Estado lhe permite possuir

*O Estado de Bodin (1870) tinha como primordial função – a manutenção da sociedade civil

*O Megaestado obscureceu a distinção entre Guerra e Paz – ao invés de paz existe “Guerra Fria”



O ESTADO AMA-SECA

*1º passo em direção ao Megaestado: invenção do Estado do Bem-Estar social por Bismarck, depois de 1880

*Bismarck tinha como objetivo combater a maré socialista e reagir à ameaça de uma guerra de classes. Antigamente o governo era visto como uma agência política

*Bismarck tranformou-o em agência social. (criando seguro saúde, seguro contra acidentes industriais, pensões para a velhice

*Nos anos 20 e 30, os comunistas tomaram posse das instituições sociais

*A última dos Estados de Bem-Estar Social foi a Declaração de Direitos dos Combatentes Americanos – Esta deu a cada veterano meios para frequentar um curso superior (oferecimento de dinheiro para que optassem por estudar)

O ESTADO COMO SENHOR DA ECONOMIA

*No final do século XIX, houve a transformação da Nação-Estado para a Agência econômica

*Invenção a regulamentação governamental dos negócios e a propriedade governamental das novas empresas, nos EUA.

*No século XIX, poucas pessoas acreditavam que o governo pudesse gerenciar a economia

*A maioria dos economistas acreditava numa economia estatal “auto-regulada”, depois de abolida a propriedade privada

O ESTADO FISCAL

*A partir das 2 guerras mundiais houve a transformação da Nação-Estado em Estado-Fiscal

*Com o término da 2ª guerra mundial, os países desenvolvidos e muitos em desenvolvimento se tornaram Estados-Fiscais – ou seja, todos passaram a acreditar que não há limites para aquilo que ele possa gastar

*Porém, as receitas eram limitadas, operando sob fortes restrições, impossibilitando que o governo agisse como agência econômica

*Antes de 1914, ninguém falava em buracos fiscais, pois supunha-se que tudo pertence aos indivíduos, com exceção da parte transferida do governo

*A expressão – buraco fiscal, significa que tudo pertence ao governo, menos o designado para ficar com o contribuinte

*A parte pertencente ao contribuinte só pode ser retido porque o governo permite que o façam

O ESTADO DA GUERRA-FRIA

*O Estado da Guerra-Fria foi a última das mutações que criaram o Megaestado

*Pelas condições da tecnologia moderna, defesa significa uma sociedade permanente de tempo de guerra, ou seja, significa o Estado da Guerra-Fria

*O presidente Woodrow Wilson (1856-1924), considerou a Guerra-Fria como motivo de sua proposta de uma Liga das Nações (organização permanente para a monitoração dos armamentos nacionais)

*Por volta de 1960, o Megaestado tornou-se realidade política em todos os aspectos: agência social, senhor da economia, estado fiscal e em outros países como Estado da Guerra Fria

A EXCEÇÃO JAPONESA

*A única exceção é o Japão, que não adotaram o Estado da Guerra Fria

*Pela teoria política, o Japão é dito como um país – estatista

*Ele tem um serviço social grande, trabalha próximo às grandes empresas

*Desde a 2ª Guerra Mundial, o Japão é o país no qual o governo desempenha o papel mais controlado. O governo neste país funciona como um guardião

*Com exceção deste Estado, o movimento em direção ao Megaestado foi universal

O MEGAESTADO DEU CERTO?

*Para o totalitarismo, nazismo ou comunismo, foi um fracasso total

*Deu certo em termos militares para a URSS.

*O ônus econômico e social do aparato militar cresceu ao ponto de se tornar insuportável, contribuindo para o colapso do comunismo e todo o Império Soviético

*O maior fracasso foi como Estado-Fiscal – pois não conseguiu redistribuir a renda

*Atualmente o país mais igualitário é o Japão: maiores no aumento da produtividade e menores nas tentativas de redistribuição através da taxação

*O único resultado do Estado-Fiscal tem sido o oposto daquilo que ele prega: os governos nos países desenvolvidos tornaram-se gastadores, sendo incapazes de aumentar seus gastos numa recessão

*Outro princípio básico que não mostrou ser válido, pois dizia uma crença das teorias Keynesiana e pós-Keynesiana que a arrecadação de impostos é o que importa. Porém, nos últimos 40 anos, provaram que o que está sendo taxado tem a mesma importância do quanto é o imposto

O ESTADO DAS VERBAS POLÍTICAS

*O Estado-Fiscal transformou-se em “estado de verbas políticas”


*Se a preparação do orçamento começa com os gastos, não existe disciplina fiscal

*Os gastos governamentais tornaram-se meios para os políticos comprarem votos

*Uma parcela do orçamento dos EUA é gasta com subsídios para pequenos grupos de eleitores

*Não há proporção real dos gastos governamentais nos EUA sem nenhum interesse político

*Joseph Schumpeter alertou que o Estado-Fiscal acabaria destruindo a capacidade do governo de governar

*15 anos após, Keynes colocou o Estado-Fiscal como grande libertador – sendo que, o Estado Fiscal não mais limitado com restrições aos seus gastos, governaria com eficácea

*Atualmente sabemos que Schumpeter tinha razão

*O Megaestado foi melhor na esfera social, porém não o suficiente para ser aprovado

*Nenhum programa dirigido pelo próprio governo tem dado certo

*As políticas sociais com maior sucesso tem sido aquelas em que os governos “contratam serviços externos”


*Atualmente, aplica-se o que aprendemos a 40 anos atrás com a Declaração dos Direitos dos Combatentes Americanos. O governo fixa regras, estabelece padrões, mais não executa

ESTADO DA GUERRA FRIA – FRACASSO OU SUCESSO

*O Estado da Guerra Fria possibilitou que se evitasse uma grande guerra global

*A corrida armamentista tornou possível o controle de armamentos. Resultado: longo período sem guerras entre as grandes potências

*Os quase 50 anos a partir de 1945 – durante os quais nenhuma grande potência lutou contra outra. Constitui um recorde

*O Estado da Guerra Fria se pudermos dizer que evitou a 3ª Guerra Mundial, então o mesmo poderá ser considerado um sucesso: o único do Megaestado

*Entretanto, esse sucesso acabou se transformando em fracasso, econômico e também militar

*O Megaestado chegou num beco sem saída, e não há mais como voltar a Nação-Estado, como querem os neo-conservadores da escola Austríaca.

Capítulo 5 – A organização baseada na responsabilidade

*A responsabilidade é o princípio que organiza a sociedade pós-capitalista

*As organizações devem possuir responsabilidade social pelo limite de seu poder, porem, não devem colocar em risco a capacidade de desempenho

*Essas organizações deverão ser construídas sobre a responsabilidade de dentro, não sob o poder, comando e controle

ONDE O CERTO SE TORNA ERRADO

*Nos anos 30, Lewis foi considerado o 2º homem mais poderoso dos EUA

*Em 1943, Lewis posicionou-se contra o congelamento salarial e levou seus mineiros de carvão a uma greve

*O presidente Roosevelt alertou-o para que pensasse no interesse nacional e acabasse com tal greve, porém Lewis recusou

*E colocou para o presidente dos EUA que ele é pago para cuidar dos interesses mineiros

*Lewis colocava que “se for bom para o trabalhador” – “acaba sendo bom para o país”


*Por isso, vale salientar que, para que haja desempenho, uma organização e seu pessoal precisam acreditar – como Lewis – na sua própria tarefa especializada, que é a mais importante da sociedade

*As empresas precisam acreditar que, nenhum produto ou serviço é tão vital para a economia e comunidade quanto o produto ou serviço que “nossa empresa” produz e entrega

*Tais empresas precisam ser egoncêntricas. Elas cumprem as tarefas da sociedade

O QUE É RESPONSABILIDADE SOCIAL?

*Cada organização é boa em somente uma tarefa, sendo tal requisito que a torna com capacidade de desempenho

*As organizações somente prejudicarão a si mesmas e à sociedade, se se dedicarem a tarefas que não são suas

*Como por exemplo: As escolas americanas fracassaram na tentativa de realizar a integração racial

*O desempenho econômico é a primeira responsabilidade de uma empresa, pois sem ele a empresa não pode cumprir nenhuma outra responsabilidade

*Responsabilidade social é o impacto da organização sobre a sociedade

*Podemos exemplificar: congestionamento de tráfego que seus horários de trabalho provocam nas ruas das cidades

*Porém, é irresponsabilidade de uma empresa aceitar responsabilidade que comprometam a capacidade para desempenhar sua tarefa

O PODER E AS ORGANIZAÇÕES

*As organizações não devem estar preocupadas com o poder político para si mesmas

*Elas devem preocupar-se com coisas que as beneficiem, que as capacitem a realizar melhor o trabalho

*As organizações distintas operam em cooperação e não competição

*Cada uma é fornecedora e cliente de outra

*É um dano imensurável quando uma organização tenta obter o poder político

*Podemos exemplificar: o exército, que tomou o poder com o apoio popular. Porém, quando deixaram o poder, os mesmos tornaram corruptos, desacreditados e desmoralizados. Sua instituição estava também destruída

*Comenta que o sindicato é a organização mais próxima à política na sociedade das organizações

*O sindicato só irá prosperar com o apoio governamental, sendo que, muitas conquistas sindicais foram conseguidas através da legislação

*A organização possui muito poder social. E é através deste poder que tais instituições contratam, demitem, atribuem trabalhos

*O poder somente deve atuar quando for necessário ao cumprimento de uma função

*O exercício do poder legítimo deve ser protegido contra abusos de poder

*A organização do conhecimento deve ser baseada não em poder, em responsabilidade

DO COMANDO À INFORMAÇÃO

*A partir de 1970, a informação transformou as organizações. Caracteriza-se como sendo parte estrutural e orgânico.

*Essa transformação significa a eliminação da maior parte das camadas gerenciais

*Porém, atualmente a organização não se baseia apenas na informação, mais também na responsabilidade

*A organização baseada no conhecimento, caracteriza-se no fato de que os superiores não conhecem o trabalho dos subordinados, pois nunca estiveram em seu lugar

*Podemos exemplificar: O cirurgião sabe com que o anestesista deve contribuir, embora não possa lhe dizer como fazer seu trabalho

DA INFORMAÇÃO À RESPONSABILIDADE

*Nesta organização baseada no conhecimento cada um responsabiliza-se pelo alcance de seus objetivos

*Consequentemente, todos os integrantes da “equipe” devem definir seus objetivos e assumir responsabilidades

*Deve haver também a responsabilidade de todos os membros para comunicar os objetivos pretendidos aos colegas de trabalho

*É responsabilidade de todos a certificação de que seus objetivos encaixam-se nos objetivos pretendidos aos colegas de trabalho

FAZER DE CADA PESSOA UM CONTRIBUINTE

*No tocante as organizações, trocou-se os termos comando e controle para responsabilidade e contribuição

*A tarefa da gerencia na organização é fazer de cada indivíduo um contribuinte, e não um chefe