PARTE UM - O CONTEXTO CULTURAL

1. Ecologia Profunda - Um novo Paradigma

Crise de percepção

Época de danos danos ambientais irreversíveis. Todos os problemas da nossa época são interligados e interdependentes. São faces de única crise de percepção. Visão do mundo obsoleta, inadequada para lidar com um mundo superpovoado e interligado. As soluções para tal problema é simples, mas depende de uma mudança de paradigma tão radical quanto a revolução copernicana, da qual depende nossa própriaq existência (pois estamos diminuindo nossas possibilidades de vida). O grande desafio da humanidade é criar comunidades sustentáveis, ou seja, onde podemos satisfazer nossas necessidades e aspirações sem comprometer as perspectivas das gerações futuras.

Mudança do paradigma

Revisão do paradigma que vige à séculos (desde soc. industrial), tanto na física como na sociedade: universo é um sistema mecânico, corpo como uma máquina, meio social como uma luta competitiva pela sobrevivência, crença no progresso material ilimitado, crescimento econômico e tecnológico, mulher como sexo frágil e inferior.

Novo Paradigma

Visão ecológica em sentido amplíssimo > visão holística. É um pouco mais que o holismo. Ex: compreender a estrutura da bicicleta (holismo) e compreender a estrutura da bicicleta + sua relação com o meio (ecológico).

Ecologia PROFUNDA - termo do filósofo Arne Naess, fundado nos 70´s (início) e difere da chamada Ecologia RASA.
Esta é antropocêntrica, centralizada no ser humano acima ou fora da natureza e apenas "usa" a natureza. Aquela (profunda) vê o homem como apenas uma parte de uma rede de fenômenos interconectados e interdependentes. Faz perguntas profundas, questionando o modo de vida, ós paradigmas científicos, etc.

Novos Valores

Existem duas tendências de valores: auto-afirmativa e integrativa

Auto-afirmação racional análise reducionista linear expansão competição quantidade

dominação

Integração intuitivo síntese holístico não linear conservação cooperação quantidade

parceria

Ambas devem estar em equilíbrio, mas no paradigma vigente apenas primeira está associada aos homens, auto-afirmação excessiva. Por isso a mudança é extremamente difícil embora simple, pois gera uma crise existencial, visto que tal comportamento está intrinsecamente ligado às pessoas (ex. medíocre).

O maior poder é o poder da influência, que só pode ser exercido em rede, mas o modo de pensar do homem atual é a hierarquia, que fundamenta todas as instituições sociais, estruturas políticas, militares, corporativas, culturais, em sua essência.

A mudança de paradigma que teria o condão de resolver os grandes dilemas sociais depende da mudança do modo de pensar.Mas possibilidade de mudança no modo de pensar gera medo existencial no ser humano, que vê em tais valores (auto-afirmativos) sua própria personalidade. O pensar de forma hierárquica, por exemplo, faz parte da própria idetidade do ser humano

Ética

Valores antropocêntricos x ecocêntricos

A ética ecológica profunda é urgentemente necessária. O paradigma da evolução tecnológica têm promovido à destruição: armamentos, químicos contaminando meio, biólogo criando organismos desconhecidos sem saber suas consequências.

O cuidado flui naturalmente se o eu é ampliado e aprofundado de modo que a natureza livre seja sentida e concebida como proteção a nós mesmos. Assim como não precisamos de nenhuma moralidade pra nos fazer respirar, da mesma forma, se o seu eu, no sentido amplo, abraça outro ser, você não precisa de advertências morais para demonstrar cuidado e afeição. Você o faz por si mesmo (Arne Ness)

A percepção ecológica do mundo depende de uma conexão psicológica, não lógica

Mudança da física para as ciências da vida

A visão ecológica da vida (biologia) como metáfora essencial deve superar a visão cartesiana da física como tronco de todas as demais ciências.

PARTE DOIS - A ASCENSÃO DO PENSAMENTO SISTÊMICO

2. Das Partes para o todo

Substância e forma

Padrão mecanicista: substância (matéria, estrutura, quantidade) X holismo: forma (padrão, ordem, qualidade)

Metáfora contemporânea mais adequada é do pêndulo caótico (teoria do caos): oscilações que quase se repetem, porém não perfeitamente, aleatórias na aparência e, não obstante, formando um padrão complexo e altamente organizado.

Aristóteles 1º biólogo: a forma é inerente à matéria - Dominaram pensamento ocidental. Universo orgânico, vivo, espiritual.

Mecanicismo Cartesiano

Mudança radical: mecanicismo cartesiano. Revolução científica: Copérnico, Galileu, Descartes, Bacon e Newton. Restringiram à ciência apenas ao que podia ser medido, quantificado. Mundo morto, mecânico, pensamentoi analítico: quebrar fenômenos em pedaços para estudá-los. Apesar das benécies desse paradigma, ele trouxe também pesadas taxas.

Com Lavoisier, o modelo mecanicista simplista foi quebrado, mas a essência da idéia cartesiana permaneceu, no modo de pensar.

Movimento romântico

Oposição ao mecanicismo: ordem móvel, orgânica, forma como padrão em um todo organizado. O ser é uma gradação padronizada do todo harmonioso.

Kant - os organismos são totalidades auto-reprodutoras e auto-organizadoras. Cada parte é um órgão que produz outras partes, que produzem outras, reciprocamente, etc.

Hipótese Gaia - terra como ser vivo. Todos os processos estão interligados como em um grande corpo.

Mecanicismo do séc XIX

No século XIX o pêndulo oscilou de volta ao mecanicismo tornando-o um firme dogma entre os biólogos. A bioquímica estabeleceu a firme crença de que as propriedades e funções dos seres vivos seriam explicáveis em termos de leis físicas e químicas. Concepção mecanicista da vida. As novas descobertas (evolucionismo, microbiologia, etc.) foram interpretadas no sentido de uma concepção físico-química.

Vitalismo

mecanicismo X vitalismo. O primeiro é reducionista. Para o segundo, alguma entidade não física e incompreensível deve ser acrescentada às leis da física para se entender a vida. Opôs-se à análise, pois o todo é mais do que a soma de partes.

Biologia Organísmica

O punham-se ao macanicismo e ao vitalismo. Pensamento sistêmico.

Padrão é a configuração de relações ordenadas. Todo integrado, cujas propriedades essenciais surgem das relações entre suas partes. Entender sistêmicamente significa colocá-las dentro de um contexto, estabelecendo a natureza de suas relações. Os organismos são seus elementos mais as suas relações organizadoras

Estruturas multiniveladas - muitos pensadores enfatizaram a natureza hierárquica como caracterítica chave da vida. A concepção da teia da vida reconhece que a vida é formada por estruturas multiniveladas de sistemas dentro de sistemas, indefinidamente, com diferentes níveis de complexidade e diferentes tipos de leis operando em cada um desses níveis (ex. leis quânticas, calor, sabor etc...). Tais níveis porém não são hierárquicos, como alguns pensadores sistêmicos afirmaram, especialmente no sentido humano de dominação e controle. Tais regras valem tanto para os sistemas biológicos como sociais.

Pensamento sistêmico

A visão sitêmica representou uma profunda revolução na história do pensamento científico ocidental.

Na abordagem analítica cartesiana o comportamento do todo pode e deve ser entendido a partir das propriedades das partes. As próprias partes não podem ser analisadas sem a a redução a partes ainda menores. O grande impacto ocorreu no século XX quando se percebeu que os sistemas não podem ser entendidos pela análise, pois as partes podem ser decompostas infinitamente.

Na abordagem sistêmica, as partes é que só fazem sentido e só podem ser entendidas a partir da visão inicial do todo. As propriedades essenciais de qualquer organismo são interligadas às propriedades do todo.

Analise significa isolar alguma coisa a fim de entendê-la; pensar sistemicamente significa colocá-la em um contexto mais amplo.

Física Quântica

A compreensão de que os sistemas são totalidades integradas causou ainda maior choque na física, que sustentara o triunfo do paradigma cartesiano durante 3 séculos.

As particulas atômicas não são coisas, mas sim interconexões entre coisas, representadas por uma probabilidade, que são interconexões entre coisas, e assim infinitamente, sem nunca chegarmos a algum lugar. Tudo o que existe são interconexões, um complicado tecido de eventos, na qual conexões se alternam, se sobrepõem e se combinam, formando a textura do todo, no nível imediatamente superior.

Psicologia da Gestalt

Na Alemanha. Prestou contribuições essenciais à psicologia, especialmente no estudo da aprendizagem e das associações humanas, baseada na terceira via (sistêmica x mecanicista e vitalista)

Ecologia

Oikos / logos - Estudo do lar (terra), por Ernst Haeckel em 1866. Os primeiros ecologistas conceberam as comunidades biológicas como organismos, sob influência da biologia organísmica.

Vernadsky - vida como força geológica que cria e controla o meio ambiente planetário.

Estabeleceu noções de comunidade e rede. Os organismos não são apenas membros de uma comunidade ecológica, mas complexos ecossistemas contendo milhões de organismos menores. Ao longo de bilhões de anos tais comunidades tornam-se tão estreitamente coesas devido a seus vínculos internos que o sistema assemelha-se a um grande organismo que abriga milhões de outros.

A teia da vida é uma idéia antiga usada por filósofos e poetas para exprimir a idéia de entrelaçamento e interdependência dos fenômenos.

A concepção dos seres vivos como redes fornece novas perpectivas das chamadas hierarquias da natureza. Os seres em todos os níveis são redes, sistemas vivos interagindo, onde cada nodo representa um organismo, e um órgão da perspectiva do todo. Quando ampliado, representa ele mesmo uma rede, com vários nodos, etc.

Na natureza não há hierarquias. Não há linhas retas nem pirâmides. A teia da vida consiste em redes dentro de redes.

3. Teorias Sistêmicas

Criterios do pensamento sistêmico

Biólogos sistêmicos + psicólogos da Gestalt + ecologistas = bases do pensamento sistêmico

1º mudança das partes para o todo - as propriedades do todo nenhuma parte possui. Elas surgem justamente da correlação entre as partes. Os sistemas não podem ser analisados pela propriedade de suas partes (análise do paradigma cartesiano)

2º capacidade de deslocar a própria atenção de um lado para o outro entre níveis sistêmicos - sistemas aninhados dentro de outros sistemas. Explica as coisas a partir de seu contexto

3º Não há partes, em absoluto. Aquilo que denominamos partes é apenas um padrão numa teia inseparável de relações.

A metáfora do conhecimento como um edifício está sendo substituida pela da rede. O conhecimento cintífico é uma rede de concepções e modelos. Todas as propriedades resultam das outras partes e só assim fazem sentido. A descrição depende do observador, e todas as descrições são limitada e aproximadas.

A ciência não é objetiva, independente do observador humano e do processo de conhecimento. Exemplo. professora de física deixa cair um objeto até o chão, e mostra a seus alunos como calcular o tempo de queda do objeto de acordo com uma fórmula clássica de Newton. A fórmula vai ignorar a resistência do ar, e por isso não será perfeitamente exata, de forma que se o objeto fosse uma folha de papel, a experiência fracassaria. Mesmo acrescendo mais um elemento à sua fórmula, não haverá precisão total: A resistência do ar depende da temperatura e da pressão atmosférica, e também do movimento do ar da sala, o qual é movimentado inclusive pela respiração dos estudantes. A precisão nunca é total, derrubando o velho paradigma de que o conhecimento científico é exato.

"A ciência avança através de respostas parciais a questões cada vez mais sutis, que alcançam cada vez mais profundamente a essência dos fenômenos naturais" Luis Pasteur.

Somente com a aceitação desta "imprecisão relativa" permitirá observar olhar as coisas em seu conjunto e desvincular-se dessa obsessão pelo detalhe.

A unidade de todas as coisas não significa que não haja diferença entre elas. Afinal, estamos acostumados a compreender o mundo pelas suas partes, e estabelecendo contrastes entre elas: frio e quente, alto e baixo, rápido e lento, próximo e distante. Há um nível de percepção da realidade em que estas distinções funcionam

Pensamento Processual

O pensamento sistêmico é sempre processual, além de contextual (relações de rede no tempo). O metabolismo é uma atividade contínua, complexa e altamente organizada, fora dos padrões de compreensão mecanicistas.

Tectologia

Ludwig Von Bertalanffy - é autor da primeira formulação de um arcabouço teõrico abrangente descrevendo organização dos seres vivos

Bogdanov - Tectologia é a ciência das estruturas, que tem o objetivo de esclarecer e generalizar os princípios de organização de todas as estruturas, vivas ou não vivas. Contém as principais idéias formuladas por Norbert Wiener e Ross Ashby como princípios fundamentais da cibernética.

A estabilidade e o desenvolvimento de todos os sistemas podem ser entendidos por dois mecanismos: formulação (sistemas complexos unidos por articulações, sendo a crise organizacional uma ruptura do sistema) + regulação (existem os sistemas bi-reguladores, ou seja que regulam a si mesmos e os que precisam ser realimentados - originou a concepção de realimentação, fundamental na cibernética) .

Teoria Geral dos Sistemas

Assim, os organismos vivos são sistemas abertos porque precisam ser realimentados pelo fluxo contínuo de matéria e energia extraídas do seu meio ambiente.

Estes não podem ser descritos pela termodinâmica e pela mecânica cássica. No tradicional paradigma era da desordem para a ordem, em construção crescente. Nos sistemas abertos a entropia (ou desordem) pode decrescer.

Emergência de uma ciência geral de totalidade aplicando princípios sistêmicos em muitos e diferentes campos de estudo (transferência de p.) formulando uma concepção sistêmica da vida, mente, consciência, transcendendo fronteiras disciplinares. Essa concepção é claramente expressa na cibernética.

4. A lógica da mente

Os ciberneticistas

Cibernética é a ciência do controle e da comunicação no animal e na máquina. Tornou-se um poderoso movimento intelectual, e suas bases encontram-se nos padrões de organização da biologia o. e na teoria geral dos sistemas. "Não somos matéria prima que permanece, mas padrões quye se perpetuam.

Os esforços dos ciberneticistas inicialmente era descobrir caminhos neurais subjacentes aos fenômenos mentais e expressá-los em linguagem matemática, criando um ciência exata da mente, transpondo a lacuna existente entre as ciências exatas e as humanas

Norbert Wiener (criou abordagem sistêmica para uma ampla gama de fenômenos); John von Neumann (fé na tecnologia e confinça no poder da lógica. Concebia a descrição do funcionamento do cérebro em termos de lógica formal); Gregory Bateson (buscava padrões comuns entre biologia, antropologia, epistemologia, psiquiatria e outros. Primeira tentativa bem sucedida de superar divisão cartesiana mente-corpo. Demonstrou ser inadequado o arcabouço conceitual das ciências sociais.)

Realimentação

As principais realizações da cibernética originaram-se de comparações entre organismos e máquinas.

Conceito fundamental: Alimentação arranjo circular de elementos ligados por vínculos causais, no qual uma causa inicial se propagaao redor das articulações do laço, de modo que cada elemento tenha um efeito sobre o seguinte, até que o último "realimenta" (feeds back) o efeito sobre o primeiro elemento do ciclo. A consequência desse arranjo é que a primeira articulação (entrada) é afetada pela última (saída) o que resultou em uma reaticulação de todo o sistema. O efeito inicial é modificado sempre que viaja ao redor do ciclo.

Exemplo do timão e da bicicleta. Idéia de causalidade circular como padrão lógico da realimentação

Realimentação também é o mecanismo essencial da homeostase, a auto-regulação que mantém os organismos vivos em um estado de equilíbrio dinâmico. Esses laços estão presentes em todo o mundo vivo (padrões de redes não lineares.

Elos positivos (se A aumenta, B também aumenta) e negativos (se A aumenta B diminui) de realimentação. Auto-equilibração (número ímpar de elos negativos) e Auto-reforço (número par de elos negativos).

O sistema social também é moldado e mantido coeso pelo conceitos de realimentação. Esta é o padrão geral da vida. Fenômenos sociais são assim descritos, embora não com essas palavras.

Exemplos: mão invisível de Adam Smith e dialética de Hegel e Marx.

Ecossistema: cada espécie possui potencial para crescimento exponencial da população, mas essa tendência é mantida graças a várias interações equilibradoras que operam no sistema. Quando o sistema é perturbado, osorrem crescimentos exponenciais (ervas dninhas, peste, espécies, etc.) e outras serão exterminadas.

PARTE 4 - A natureza da vida
7. Uma nova síntese

TESE - Está mergindo hoje uma teoria dos sistemas vivos consistente com o arcabouço filosófico da ecologia profunda, incluindo uma linguagem matemática apropriada e implicando uma compreensão não mecânica e pós-cartesiana.
Reconhecimento da rede como padrão geral da vida. A estrutura física do ser vivo é um processo em andamento

Critérios fundamentais de um ser vivo

1. padrão de organização - configuração de relações que determina as características essenciais do sistema
Em resumo, proponho entender a autopoiese, tal como é definida por Maturana e Varela, como o padrão da vida (isto é, o padrão de organização dos sistemas vivos)
Autopoiese ou autocriação é um padrão de rede no qual a função de cada componente consisteem participar da produção ou da transformação dos outros componentes da rede. Dessa maneira, a rede, continuamente, cria a si mesma. ex célula.
A Autocriação tabém implica na capacidade de formar novas estruturas e novos comportamentos.

2. estrutura - a incorporação física do padrão de organização do sistema
A estrutura dissipativa , tal como é definida por Prigogine, como a estrutura dos sistemas vivos
O sistema autopoiético é organizacionalmente fechado, mas existe fluxo de energia e matéria. Este fluxo contínuo mantêm e renova o sistema continuamente. Tal paradoxo caracteriza as estruturas dissipativas. Todas as estruturas autopoiética são estruturas dissipativas, mas nem todas as estruturas dissipativas são redes autopoiéticas.
- ex redemoinho, ciclione. A célula e o corpo também funcionam como um redemoinho, mas em vez de mecânicas, as forçcas cataclíticas são químicas.
propriedade fundamental das estruturas dissipativas: criar laços de alimentação, não somente de auto-equilibração, mas também de auto-amplificação, que podem fazer o sistema se afastar progressivamente do equilíbrio até chegar ao limiar de instabilidade. Nesse ponto de bifurcação emergem espontanemente novas formas de ordem, resultando em desenvolvimento e evolução

3. processo vital - atividade envolvida na incorporação contínjua do padrão de organização do sistema
A cognição, tal como foi definida inicialmente por Greory Bateson e mais plenamente por Maturana e Varela, como o processo da vida. A vida, como sistema autopoiético e estrutura dissipativa só pode ser entendida por meio de um processo metabólico e desenvolvimental.
O processo da vida é a incorporação contínua de um padrão de organização autopoiético numa estrutura dissipativa identificado com a cognição, o processo do conhecer. Isso implica uma concepção radicalmente nova da mente, superando a divisão catesiana entre mente e matéria. A mente não é mais uma coisa, e sim um processo - o próprio processo da vida. A atividade organizadora dos sistemas vivos é a atividade mental. As interações o organismo vivo (planta etc) com o meio é uma atividade metal.
A vida e a cognição são inseparáveis. Um conjunto de critérios é necessário para que a mente ocorra, e qualquer sistema que satisfaça esses critérios será capaz de desenvolver os processos que associamos com a mente - aprendizagem, memória, tomada de decisões, etc. Assim, também a terra, os ecossistemas e os sistemas sociais possuem mente
teoria de santiago - a cognição é o processo da vida. O cérebro não é necessário para que a mente exista. Os organismos mais simples são capazes de cognição, até as bactérias ou a sociedade. A nova concepção de cognição ´bem mais ampla e envolve a percepção, a emoção, a linguagem e a ação
o erro de descartes - Mente e matéria não são categorias separadas, mas aspectos de um fenômeno vital. Mente é o processo da vida. Toda a estriutura dissipativa participa do processo de cognição e o cérebro é apenas uma estrutura específica do corpo, mas também os sistemas imunológico, endócrino, etc. fazem parte de uma única rede cognitiva

8 Estruturas Dissipativas

Estruturas Dissipativas: estabilidade da estrutura + fluidez da mudança. Dependem do fluxo constante de matéria e energia. As estruturas dissipativas orgânicas de desenvolvem, reproduzem e evoluem.
equilíbrio dinâmico - Cadeia alimentar: complexo entrelaçamento de sistemas vivos e não-vivos.
Elas são estáveis por que se mantém em um estado afastado do equilibrio, que é o estado da vida e permite o desenvolvimento de formas cada vez mais complexas, criação de redes dentro de redes, etc.
Um organismo em equilíbrio é um organismo morto.
Quanto mais distante do equilíbrio mais indescritível ele é, mais rico, variado, único e mais organizado - A idéia de organização passa a estar associada à teia da vida. O não-equilíbrio e fonte de ordem.
O caos é ordem - as estruturas dissipativas são ilhas de ordem em um mar de desordem.
Mudança de processos reversíveis e deterministas para processos indeterminados e irreversíveis.
Pontos de instabilidade - limiar de estabilidade no qual uma estrutura dissipativa pode se decompor ou então imergir num dentre vários novos estados de ordem. O que acontecerá depende da história anterior do sistema, de qual caminho ele tomou anteriormente. Nunca poderemos predizer o futuro caminho que o sistema irá seguir.
as estruturas dissipativas formam laços cataclíticos de realimentação interligados
novo dialogo com a natureza
estruturas dissipativas são conceitos-chave: sensibilidade, pequenas mudanças no ambiente, relevância da história em pontos críticos de escolha, a incerteza, a imprevisibilidade do futuro, etc. concepções revolucionárias

9. Autocriação

A TEIA DA VIDA - é uma estrutura em muitas camadas de seres vivos aninhados dentro de outros seres vivos - redes dentro de redes.
organismos e sociedades - As idéias correntes a respeito dos padrões de rede ecossistemas e sistemas sociais ainda são muito especulativas. Enquanto a coesão e unidade do ecossistema se dá pelo intercâmbio de matéria e energia, a coesao e unidade do ecossistema se dá pelo intercâmbio de linguagem.
Luhman - os sist. sociais usam a comunicação para reprodução auto-poiética. O fechamento da rede (família, Estado, etc.) resulta num sist. compartilhado de crenças, de explicações e de valores - um contexto de significados sustentados pela comunicação. Auto-produção dos papéis (ex. cargos, governo, família, entidade)
Para Maturana e Varela, o sistema social amplia a criatividade individual de seus componentes, ao passo que o organismo restringe. É uma característica muito peculiar.
Alguns sistemas porem restringem demais essa autonomia despersonalizando e desumanizando os seus membros - regimes politicos totalitários. As sociedades fascistas e ditaduras em geral assemelham-se a organismos vivos, e não é coincidência que gostem de usar essa metáfora.
GAIA - Árvore / Gaia p.173 analogia
acoplamento estrutural
exemplo do corpo - renovação de cada nodo a cada X horas / dias / meses p. 176. O meio ambiente apenas desencadeia essas mudanças estruturais. Não as especifica nem a dirige.
chutar uma pedra é diferente de chutar um cão
As mudanças estruturais ocorridas em consequência das influências ambientais moldará seu comportamento futuro. A estrura viva é sempre um registro de milhões de mudanças estruturais anteriores
liberdade x determinismo - o comportamento de um organismo é sim determinado... mas não por forças externas, e sim pelas mudanças estruturais autônomas do organismo. Assim, o comportamento é ao mesmo tempo determinado e livre. As decisões tomadas são imprevisíveis face à complexidade do sistema vivo e seu conjunto de iterações. Diferente de Descartes
universo - sistema vivo?? Há possibilidades, mas não há ainda material para se comprovar
10. O Desdobramento da Vida
...
11. Criando um mundo - (cognição)
Cibernética proporcionou primeiro modelo de cognição - inteligência humana assimelharia-se à o computador. Cognição seria o processamento de informações com manipulação de simbolos e baseada num conjunto de regras. Duas deficiências: de que o processamento baseia-se em regras sequenciais e de que as anomalias advém das partes e não do todo. Mudança do foco dos simbolos para a conexidade , e das regras locais para a visão global e as propriedades emergentes das redes neurais.
Cognição - atividade de autogeração e auto perpetuação das redes autopoiéticas.

O meio desencadeia as mudanças estruturais do sistema, mas não as especifica nem as dirige. O sistema se acopla ao meio e forma estrutural, especifica e dirige quais as perturbações que desencadeiam essas mudanças. São elas atos de cognição. A cognição não reage aos estímulos ambientais através de uma cadeia de causa e efeito, mas responde com mudanças estruturais em sua rede auto-poiética não linear.
domínio cognitivo - gama de iterações. ex. rosto vermelho. Aumenta conforme complexidade do organismo
O mundo material não possui característica predeterminada. Os autores não falam que nada existe e sim que não existem coisas, estruturas independentes do processo de cognição. exemplo. visão
Os símbolos da nossa linguagem não refletem o mundo concreto. São mera representação. A informação não é algo que está situada lá fora e que apreendemos ou colhemos, mas uma abstração que criamos como representação de um pedaço do contexto (rede) de que foi extraída. Ex> hora e dia são abstraídas de um complexo contexto de idéias que envolve um modelo de sist. solar, abstrações atronômicas e convenções culturais.
computadores revisitados - A estrutura do computador é fixa, de forma que ele não é capaz de cognição, mas apenas de processar informações. O sistema nervoso não processa informações vindas do mundo exterior, mas reage ao meio ambiente modulando continuamente sua estrutura, através de um processo de cognição, que envolve decisão, mudança estrutural etc. O computador não pode ser programado para ser inteligente, pois sua linguagem não está embutida em uma complexa teia de convenções sociais, culturais, etc. e não entende a liguagem. Pode responder a comandos para executar tarefas limitadas sem que isso signifique que entendem a linguagem