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A Revolução Hippie e o Judiciário





Luiz Guilherme Marques*





Uma das coisas importantes a fazer é analisar tudo sem preconceitos e sem medo, com espírito científico.



Assim, proponho aos prezados Leitores este assunto aparentemente espinhoso.



Vamos a ele.



A WIKIPÉDIA, em http://pt.wikipedia.org/wiki/Hippie, informa sobre a expressão hippie:

Os "hippies" (no singular, hippie) eram parte do que se convencionou chamar movimento de contracultura dos anos 60. Adotavam um modo de vida comunitário ou estilo de vida nômade, negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietnã, abraçavam aspectos de religiões como o budismo, hinduísmo, e/ou as religiões das culturas nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tradicionais da classe média americana. Eles enxergavam o paternalismo governamental, as corporações industriais e os valores sociais tradicionais como parte de um establishment único, e que não tinha legitimidade.



Origens



O termo derivou da palavra em inglês hipster, que designava as pessoas nos EUA que se envolviam com a cultura negra, e.x.: Harry "The Hipster" Gibson. Em 6 de setembro de 1965, o termo hippie foi utilizado pela primeira vez, em um jornal de San Francisco, um artigo do jornalista Michael.



Estilo e comportamento



Como grupo, os hippies tendem a usar cabelos e barbas mais compridos do que o considerado "elegante". Muita gente não associada à contracultura considerava os cabelos compridos uma ofensa, em parte por causa da atitude iconoclasta dos hippies, às vezes por os acharem "anti-higiênicos" ou os considerarem "coisa de mulher". Foi quando a peça musical Hair saiu do circuito chamado off-Broadway para um grande teatro da Broadway em 1968, que a contracultura hippie já estava se diversificando e saindo dos centros urbanos tradicionais.



Outras características associadas aos hippies



- Roupas de cores brilhantes, e alguns estilos incomuns, (tais como calças boca-de-sino, camisas tingidas, roupas de inspiração indiana)

- Predileção por certos estilos de música, como rock psicodélico Grateful Dead, Jefferson Airplane, Janis Joplin e soft rock como Sonny & Cher; ou mais recentemente Phish, String Cheese Incident, the Black Crowes, ou a "trance music" de Goa;

- Às vezes tocar músicas nas casas de amigos ou em festas ao ar livre como na famosa "Human Be-In" de San Francisco, ou no Festival de Woodstock em 1969. Atualmente, há o chamado Burning Man Festival;

- Amor livre. É curioso notar que muitos hippies, porém, não toleravam as relações sexuais ou amorosas entre homens;

- Vida em comunidades onde todos os ditames do capitalismo são deixados de lado. Por exemplo, todos os moradores exercem uma função dentro da comunidade, as decisões são tomadas em conjunto, normalmente é praticada a agricultura de subsistência e o comércio entre os moradores é realizado através da troca. Existem comunidades hippies espalhadas no mundo inteiro;

- O incenso e meditação são parte integrante da cultura hippie pelo seu caráter simbólico e quase religiosos;

- Uso de drogas como marijuana (maconha), haxixe, e alucinógenos como o LSD e psilocibina (alcalóide extraído de um cogumelo). Porém muitos consideravam o cigarro feito de tabaco como prejudicial à saúde. O uso da maconha era exaltado mais por sua natureza iconoclasta e ilícita, do que por seus efeitos psico-farmacêuticos;

- Quanto à participação política, mostravam pouco interesse. Eram adeptos do pacifismo e, contrários à guerra do Vietnã, participaram de algumas manifestações anti-guerra dos anos 60, não todas, como se acredita. Ir contra qualquer tipo de manifestação política também faz parte da cultura hippie, que privilegia muito mais o bem estar da alma e do indivíduo.



Legado



Por volta de 1970, muito do estilo hippie se tornou parte da cultura principal, porém muito pouco da sua essência. A grande imprensa perdeu seu interesse na subcultura hippie como tal, apesar de muitos hippies terem continuado a manter uma profunda ligação com a mesma. Como os hippies tenderam a evitar publicidade após a era do Verão do Amor e de Woodstock, surgiu um mito popular de que o movimento hippie não mais existia. De fato, ele continuou a existir em comunidades mundo afora, como andarilhos que acompanhavam suas bandas preferidas, ou às vezes nos interstícios da economia global. Ainda hoje, muitos se encontram em festivais e encontros para celebrar a vida e o amor, como no Peace Fest (veja link no final).



No início do século XXI surgiu uma moda designada neo-hippie.

JOANNA DE ÂNGELIS apresenta uma aguda análise sobre a revolução hippie nestes termos:

Mais recentemente, a revolução hippie, como reação às calamitosas guerras e à hipocrisia vitoriana, proporcionaram à sociedade uma visão mais correta da realidade, das necessidades juvenis, dos seus direitos, das suas imensas possibilidades de realização e de crescimento.



É certo que houve excessos, alguns dos quais ainda não foram corrigidos. Mas é natural que isso aconteça, porquanto toda grande transformação social gera conflitos e danos nos momentos das mudanças, por causa do exagero dos imprevidentes e precipitados. O tempo no entanto se encarrega de proporcionar soluções compatíveis, que ensejam novos desafios e novas conquistas.

Devido à universalidade do fenômeno hippie, todos os departamentos da atividade humana sofreram sua maior ou menor influência. Inclusive o Judiciário, antes subordinado ao apego ao passado, ao formalismo etc. etc., agora se propõe à modernidade, à informalidade etc. etc.



E, atrás das mudanças recentes, outras tão ou mais importantes vão ocorrendo





*Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora (MG). Site: www.artnet.com.br/~lgm





Disponível em http://jusvi.com/ Acesso em 07 de jun. de 2006