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 Análise forense: um mundo sem fronteiras

- Marcus Knoop
A análise forense aplicada à rede é a última palavra em termos de segurança e investigação de rede. Este termo (análise forense) muito popular em outras áreas, já é conhecido na informática principalmente pela análise de discos rígidos. Neste caso, trata-se de uma investigação dos dados existentes no dispositivo, mesmo daqueles arquivos apagados, para ser usado como evidência em uma investigação.

Agora com as novas tecnologias de análise forense, esta investigação também pode ser feita através da perícia detalhada e análise do tráfego de rede, até mesmo reproduzindo ações, tais como, envio de arquivos, acesso a web sites, transferência de arquivos, entre outros.

O objetivo desta, depende da política de cada empresa. Pode-se utilizar a análise forense para a correção de falhas de segurança bem como para processos legais contra roubo de informação, pornografia e pedofilia, atividades terroristas etc.

O funcionamento da análise forense baseia-se em um princípio básico, porém tecnologicamente complicado de ser implementado: qualquer atividade em rede gera pacotes, que podem ser capturados e então analisados. Se dispusermos da aplicação que recebe este pacote, pode-se até mesmo reproduzir a tela ou o evento que ocorreu na máquina que está sendo investigada. Esta tecnologia de reprodução pode ser aplicada até mesmo para tráfego de voz na rede, onde a conversa seria gravada e passível de reprodução.

Porém, a alta velocidade das redes e o grande volume de pacotes demandam um mecanismo de captura de alta performance e de grande capacidade de armazenamento. Talvez esse seja o maior desafio para as empresas que investem nesta tecnologia hoje. Já existem soluções que trabalham a Gigabit e podem armazenar terabytes de dados, verdadeiros "storages" dedicados a captura de pacotes.

Além disso, algumas premissas básicas tais como, integridade dos dados (data, origem, destino e conteúdo) e garantia de captura de 100% dos pacotes, não podem ser quebrados. A perda de um único pacote em uma transferência de arquivo FTP compromete a remontagem do arquivo e portanto, não será possível saber se o mesmo continha um vírus ou não. Para isso, appliances dedicados e discos com dispositivos RAID são usados.

Outro recurso muito importante na análise forense de rede é a capacidade de filtro. Supondo uma rede Gigabit utilizada a 2%, tem-se aproximadamente 2.5 Mbytes por segundo ou 150Mbytes por minuto. Como localizar um evento, um acesso neste montante de dados? É claro que a análise na maioria das vezes não será simples. Estamos falando em instigações que podem levar dias ou até mesmo semanas, mas sem o recurso de filtro, não seria possível nem iniciar este processo. Filtros de dia, hora, endereço, serviços, podem reduzir em muito o tempo gasto neste caso.

Os benefícios são claros e o retorno do investimento pode vir mais rápido do que se imagina. Um processo judicial, o lançamento de um novo produto, os números dos cartões de crédito e pedidos atingem facilmente a casa dos milhões de reais, quantia muito superior ao custo médio desta solução. Isso sem falar no prejuízo humano causado pela pornografia e terrorismo. Enfim, a análise forense aplicada à rede equivale a análise "balística" de um crime.

Os eventos registrados pelo firewall, IDS ou pelo antivírus podem ser comprovados de uma forma visual e efetiva. Mesmo que um LOG tenha sido apagado ou inexista, mesmo que o site externo ou o arquivo acessado não exista mais, ainda assim é possível reproduzi-lo e tomar as devidas ações legais.

Marcus Knoop é engenheiro de sistemas da Sniffer Technologies.

 

Retirado de http://www.cbeji.com.br/br/novidades/artigos/