Resumo elaborado por:  Greicy Marques

Data de elaboração do resumo:  25/09/2001

 

 

A ética comunicacional na internet

 

Autor: Dênis de Moraes - Universidade Federal Fluminense

 

 

*Na órbita da mega-rede digital, flutuam instrumentos privilegiados de inteligência coletiva capazes de fomentar uma ética por interações assentada em princípios de diálogo, cooperação, negociação.

* A inteligência coletiva reorganiza as massas de informação on line.

* No ciberespaço, cada um é emissor e receptador num espaço qualitativamente diferenciado, não-fixo e disposto pelos usuários.

*As pessoas se unem virtualmente de acordo com blocos de interesses.

*Não existe na web grades de programação - o usuário escolhe e consome informaçoes nos horários, nas frequências de sua preferência.

*O ciberespaço configura-se como um universo indeterminado, sem controles e hierarquias aparentes, sem local, nem tempo claramente assinaláveis.

*O caráter interativo e multipolar da comunicação virtual rompe com limites demarcados por instituições hegemônicas e pela mídia. Textos, sons e imagens circulam em grande quantidade pela internet, sem a obrigação de se submeterem a filtros de avaliação.

*A cibercultura não se superpõe às culturas preexistente, nem as aniquila.

*O que se sobressai na Web é a sua reformulação permanente, capaz de impedir a subsistência de monopólios de difusão.

*No tocante à vida comunitária por interações, podemos destacar a netiqueta; que possuem as seguinte recomendações: não se deve enviar mensagens sobre determinado assunto numa lista que trata de outro tema, escrever mensagens breves, subject deverá ser definido para guiar a leitura, as mensagens devem ser assinadas comos nomes de cada membro do grupo, entre outras.

*É infactível programar o tráfego em rede, por duas razões:1 - improbidade tecnológica. A informação julgada delituosa pode ser, quase imediatamente e a custo nulo, transferida de um servidor para outro, ou duplicada grande número de vezes. A cópia numérica, sendo identica à original, subsiste em qualquer suporte informático. 2 - Alto risco de censura. O verbo programar representa, aqui, um eufemismo de disciplinar. Isso afetaria irremediavelmente a espinha dorsal da internet - seus fluxos ilimitados e insubmissos.

*O relato do sociólogo espanhol Manuel Castells, participante do comitê de especialistas em Sociedade de Informação, da Comissão Européia, defendeu que: controle na internet é tecnologicamente impossível, segundo é uma política que afeta a liberdade de expressão, terceiro é uma atitude absolutamente defensiva. Coloca que na internet há pornografias, nazistas e muitas coisas que desagradam, mas na sociedade também tem. E nem por isso temos que implantar um sistema burocrático que vigie cada cidadão. Por isso deve-se usar o enorme potencial da internet para organizar grupos de conversação, plebiscitos indicativos, consultas sobre distintos temas, proporcionar informação à população.

*A internet constitui uma vida comunitária regulada por interações, e não por leis, decretos, portarias ou “medidas provisórias”.

*A ciberética apóia-se em regras e valores consensuais estabelecidas pelas células de usuários, respeitando a liberdade de manifestação do pensamento.

*Por sua natureza desterritorializada, a internet resiste à regulamentação externa.

*Receia-se que a União Européia acabe instituindo mecanismos de censura, com o agravante de que não se levariam em conta as legislações específicas dos países.

 

 

Link para o artigo do autor: http://buscalegis.ccj.ufsc.br/arquivos/m5-eticaCI.htm